Quando o árbitro Wagner Tardelli apontou o fim do jogo e a vitória do Atlético Goianiense por 2x0 sobre o ABC cristalizou-se, pensei: será que a ficha agora cai?
Não sei, mas desconfio que não, pois poucos vão aceitar a dura e cruel verdade: o time do ABC é ruim!
Os números confirmam a triste verdade.
O ABC conquistou apenas 6 pontos dos 24 possíveis, está à frente somente de São Caetano e Campinense, mas tal vantagem nada significa, pois serão quatro os rebaixados.
A equipe venceu duas vezes e mais uma vez, apenas São Caetano e Campinense ficam para trás.
As 6 derrotas deixam o alvinegro em condições de igualdade com São Caetano e Campinense.
Que triste consolo!
Os gols marcados em 8 jogos foram 4...
Somente o São Caetano marcou menos gols; apenas3.
Os gols sofridos foram 15...
O Fortaleza sofreu 16 e o Campinense 19, só eles, conseguem ter defesas piores...
Esse quadro permite uma pergunta e, certamente a resposta não irá agradar: quantos jogadores do atual elenco do ABC, seriam titulares absolutos da maioria das equipes que disputam a Série B (e olha que o nível da maioria dessas equipes, não é lá dos melhores)?
Poucos, pouquíssimos...
Portanto, não dá mais para continuar com o discurso que amanhã será outro dia...
Ninguém agüenta mais jogador afirmar que é preciso levantar a cabeça e trabalhar mais...
Mais?
Quanto seria esse mais?
Por outro lado ficar afirmando que assim que os machucados com ou sem aspas, estiveram de volta à coisa vai engrenar, também não adianta mais...
Vai mesmo?
Quem acredita nisso de verdade?
Chiquinho, Marco Aurélio e Tiaguinho, são os caras para a lateral direita?
Delano e Rogerinho merecem a confiança do treinador para cumprir as funções que ele espera de um lateral esquerdo?
Que razões impedem Audálio de jogar?
Que razões mantêm Fabiano Silva, Marquinhos Mossoró, Rafael e Rogério no elenco?
Alex Oliveira, Sandro, Tiano e Rodriguinho são os meias, os homens de armação, os cérebros do time, e daí?
O primeiro ainda não jogou e quando jogar vai resolver sozinho?
O segundo jogou algumas partidas e machucado parou...
O terceiro jogou, machucou e ainda não voltou...
E o quarto, joga, mas não convence...
No ataque, Ivan tem história, mas...
Ronaldo Capixaba não me convenceu antes, e agora, muito menos...
Nonato estava no Mixto, isso já diz tudo...
Fábio Saci é simpático, bem humorado, mas é só...
Ricardinho, onde anda mesmo o Ricardinho?
Fábio Silva, bem, deixa para lá...
João Paulo merecia um meia de qualidade para lançá-lo e um companheiro capaz e eficaz para “dialogar” com ele...
Em relação à Arthurzinho, tenho por ele carinho e admiração pessoal, o vi jogar, o baixinho era muito bom, muito bom mesmo!
Ensinou a muitos, mas também aprendeu um bocado...
O mundo da bola o ensinou a tratar com a imprensa...
Sempre solicito e sempre capaz de responder qualquer pergunta, mesmo que a resposta acabe se tornando uma viajem pelo mundo do otimismo e da fé...
Em relação ao torcedor, Arthurzinho sabe como lidar com os anseios da massa, usa e abusa da humildade em doses certas...
Traz para si a responsabilidade e diz compreender a revolta da torcida e manobra de forma inteligente ao explicar as derrotas...
Seu grande mérito é fazer da esperança o doping necessário para aplacar a insatisfação, enquanto aguarda por um milagre...
Na beira do gramado, Arthurzinho não é só um treinador (bom treinador, diga-se de passagem), mas sabe incorporar o personagem certo para conquistar “aliados”...
Arthurzinho conhece o ethos da arquibancada...
Mas isso tem um limite e ele sabe, por isso, Arthurzinho desempenha tão bem seu papel, por isso, ele sempre deixa a impressão que mais poderia ter sido feito, se mais lhe houvessem ofertado.
Ao encerrar, deixo aqui um alerta: não afirmo que a situação seja irreversível e nem tão pouco, afirmo que nada mais possa ser feito, mas espero que acabem com a ladainha de que o time jogou muito, mas bola não entrou, espero que acabem com o blá, blá, blá de que na próxima partida alguém vai pagar o pato...
A situação é bem simples: ou esse time cresce ou então as trinta rodadas restantes, serão uma longa e dolorosa estrada.