Imagem: NBA
O conflito
entre a esperança e o ego de Dwight Howard
Após seis
anos da tentativa frustrada em super time, pivô volta para o Los Angeles Lakers
Luiz Gustavo
Ribeiro
O Los Angeles
Lakers resolveu dar nova chance ao pivô Dwight Howard.
A forte lesão
no joelho de DeMarcus Cousins fez a franquia da Califórnia ir em busca do que
há de mais extremo na NBA.
E em uma
espécie de draft contra Joakim Noah e Marreese Speights, Howard foi o
selecionado para disputar vaga com JaVale McGee no garrafão da equipe.
O pivô foi
anunciado pelas redes sociais da franquia nesta segunda-feira (26).
Foram cinco
times nos últimos três anos: Houston Rockets, Atlanta Hawks, Charlotte Hornets,
Washington Wizards e uma breve passagem pelo Memphis Grizzlies.
Mas antes dos
sucessivos fracassos, no Orlando Magic, entre 2004 e 2012, o pivô viveu sua
melhor fase na carreira.
Primeira
escolha do Draft de 2004, Dwight Howard surgiu como uma explosão de esperanças
na NBA.
Com médias de
12 pontos e 10 rebotes por jogo, o pivô se tornou o jogador mais jovem a ter
média de duplo-duplo na temporada regular da liga.
Com o sucesso
e a dominância no garrafão, Howard logo foi comparado ao lendário Shaquille
O’Neal, que também ascendeu na franquia de Orlando durante a década de 1990.
Seu ápice com
a camisa azulina foi durante a temporada 2008–09.
Liderados por
Howard, o Magic chegou pela segunda vez nas finais da NBA (a primeira havia
sido em 1995, na era comandada por Shaq e Penny Hardaway).
A franquia
despachou o Cleveland Cavaliers de LeBron James, MVP da temporada regular, nas
finais da conferência Leste, mas foi derrotado pelo Lakers de Kobe Bryant e Pau
Gasol nas finais da NBA, por 4 a 1.
Nos seguintes
anos, o Magic foi perdendo sua dominância para Celtics e Heat no Leste e o
esforço de Howard não foi o suficiente. Com o objetivo de mudar os ares e
alcançar o sonhado título, em agosto de 2012, o pivô foi negociado para o Los
Angeles Lakers, onde viveu tempos conturbados.
Temporada nos
Lakers
Kobe Bryant e
Pau Gasol haviam conquistado dois títulos juntos, mas não estavam satisfeitos,
então um “super time” foi criado em busca de mais um troféu.
O Lakers
trouxe Dwight Howard, um dos pivôs mais dominantes da liga, e Steve Nash, 2x
MVP e lenda do basquete.
O resultado?
Foi pífio.
A guerra de
egos contra Kobe Bryant afetou seu jogo.
Dwigth não
conseguia ser dominante no garrafão e nem efetivo na defesa.
A constante
busca pela excelência fez Kobe se irritar com o companheiro de equipe cada vez
mais.
Fazendo com
que a displicência de Howard gerasse conflito público com a principal estrela
dos Lakers e com o estilo da equipe.
Apesar dos
problemas, como as diversas lesões e até uma cirurgia, Howard teve médias de
17,1 pontos (PPJ)e 12,3 rebotes por jogo (RPJ), líder da liga neste quesito na
temporada.
Inclusive,
2012–13 foi a última campanha em que o Lakers conseguiu se classificar para os
playoffs.
A franquia
foi varrida ainda na primeira rodada contra o San Antonio Spurs, com direito a
expulsão de Dwigth no jogo 4.
O fim do
casamento promissor foi em julho de 2013, quando Howard foi negociado para
Houston Rockets (onde também não teve vida fácil com James Harden, por
problemas semelhantes aos que teve com Kobe).
O que esperar
nesta temporada?
Apesar de não
ser mais o jogador dos tempos de Orlando, Dwight Howard, aos 33 anos, tem
totais condições de entregar exatamente o que o Lakers pretende receber de seus
serviços.
Em meio à
crise na posição 5 em toda a liga, Howard segue dominante dentro do garrafão e
vai dar a folga física necessária para que Anthony Davis jogue com mais
liberdade na quadra e explore o perímetro.
Sem Cousins,
seu concorrente direto na posição é JaVale McGee, de 31 anos, que vai para sua
segunda temporada com a camisa dourada e roxa. Em 75 jogos e 22.3 minutos por
jogo (MPJ), McGee teve médias de 12.0 PPJ, 7.5 RPJ e 2.0 BLK (toco por jogo) na
temporada passada.
Pelo Wizards,
Howard teve 12.8 PPJ, 9.2 RPJ e 0.4 BLK, em 25.6 minutos de quadra, num total
de nove jogos.
Em 15
temporadas na NBA, o pivô tem médias de 17.4 PPJ, 12.6 RPJ e 2.0 BLK em 1,044
jogos (tendo a incrível marca de 1,043 jogos como titular e apenas 1 como
reserva).
Além disso,
vale ressaltar que em seu currículo Dwight tem: 8x All-Star, 8x All-NBA Team,
3x Defensor do Ano, entre outras premiações.
Em entrevista
neste ano para Fair Game, Howard agradeceu a Kobe por ter lhe chamado de “mole”
durante a sua primeira passagem por LA e o ódio pela lenda do Lakers não existe
mais e sim, um pivô renovado, experiente, concentrado e com menos ego do que da
primeira vez.
Com a cabeça
renovada, Dwight se junta a um elenco promissor liderado por Lebron James e
Anthony Davis, que ainda conta com o talento do jovem Kyle Kuzma e a
experiência de Rajon Rondo e Danny Green.
Se continuar
saudável, deve fazer um alarde positivo com potencial de reescrever uma nova
história em Los Angeles, desta vez com o final feliz.
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