terça-feira, agosto 27, 2019

Dwight Howard: o conflito entre a esperança e o ego...

Imagem: NBA

O conflito entre a esperança e o ego de Dwight Howard

Após seis anos da tentativa frustrada em super time, pivô volta para o Los Angeles Lakers

Luiz Gustavo Ribeiro

O Los Angeles Lakers resolveu dar nova chance ao pivô Dwight Howard.

A forte lesão no joelho de DeMarcus Cousins fez a franquia da Califórnia ir em busca do que há de mais extremo na NBA.

E em uma espécie de draft contra Joakim Noah e Marreese Speights, Howard foi o selecionado para disputar vaga com JaVale McGee no garrafão da equipe.

O pivô foi anunciado pelas redes sociais da franquia nesta segunda-feira (26).

Foram cinco times nos últimos três anos: Houston Rockets, Atlanta Hawks, Charlotte Hornets, Washington Wizards e uma breve passagem pelo Memphis Grizzlies.

Mas antes dos sucessivos fracassos, no Orlando Magic, entre 2004 e 2012, o pivô viveu sua melhor fase na carreira.

Primeira escolha do Draft de 2004, Dwight Howard surgiu como uma explosão de esperanças na NBA.

Com médias de 12 pontos e 10 rebotes por jogo, o pivô se tornou o jogador mais jovem a ter média de duplo-duplo na temporada regular da liga.

Com o sucesso e a dominância no garrafão, Howard logo foi comparado ao lendário Shaquille O’Neal, que também ascendeu na franquia de Orlando durante a década de 1990.

Seu ápice com a camisa azulina foi durante a temporada 2008–09.

Liderados por Howard, o Magic chegou pela segunda vez nas finais da NBA (a primeira havia sido em 1995, na era comandada por Shaq e Penny Hardaway).

A franquia despachou o Cleveland Cavaliers de LeBron James, MVP da temporada regular, nas finais da conferência Leste, mas foi derrotado pelo Lakers de Kobe Bryant e Pau Gasol nas finais da NBA, por 4 a 1.

Nos seguintes anos, o Magic foi perdendo sua dominância para Celtics e Heat no Leste e o esforço de Howard não foi o suficiente. Com o objetivo de mudar os ares e alcançar o sonhado título, em agosto de 2012, o pivô foi negociado para o Los Angeles Lakers, onde viveu tempos conturbados.

Temporada nos Lakers

Kobe Bryant e Pau Gasol haviam conquistado dois títulos juntos, mas não estavam satisfeitos, então um “super time” foi criado em busca de mais um troféu.

O Lakers trouxe Dwight Howard, um dos pivôs mais dominantes da liga, e Steve Nash, 2x MVP e lenda do basquete.

O resultado?

Foi pífio.

A guerra de egos contra Kobe Bryant afetou seu jogo.

Dwigth não conseguia ser dominante no garrafão e nem efetivo na defesa.

A constante busca pela excelência fez Kobe se irritar com o companheiro de equipe cada vez mais.

Fazendo com que a displicência de Howard gerasse conflito público com a principal estrela dos Lakers e com o estilo da equipe.

Apesar dos problemas, como as diversas lesões e até uma cirurgia, Howard teve médias de 17,1 pontos (PPJ)e 12,3 rebotes por jogo (RPJ), líder da liga neste quesito na temporada.

Inclusive, 2012–13 foi a última campanha em que o Lakers conseguiu se classificar para os playoffs.

A franquia foi varrida ainda na primeira rodada contra o San Antonio Spurs, com direito a expulsão de Dwigth no jogo 4.

O fim do casamento promissor foi em julho de 2013, quando Howard foi negociado para Houston Rockets (onde também não teve vida fácil com James Harden, por problemas semelhantes aos que teve com Kobe).

O que esperar nesta temporada?

Apesar de não ser mais o jogador dos tempos de Orlando, Dwight Howard, aos 33 anos, tem totais condições de entregar exatamente o que o Lakers pretende receber de seus serviços.

Em meio à crise na posição 5 em toda a liga, Howard segue dominante dentro do garrafão e vai dar a folga física necessária para que Anthony Davis jogue com mais liberdade na quadra e explore o perímetro.

Sem Cousins, seu concorrente direto na posição é JaVale McGee, de 31 anos, que vai para sua segunda temporada com a camisa dourada e roxa. Em 75 jogos e 22.3 minutos por jogo (MPJ), McGee teve médias de 12.0 PPJ, 7.5 RPJ e 2.0 BLK (toco por jogo) na temporada passada.

Pelo Wizards, Howard teve 12.8 PPJ, 9.2 RPJ e 0.4 BLK, em 25.6 minutos de quadra, num total de nove jogos.

Em 15 temporadas na NBA, o pivô tem médias de 17.4 PPJ, 12.6 RPJ e 2.0 BLK em 1,044 jogos (tendo a incrível marca de 1,043 jogos como titular e apenas 1 como reserva).

Além disso, vale ressaltar que em seu currículo Dwight tem: 8x All-Star, 8x All-NBA Team, 3x Defensor do Ano, entre outras premiações.

Em entrevista neste ano para Fair Game, Howard agradeceu a Kobe por ter lhe chamado de “mole” durante a sua primeira passagem por LA e o ódio pela lenda do Lakers não existe mais e sim, um pivô renovado, experiente, concentrado e com menos ego do que da primeira vez.

Com a cabeça renovada, Dwight se junta a um elenco promissor liderado por Lebron James e Anthony Davis, que ainda conta com o talento do jovem Kyle Kuzma e a experiência de Rajon Rondo e Danny Green.

Se continuar saudável, deve fazer um alarde positivo com potencial de reescrever uma nova história em Los Angeles, desta vez com o final feliz.

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