sexta-feira, outubro 16, 2015

Jogadores da Eritreia pedem asilo em Botsuana para evitar execução...

Obrigados a prestar serviços militares, dez atletas da seleção de futebol se negaram a retornar ao país após um amistoso...

A seleção de futebol da Eritreia, país a nordeste da África, entrou com pedido formal para tentar asilo político em Botsuana, depois de disputar um amistoso contra a seleção local na última terça-feira.

País de política autoritária e unipartidária, a Eritreia obriga os cidadãos a prestarem serviços militares por, ao menos, 18 meses, o que é a principal motivação para o êxodo populacional.

Caso sejam mandados de volta ao país, os dez atletas que ficaram em Botsuana podem ser executados ou receber prisão perpétua por se negarem a servir o Exército.

Submetidos ao serviço militar obrigatório, os dez atletas da Eritreia se negaram a retornar ao país de origem, que desde 1993 é comandado de forma absoluta pela figura de Isaias Afewerki, déspota que dita as regras no país há mais desde 1993.

Os atletas permaneceram em Francistown, cidade ao leste de Botsuana, com o conhecimento da Federação de Futebol da Botsuana e de uma ONG de apoio aos direitos humanos.

A ativista Abane Ghebremestel, do Movimento Eritreu pela Democracia e pelos Direitos Humanos, com sede em Pretória, na África do Sul, confirmou o pedido de asilo e explicou os próximos processos.

"Dez jogadores se negaram a embarcar no avião, alegando asilo político, e foram detidos para serem interrogados. Caso sejam enviados de volta à Eritreia, serão acusados de traição e podem ser executados ou detidos de forma perpétua."

O presidente da Federação nacional de futebol, Basadi Akoonyatse, mostrou-se ciente da manifestação dos migrantes e, ao menos por enquanto, decidiu-se de forma favorável à investigação do caso.

Esta não é a primeira vez que jogadores do país aproveitam uma viagem para fugir da Eritreia: em 2012, 18 jogadores pediram asilo em Uganda, em 2007 outros seis fizeram o mesmo em Angola e dois anos depois 12 jogadores ficaram no Quênia.

Fonte: Veja/Gazeta Press

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