quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Clubes têm mais dinheiro, mas quase nada muda por causa da cartolagem ruim e obsoleta...


Por Vítor Birner


A ruindade administrativa da cartolagem continua igual.

Nos últimos anos, entrou bastante dinheiro no futebol.

A economia brasileira ganhou força, o país investe pesado na Copa do Mundo de 2014, os ingressos dos jogos encareceram, o preço dos mantos sagrados dos times também, assim como o valor das cotas de transmissão pagas aos clubes pela TV Globo.

Os patrocínios de camisas também cresceram bastante, apesar dos publicitários, neste momento, mostrarem cautela na hora de decidir se vão desembolsar milhões e milhões de reais.

O mercado consumidor do futebol aumentou.

Cresceu a quantidade de mulheres que ama e torce por seu time.

Antes, quando entravam na arquibancada, ouviam gritos e palavrões em ‘homenagem’ àquilo que nenhum homem possui. Hoje, ainda bem, são respeitadas nos estádios.

Além das senhoras e senhoritas, o futebol, que antes era uma paixão, atraiu o público da moda (masculino e feminino), histérico, fã do discurso politicamente correto, mais apegado ao atleta “pop star” do que ao time e louco para torrar dinheiro em produtos futebolísticos.

Nenhum cartola de time grande pode reclamar da falta de grana e da possibilidade de arrecadar mais.

Mesmo assim Flamengo, Vasco e Cruzeiro, logo no início da temporada, enfrentam problemas com atrasos salariais e reclamações de seus funcionários boleiros.

Outros times, se ainda não vivem situação igual, repetirão ao longo de 2012 a velha e vergonhosa história arraigada na cultura dos gestores do futebol daqui.

O que precisa acontecer para a situação virar exceção??????

Como o Rubro-Negro, dono da maior torcida do país e agraciado com a cota de TV da Globo superior à quase todas outras agremiações (só o Corinthians está no mesmo patamar) , habitualmente não consegue cumprir o combinado?

Vampeta, faz mais de uma década, disse que o Flamengo fingia que pagava.

Desde então, diferentes presidentes e diretores deram as cartas no clube, todavia a situação vive se repetindo.

O problema não está na Gávea.

Atrasos e calotes são usuais no futebol. Acontecem em times de todos os estados e divisões.

Depois, quando o jogador confia no empresário e dá de ombros para o time o torcedor se revolta.

Concordo com a ira do povo.

A minha é igual.

Só que devemos entender qual é o nascedouro da relação sem confiança entre atleta e patrão.

As críticas devem ser direcionadas aos responsáveis.

Infelizmente, pelo jeito, serei obrigado a repetir diversos temas abordados nas últimas temporadas.
O enriquecimento do futebol brasileiro não muda quase nada.

Aquilo que é velho e obsoleto continua forte, praticamente intacto.


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