sexta-feira, junho 01, 2012

Narrações “galvaniônicas”...




Por Joaquim Tavares Junior.



Não é de hoje que Galvão Bueno vem sendo “cornetado” por muitos admiradores de esportes, em especial os de futebol. 

Como uma espécie de animador de espetáculo, ele tem seu “ponto forte” na emoção que deixa transparecer em suas narrações (daí a frase “Com Galvão é mais emoção”). 

No entanto, principalmente desde a última Copa do Mundo, o número de críticas sobre suas apresentações vem crescendo notavelmente.

Muito alarde e pouca narração, propriamente dita. 

Assim vem sendo as transmissões realizadas por ele. 

Seja no futebol, vôlei, Fórmula 1 ou até mesmo no UFC (modalidade onde mais foi criticado), sempre deixa sua marca com tentativas de “frases de efeito”, nem sempre positivas e que já lhe renderam inúmeras páginas de humor na internet, como por exemplo, uma que aponta as 50 melhores pérolas de Galvão Bueno.

“Mr. Bueno” narrou pela Rede Globo (único canal aberto a transmitir o jogo) a final da UEFA Champions League entre Bayern de Munique e Chelsea, em Munique, Alemanha. 

Com uma atuação bem “galvaniônica”, deixou muito a desejar em vários aspectos:

Galvão buscou e valorizou uma “magia do futebol”, esquecendo-se da dinâmica do esporte e falando de um lado mítico, que muito tem a ver com o “destino”;

Foi um “secador” de plantão. Mostrou isso antes do pênalti perdido pelo holandês “Rrrrrrobben”, jogador do Bayern e especulou inclusive a sua batida nas cobranças que definiriam o título – “Já pensou se ele perde…?”;

Mostrou-se amplamente contraditório. 

No início da transmissão, afirmou que preza pelo cumprimento do regulamento e concordou com o Arnaldo (seu fiel escudeiro) em não dar acréscimo no 1º tempo da prorrogação, já que os jogadores estavam exaustos (nada disso consta nas regras) – “Mandou bem, Arnaldo”;

Criou estereótipos o tempo inteiro, como sempre faz. Herói, craque, experiente, folgado;

Relatou acontecimentos sem nenhum embasamento real, como a possível “rincha” entre Drogba e Fernando Torres mencionada durante a transmissão, que faz com que um não passe a bola para o outro;

Em seus comentários, favoreceu sempre o time que estava em melhor momento na partida. No jogo da final, Galvão era só elogios ao Bayern e terminou vangloriando o Chelsea;

Foi sensacionalista e caricato, buscando mais atenção que o próprio jogo.

Galvão tem muitas qualidades, como seu vasto conhecimento e experiência no meio esportivo, mas o que tem aparecido com mais intensidade são seus defeitos e deslizes. 

E seu companheiro Arnaldo, que também não anda em boa fase, segue o mesmo caminho, sendo criticado por suas opiniões duvidosas sobre os lances de arbitragem. 

Arnaldo ainda é o dono da frase “A regra é clara!”, que faz pouco sentido a meu ver, já que a subjetividade é o centro de muitas decisões do árbitro e das próprias regras, como a de impedimento, por exemplo. 

Como definir se o jogador que estava impedido participou ou não da jogada? 

Enfim, não é tão claro assim.

Terminando a partida, o Chelsea se sagrou campeão após a decisão de pênaltis, tendo como grande “herói”, Drogba. 

O Bayern sentiu o peso da derrota na final dentro de casa, perante a sua torcida. 

E o Galvão? 

Terminou mais uma transmissão e já deve estar se preparando para muitas outras, ou seja, se prepare porque o que vem por aí é “teste para cardíaco!”.


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