Por Vítor Birner
A ruindade administrativa da
cartolagem continua igual.
Nos últimos anos, entrou bastante
dinheiro no futebol.
A economia brasileira ganhou força,
o país investe pesado na Copa do Mundo de 2014, os ingressos dos jogos
encareceram, o preço dos mantos sagrados dos times também, assim como o valor
das cotas de transmissão pagas aos clubes pela TV Globo.
Os patrocínios de camisas também
cresceram bastante, apesar dos publicitários, neste momento, mostrarem cautela
na hora de decidir se vão desembolsar milhões e milhões de reais.
O mercado consumidor do futebol
aumentou.
Cresceu a quantidade de mulheres
que ama e torce por seu time.
Antes, quando entravam na
arquibancada, ouviam gritos e palavrões em ‘homenagem’ àquilo que nenhum homem
possui. Hoje, ainda bem, são respeitadas nos estádios.
Além das senhoras e senhoritas, o
futebol, que antes era uma paixão, atraiu o público da moda (masculino e
feminino), histérico, fã do discurso politicamente correto, mais apegado ao
atleta “pop star” do que ao time e louco para torrar dinheiro em produtos
futebolísticos.
Nenhum cartola de time grande
pode reclamar da falta de grana e da possibilidade de arrecadar mais.
Mesmo assim Flamengo, Vasco e
Cruzeiro, logo no início da temporada, enfrentam problemas com atrasos
salariais e reclamações de seus funcionários boleiros.
Outros times, se ainda não vivem
situação igual, repetirão ao longo de 2012 a velha e vergonhosa história
arraigada na cultura dos gestores do futebol daqui.
O que precisa acontecer para a
situação virar exceção??????
Como o Rubro-Negro, dono da maior
torcida do país e agraciado com a cota de TV da Globo superior à quase todas
outras agremiações (só o Corinthians está no mesmo patamar) , habitualmente não
consegue cumprir o combinado?
Vampeta, faz mais de uma década,
disse que o Flamengo fingia que pagava.
Desde então, diferentes
presidentes e diretores deram as cartas no clube, todavia a situação vive se
repetindo.
O problema não está na Gávea.
Atrasos e calotes são usuais no
futebol. Acontecem em times de todos os estados e divisões.
Depois, quando o jogador confia
no empresário e dá de ombros para o time o torcedor se revolta.
Concordo com a ira do povo.
A minha é igual.
Só que devemos entender qual é o
nascedouro da relação sem confiança entre atleta e patrão.
As críticas devem ser
direcionadas aos responsáveis.
Infelizmente, pelo jeito, serei
obrigado a repetir diversos temas abordados nas últimas temporadas.
O enriquecimento do futebol
brasileiro não muda quase nada.
Aquilo que é velho e obsoleto
continua forte, praticamente intacto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário