Por ROBERTO VIEIRA*
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Nada de champanhe.
O campeonato pernambucano vai ter batismo de cerveja.
Uma cerveja pilsen desenvolvida para o público nordestino.
Por 800 mil reais, o estadual mudou de nome.
Tornou-se Brahma Fresh. Um grande incremento no público da cerveja lançada originalmente em Salvador.
Algumas dúvidas persistem.
Quanto cada clube vai ganhar?
Quanto a federação vai receber?
Por que as bebidas alcoólicas continuam proibidas em torneios organizados pela CBF?
Birra?
Muitos dirão que bebidas são vendidas em volta dos estádios.
Torcedores já chegam aloprados nas arquibancadas.
Esquecem que, durante duas horas, os consumidores se concentram no jogo de futebol.
Duas horas de abstenção forçada.
Esquecem que o Nordeste lidera as estatísticas de alcoolismo no Brasil. Esquecem que os hospitais e a polícia recebem os agressores e as vítimas. Mas não recebem nenhum tostão a mais pelo trabalho.
Dito isso, resta a matemática.
São 800 mil reais para 12 clubes.
Quatro meses de torneio.
Imaginando que a federação fique com uns 200 mil.
Os três grandes devem abocanhar uns 400 mil reais.
Cem mil por mês de campeonato.
Trinta e três mil, por grande time, mensais.
Mais o consumo per capita nas partidas.
Muito? Muito pouco.
Apenas um paciente politraumatizado e aposentado por invalidez custa mais ao Estado que estes 800 mil reais.
Sem contar o custo incomensurável de uma morte.
Vai aqui uma idéia.
Como o lema da AmBev é ser ‘a maior empresa de bebidas do mundo em um mundo melhor’, que tal abrir a carteira?
O símbolo da empresa não é um bumerangue?
Legal não é ir e voltar?
Então?
Campanha educativa com os torcedores.
Investimento nos hospitais que recebem os pacientes traumatizados.
Investimento na polícia que vai segurar a barra antes, durante e depois dos jogos.
Arcar com os custos beneficiários também seria uma boa.
Sem trocadilhos.
Parece absurdo?
Nem um pouco.
A sociedade não deve arcar com a insanidade temporária dos clubes e da federação.
Muitos julgarão o texto hipócrita, fundamentalista, mané.
Qualé, bicho?
Ser fundamentalista é não tocar o dedo na ferida.
Hipocrisia é imaginar que a bebida não incentiva a violência.
Principalmente em um país, famoso pelos dribles, gols de placa e pela impunidade!
E o Mané? É só refrescar a memória!
Alguém lembra como acabou o maior Mané do futebol mundial?
Um comentário:
Pois é, meu caro Fernando Amaral. para mim, sem patriotada, o Mané Garrincha é o rei do nosso futebol.Lamentavelmente, foi vencido pelo maldito vício do álcool.O que não nos faz esquecer da sua genialidade.
Forte abraço
caurosa
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