O fã e o torcedor
Por Rafael Moraes
Para o site “Carta Potiguar”
O torcedor é definido como um
partidário de uma equipe, por quem torce nas competições esportivas e a pessoa
ou indivíduo que torce para algo ou para alguém.
Já o fã, vem da palavra fanático,
o que tem um zelo religioso ou político absoluto e exclusivo.
O torcedor é movido pela paixão,
pelo coração e pelo amor.
O torcedor, na imensa maioria das
vezes, vê apenas o que lhe é favorável.
O torcedor não é um simples
simpatizante, é um seguidor.
Ser fã é ter alguém para ser seu
referencial.
É ficar horas parado, vislumbrado
apenas por presenciar uma apresentação, sem nem mesmo saber o porquê de gostar
tanto daquele alguém que nunca lhe dirigiu uma palavra.
Ser torcedor é compartilhar
momentos de alegria e de tristeza, ao mesmo tempo, tudo junto e misturado.
Ser torcedor é tirar sarro do
amigo na vitória e ouvir o mesmo sarro dele, na ocasião da derrota.
O fã é compreendido como uma
pessoa entusiasta, que possui muita admiração por algo ou por alguém.
Para o antropólogo Roberto Da
Matta, “o torcedor se distingue do fã
porque ele vai além da admiração pelo time. O fã se identifica com um time, mas
o torcedor fica com e pelo seu time, misturando-se fisicamente aos seus
jogadores, símbolos, gestos e trajetórias. O fã dedica-se a uma apreciação
setorizada e sempre positiva. Já o torcedor, ao torcer pelo seu time, torce
imediatamente contra o outro”.
O fã aplaude em qualquer momento,
independente das derrotas.
O torcedor é altamente crítico,
exigente e não aceita as derrotas tão facilmente.
Nas vitórias, o fã sorri.
O torcedor, exige mais, quer olé.
O fã, sem sombra de dúvidas, vota
em Fabiano Teixeira.
Seja por apreciar sua capacidade
de gestão, admirar sua facilidade de articulação ou sua desenvoltura na arte da
oratória.
Mas, é fato, por representar
continuidade de uma gestão que mais errou do que acertou, Fabiano possui alta
rejeição do torcedor.
Dizem que o ABC está dividido e
desunido.
Mas vejam vocês, pela primeira
vez nos últimos quinze anos, existem propostas de gestão e perspectivas reais
de mudanças.
A disputa eleitoral tem,
inclusive, contribuído para que a gestão atual reconheça seus erros e proponha
corrigi-los no caso de uma possível continuidade.
Nessa balança de discussão de
problemas, soluções e propostas, vejam só, quem sai vencedor, independente de
quem ganhe nas urnas, é ele: o torcedor.
Torcedor esse que, por ser, como
eu disse antes, altamente crítico, exigente e não aceitar as derrotas tão
facilmente, foi à rua e cantou em voz alta que prefere, vota e aposta a todo
custo na volta de Judas Tadeu Gurgel.
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