quarta-feira, junho 03, 2020

"Um clube, uma honra"... NK Maribor da Eslovênia.



Não conheço, mas já vi! #14

A ascensão do Maribor.

Dyego Lima

“Um clube, uma honra”.

Esse é o slogan que define o NK Maribor, clube que carrega o nome da segunda maior cidade da Eslovênia, localizada na região da Baixa Estíria.

Fundado no dia 12 de dezembro de 1960, é uma das equipes mais bem-sucedidas do país, com 15 títulos Nacionais, nove Copas e quatro Supercopas.

Além disso, ao lado de ND Gorica e Nogometni Klub Celje, são os únicos três times que participaram de todas as edições do Campeonato Esloveno.

Ao longo de toda sua história, o Maribor sempre foi representado pela cor roxa.

No início, alguns funcionários do clube preferiam o vermelho e o branco, e o clube anterior da cidade, o MSD Branik, era alvinegro.

Como essas cores eram bastante difundidas entre as equipes iugoslavas, como o Estrela Vermelha e o Partizan, os sócios optaram por uma nova combinação.

Assim, a inspiração foi a Fiorentina, um dos clubes de maior sucesso na Europa à época.

A casa da equipe é o Stadion Ljudski vrt, construído em 1952, e com capacidade atual para pouco menos de 13 mil pessoas. O nome é uma homenagem a um parque público que ficava no local.

É lá que o Maribor recebe o Olimpija Ljubljana para a disputa do Eternal Derby.

A rivalidade remete à década de 60, quando os clubes se enfrentavam na segunda divisão da Iugoslávia.

Internamente, o clube possui uma premiação chamada de The Purple Warrior.

Idealizado em 2008, o troféu é dado, por meio de uma votação no site oficial da equipe, ao jogador de melhor desempenho na última temporada.

Para concorrer, o atleta precisa ter atuado em pelo menos 10 partidas oficiais.

Entre 2011 e 2017, o centroavante brasileiro Marcos Tavares só não venceu em 2016.

Os primórdios

O Maribor jogou sua primeira partida no dia 05 de fevereiro de 1961, quando derrotou o rival Kovinar por 2 a 1, com Stefan Tolic marcando ambos os gols.

E, embora as cores do time, roxo e branco, tenham sido escolhidas desde o início, o time fez sua estreia com uma combinação de verde e azul.

Isso porque as camisas violeta não ficaram disponíveis a tempo para o primeiro confronto.

Naquele mesmo ano, a equipe venceu a Liga da República da Eslovênia, equivalente à terceira divisão iugoslava, que era regionalizada, e ganhou o direito de disputar os playoffs de acesso à segundona.

A vaga foi garantida após vitória contra o Uljanik, da Croácia.

Vladimir Simunic, que assumiu o comando técnico após a saída de Andrija Pflander por conta de uma doença, conduziria o time à elite dali a seis anos, conquistando o título da Segunda Divisão.

A primeira partida do clube na elite iugoslava foi disputada em 1967, um empate por 1 a 1 contra o Vardar, da Macedônia.

Foi nessa mesma temporada que os eslovenos viram o primeiro duelo entre duas equipes do país na primeira divisão: um 0 a 0 entre o Maribor e o Olimpija Ljubljana.

Os Violetas encerrariam a Liga na 12° colocação.

Durante seus cinco anos na divisão principal, o Maribor jogou um total de 166 partidas, com 40 vitórias, 57 empates e 69 derrotas.

Sua melhor colocação foi um 10° lugar dentre 18 clubes em 1969/70.

A época 1971/72 foi sua última na Primeira Divisão, ficando no último lugar com apenas 20 pontos. Mladen Kranjc, um dos melhores da história do clube, foi o artilheiro do time nos cinco anos de elite, anotando um total de 54 gols.

O desempenho levou à sua transferência para o Dinamo Zagreb.

O período de complicações

Em 1972–73, já na Segunda Divisão, a equipe ficou na segunda colocação, indo disputar os playoffs de acesso.

Na decisão contra o Proleter, acabaram eliminados.

A partida de ida marcou o recorde de público em Ljudski vrt: 20 mil pessoas.

O longo período entre 1973 e 1990 foi um dos mais trágicos da história do clube, incluindo um rebaixamento para a 3° Divisão em 74/75.

Em 7879, o Maribor chegou perto de retornar à elite, mas não conseguiu vencer os playoffs de acesso.

No final da temporada 1980–81, o Maribor comemorava ter evitado um novo rebaixamento à Liga da República da Eslovênia.

Foi quando o escândalo Ball emergiu.

O clube tinha um fundo secreto que era usado para subornar árbitros e oponentes.

As autoridades descobriram que a equipe havia subornado 31 pessoas.

Por decisão do comitê disciplinar da Federação de Futebol Iugoslava, o Maribor foi rebaixado à Terceira Divisão.

Após o episódio, o time ficou oscilando entre o terceiro e o segundo níveis até a independência da Eslovênia em 1991.

Com a Eslovênia se tornando um país livre, o Maribor ingressou na recém-criada Liga Eslovena, disputando a temporada inaugural em 1991/92.

O clube foi um dos fundadores e, juntamente com o Celje, competem na elite desde a sua criação.

Nas quatro primeiras épocas, o Olimpija Ljubljana dominou.

No entanto, os Violetas bateram o rival na decisão da primeira edição da Copa da Eslovênia, vencendo nos pênaltis por 4 a 3. Venceriam também a terceira diante do Mura na final.

Vida nova

Nas primeiras edições da Liga, o máximo que o Maribor conseguiu foi o vice nas temporadas 1991/92, 92/93 e 94/95.

O primeiro título só veio em 96/97, acompanhado da Copa, vencida ante o Primorje.

A primeira conquista foi um ponto de virada na vida dos Violetas.

Eles seriam campeões nacionais nas próximas seis temporadas, conseguindo um histórico heptacampeonato.

Nesse período, a Copa seria ganha outras três vezes.

Sob o comando de Bojan Prasnikar, o clube alcançou a fase de grupos da Champions League 1999/00 pela primeira vez na história.

Enfrentando Lazio, Dinamo de Kiev e Bayer Leverkusen, acabaram ficando no último lugar.

A única vitória veio diante do Dinamo, na Ucrânia, por 1 a 0, com gol marcado por Simundza.

A Copa da Eslovênia de 2003/04 foi o último troféu do Maribor antes da nova fase de complicações.

Entre 2004 e 2007, atormentado por problemas financeiros, o clube beirou à falência.

As dívidas só foram pagas integralmente em 2011.

Sem poder contratar, o elenco era repleto de jovens jogadores.

Nesse período, o clube nunca terminou acima do terceiro lugar na Liga, além de dois vices na Copa.

O único momento de alegria foi a conquista de seu único título europeu, a Copa Intertoto de 2006.

A equipe eliminou UE Sant Julià, de Andorra, FK Zeta, da antiga Sérvia e Montenegro, antes de derrotar o Villarreal em uma das finais da região Sul-Mediterrânica.

Em 10 de maio de 2008, o Maribor reabriu o renovado Ljudski vrt, que havia passado os últimos 20 meses em reforma.

O estádio se mostrou essencial na virada de vida do clube: na temporada 2008/09, título da Liga. Na seguinte, Copa e Supercopa.

O técnico Darko Milanic se tornou o primeiro a conquistar os três títulos em seus primeiros dois anos de comando.

Na época 2010–11, com a equipe comemorando o aniversário de 50 anos, o nono título esloveno foi vencido, além do vice na Copa e na Supercopa.

Consolidação da hegemonia

Em 2011–12, o clube alcançou a fase de grupos da Europa League.

Diante de Club Brugge, Braga e Birmingham, os Violetas somaram apenas um ponto.

No entanto, a décima Liga foi ganha com o recorde de 85 pontos.

O título veio após um 8 a 0 contra o Triglav Kranj. Além dele, mais uma Copa.

Foi a terceira vez que o Maribor conseguiu fazer a dobradinha, que ainda seria coroada com a conquista da Supercopa.

No início de 2012–13, a equipe jogou sua quarta final consecutiva de Supercopa.

Conseguiram o bicampeonato após derrotar o rival Olimpija Ljubljana.

A 11° Liga foi confirmada em 11 de maio de 2013, de novo em cima dos arquirrivais.

Assim como na temporada passada, derrotaram o Celje e venceram mais uma Copa da Eslovênia.

Em 2013/14, o Maribor conseguiu passar da fase de grupos da Europa League pela primeira vez.

Acabariam eliminados na primeira rodada de mata-mata pelo futuro campeão Sevilla.

Na época seguinte, alcançou os grupos da Champions pela 2° vez.

Só conseguiu três pontos contra Chelsea, Schalke 04 e Sporting Lisboa.

Porém, em casa, a Liga e a Supercopa foram garantidas mais uma vez.

Na temporada 2015–16, o time não venceu o Campeonato Esloveno pela primeira vez desde 2009/10.

Terminou em segundo, atrás do rival Olimpija Ljubljana.

Na Copa, a nona conquista, derrotando o Celje na final.

Depois, seria vice da Supercopa.

Após o 14° título nacional em 2016–17, o Maribor chegou à fase de grupos da Champions.

Junto de Spartak Moscou, Sevilla e Liverpool, somou apenas três pontos, além de sofrer um 7 a 0 dos ingleses.

Nessa mesma época, acabaria perdendo a Liga para o Olimpija pela regra do confronto direto.

Os Violetas também seriam eliminados pelo rival nas quartas da Copa.

Foi a primeira vez que o time não chegou às semifinais da competição desde 2002–03.

Na última temporada, o 15° título esloveno veio com sobras, nove pontos à frente do vice.

O técnico do time, Darko Milanic, conquistou seu sexto troféu da Liga, tornando-se o mais bem-sucedido da elite do país.

O clube ainda foi vice da Copa, o que evitou a sua quinta dobradinha na história.

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