Imagem: Twitter Gabriel Batistuta
Tata Brown:
um gol, um gesto, a conquista do mundo e a eternidade de glória
José Luis
Brow, zagueiro argentino campeão do mundo em 1986, faleceu na última semana,
aos 62 anos, após lutar contra o Mal de Alzheimer.
Deixou como
legado uma história que diz mais sobre a vida do que sobre futebol.
Pedro
Henrique Brandão Lopes
Mais
conhecido como El Tata Brown, o zagueiro foi convocado para ser reserva de
ninguém menos do que Daniel Passarella, o já veterano capitão do Mundial de
1978.
Carlos
Billardo foi quem bancou a convocação de Tata Brown, que estava sem clube e
sofria com lesões no joelho.
Billardo
conhecia a coragem e disposição de Brown desde 1975, quando promoveu o jovem ao
time principal do Estudiantes.
Na preparação
para a estreia, porém, Passarella teve uma intoxicação alimentar e não pôde
jogar.
O questionado
Brown assumiu a titularidade e jogou como um veterano.
Titular nos
sete jogos da Copa, o zagueiro não comprometeu, mas também estava longe de ser
um primor com a bola nos pés.
Tata Brown
seguiu questionado até o dia 29 de junho de 1986, quando, aos 23 minutos do
primeiro tempo da final contra a Alemanha no Estádio Azsteca, o zagueiro subiu
mais alto que a zaga alemã para encontrar a bola cruzada por Burruchaga e
testar forte para balançar as redes defendidas por Schumacher.
O gol abriu o
marcador da decisão do Mundial que ao final da partida apontou: Argentina 3 a 2
Alemanha.
Em 36 jogos
com a camisa Albiceleste, Brown marcou apenas um gol pela Argentina, justamente
aquele no Estádio Azteca.
“O destino e
Deus quiseram que fosse na final. Esse gol mudou meu documento. Desde então,
passei a ser: José Luis Brown, o que fez o gol na final da Copa do Mundo”.
Era o
bicampeonato mundial dos hermanos e Brown havia contribuído para o feito.
Porém, o gol
foi o primeiro ato que levou Brown à história, o outro aconteceu na etapa final
quando o zagueiro luxou o ombro após uma dividida.
Qualquer
outro jogador naquele momento pediria a substituição, afinal, ele já havia
feito mais do que sua parte: um gol em final de Copa do Mundo.
Tata Brown,
não!
No
atendimento, disse ao médico: “nem pense em me tirar, não saio nem morto”.
Mesmo com a
dor insuportável, permaneceu em campo.
Para
imobilizar o ombro machucado e não deixar o gramado, o zagueiro fez um furo no
centro de sua camisa, apoiou o polegar, jogou o restante da partida e foi
campeão do mundo assim.
Como
homenagem, na rodada da Superliga Argentina, no último fim de semana, não houve
a repetição do gol de cabeça do zagueiro, o que houve foi um minuto de silêncio
antes de todas as partidas e os capitães dos clubes argentinos repetiram o
gesto eterno de José Luis “Tata” Brown.
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