quinta-feira, fevereiro 18, 2016

A mania de não cumprir compromissos...

Agência Mundial Antidoping coloca o Brasil na corda bamba

Anfitrião da Olimpíada pode perder seu certificado para realizar exames antidopagem

Maria Martín

Para o El País

A Agência Mundial de Anti-Doping (AMA) deu um ultimato ao Brasil para que adapte os protocolos da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem às exigências do Código Mundial, definido pela própria AMA.

O aviso foi enviado em novembro, depois que o órgão incluiu o Brasil – assim como Bélgica, França, Grécia, México e Espanha – no que chama de “lista de vigilância”.

Se as autoridades brasileiras não conseguirem adaptar suas normas aos padrões internacionais antes de 18 de março, o Brasil perderá automaticamente seu certificado para realizar os testes antidoping em seu laboratório durante os Jogos Olímpicos, que serão realizados de 5 a 21 de agosto no Rio de Janeiro.

No caso de perder sua idoneidade, as amostras dos esportistas terão de ser enviadas e analisadas em um laboratório aprovado pela AMA em outro país.

Há vários que cumprem as exigências internacionais, incluindo o de Bogotá, na Colômbia; Havana, em Cuba; Montreal, no Canadá; e Los Angeles e Salt Lake City, nos EUA.

As autoridades brasileiras se reuniram recentemente com representantes da AMA para discutir a implementação do Código por parte da Autoridade Brasileira em conformidade com o sistema legal do país, confirmou um porta-voz da agência antidopagem, com sede em Montreal.

Nem o Ministério do Esporte do Brasil nem a AMA entraram em detalhes, porém, sobre que tipo de mudança tem de ser implementada e quais são os procedimentos que não se ajustam aos protocolos internacionais.

O Ministério do Esporte afirmou, no entanto, que a informação solicitada “não procede” porque o Brasil “está tomando todas as previdências para adaptar-se às exigências no prazo estabelecido”.

Esta não seria a primeira vez que o Brasil perderia sua acreditação no mundo da antidopagem.

Em 2013, o país saiu da lista internacional porque a AMA considerou que a tecnologia do laboratório brasileiro estava defasada e não podia cumprir os padrões exigidos. 

Durante a Copa do Mundo de 2014 as amostras tiveram de ser enviadas à Suíça, uma alternativa lenta e cara.

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