quarta-feira, janeiro 28, 2009

Uma consulta que virou entrevista...

Passei uma agradável tarde de terça feira com o presidente do América, Dr. José Rocha.


Na verdade, não fui tratar de futebol, mas sim, de uma demanda jurídica que pretendo iniciar e ver as possibilidades de ter o escritório do ilustre jurista como defensor de minha causa.


Como era de se esperar, fui recebido com a máxima deferência e com toda a consideração.


José Rocha, sempre foi um cavalheiro e mesmo, quando minhas criticas foram azedas, jamais deixou de me tratar com respeito profissional e com especial atenção.


Após tratarmos do assunto principal, acabamos por enveredar pelo futebol e é claro, sobre o América em especial.


A conversa que deveria ter durado uns 15 ou vinte minutos no máximo, ultrapassou a hora e meia e por hábito, acabei entrevistando o meu anfitrião.


Sobre seu comportamento como presidente, José Rocha disse o seguinte: “minha função é gerir o clube, buscar soluções para os problemas, abrir caminhos e portas, que tragam benefícios ao clube. Nas crises, minha obrigação é ser o moderador e não o agente de mais confusão”.


“Não vou ao Centro de Treinamento, não interfiro com quem dirige o futebol e nem fico dando “pitaco” nas decisões da comissão técnica”.


“Exijo profissionalismo, exijo trabalho, exijo cumprimento dos deveres, mas dou meios para depois, poder cobrar”.


Sobre as dívidas do clube, o presidente antes de dizer qualquer coisa, esboçou um largo sorriso de satisfação e afirmou: “a crise que vivemos entre o ano de 2000 e 2002, nos deixou um débito de cerca de 4 milhões de reais, mas hoje, não devemos um centavo, a não ser, os que irão vencer e que, serão honrados na data aprazada”.


Perguntei então, se o dinheiro da timemania tinha contribuído e José Rocha, disse: “a timemania é bem-vinda e é claro que nos presta uma grande colaboração, mas o grosso da divida, foi negociado e honrado bem antes da chegada dela”.


Ainda sobre a negociação dos débitos, José Rocha contou que jamais permitiu ou irá permitir que o América perca qualquer parte de seu patrimônio e que, ao contrário do que se comentou, nenhum centímetro da sede da Rodrigues Alves foi perdido; “o que houve, foi um contrato de parceria, onde o clube permaneceu dono de seu patrimônio e o parceiro investiu num negócio que tem sido lucrativo para ambos”.


Em relação a administrações passadas, José Rocha fez questão de elogiar a correção do grupo recém saído do América e, afirmou que o chamado G4, honrou todos os compromissos e não deixou nenhum débito pendente...


“os meninos foram corretos e o América deve muito a eles”.


José Rocha, também fez questão de elogiar o ex-presidente Gustavo Carvalho, a quem chamou de grande americano e homem de bem.


Ao ser questionado sobre outros períodos e sobre outras gestões que chamei de catastróficas, José Rocha, elegante como sempre, deu um sorriso e disse que “erros e acertos, fazem parte da vida de todos nós, não sou perfeito e, portanto, não vou ficar me debruçando sobre o passado”.


A respeito do time, o presidente disse que tudo está sendo feito para que as coisas funcionem... “A comissão técnica tem o que precisa, os jogadores têm o que necessitam e buscamos contratar dentro das nossas possibilidades financeiras, o que de melhor pudemos encontrar”.


“Não faremos nenhuma loucura ou cometeremos nenhum desatino, mas vamos buscar qualificar a equipe de modo que tenhamos condições de lutar pela conquista do campeonato estadual, representar condignamente o Estado na Copa do Brasil e chegar a Série B, prontos para uma disputa de igual para igual”.


Perguntei que avaliação ele faria da gestão de José Vanildo, a frente da FNF e, de pronto, recebi a seguinte resposta: “o único defeito do Zé, é ser ABC (risos). Porém, brincadeira a parte, José Vanildo deu outra dimensão a FNF, trouxe credibilidade, está buscando organizar e modernizar entidade e tem contado com apoio irrestrito do América”.


Antes de encerrar, fiz uma pequena provocação e perguntei sobre o ABC...


José Rocha riu (percebendo o tom provocativo da pergunta) e disse: “futebol sem rivalidade não existe, o ABC é nosso maior rival, é claro que não o quero campeão, mas também é claro que não o quero frágil. O América precisa de um rival forte, pois assim, teremos estádios lotados, patrocinadores interessados e motivação para crescer”.


Deu uma pausa e acrescentou: “não carrego para fora do campo à rivalidade, sou amigo de Judas Tadeu e tenho por ele enorme consideração, mas com abola rolando, aí, cada um de nós veste sua camisa e torce contra o outro... Isso é natural, não”?


Em síntese, esse foi o papo, essa foi à tarde que passei na sede do clube rubro, em companhia de um presidente que é um dos símbolos do América FC...


Ao me retirar, agradeci e brincando disse: “Dr. José Rocha, há quantos anos o América não vence um campeonato?...


Ele me olhou sério e disse: “há tempo o bastante para me deixar insatisfeito e querer acabar com isso...


“Vou brigar pelo título, pode acreditar nisso”.

 

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