Não conheço,
mas já vi! #14
A ascensão do
Maribor.
Dyego Lima
“Um clube,
uma honra”.
Esse é o
slogan que define o NK Maribor, clube que carrega o nome da segunda maior
cidade da Eslovênia, localizada na região da Baixa Estíria.
Fundado no
dia 12 de dezembro de 1960, é uma das equipes mais bem-sucedidas do país, com
15 títulos Nacionais, nove Copas e quatro Supercopas.
Além disso,
ao lado de ND Gorica e Nogometni Klub Celje, são os únicos três times que
participaram de todas as edições do Campeonato Esloveno.
Ao longo de
toda sua história, o Maribor sempre foi representado pela cor roxa.
No início,
alguns funcionários do clube preferiam o vermelho e o branco, e o clube
anterior da cidade, o MSD Branik, era alvinegro.
Como essas
cores eram bastante difundidas entre as equipes iugoslavas, como o Estrela
Vermelha e o Partizan, os sócios optaram por uma nova combinação.
Assim, a
inspiração foi a Fiorentina, um dos clubes de maior sucesso na Europa à época.
A casa da
equipe é o Stadion Ljudski vrt, construído em 1952, e com capacidade atual para
pouco menos de 13 mil pessoas. O nome é uma homenagem a um parque público que
ficava no local.
É lá que o
Maribor recebe o Olimpija Ljubljana para a disputa do Eternal Derby.
A rivalidade
remete à década de 60, quando os clubes se enfrentavam na segunda divisão da
Iugoslávia.
Internamente,
o clube possui uma premiação chamada de The Purple Warrior.
Idealizado em
2008, o troféu é dado, por meio de uma votação no site oficial da equipe, ao
jogador de melhor desempenho na última temporada.
Para
concorrer, o atleta precisa ter atuado em pelo menos 10 partidas oficiais.
Entre 2011 e
2017, o centroavante brasileiro Marcos Tavares só não venceu em 2016.
Os primórdios
O Maribor
jogou sua primeira partida no dia 05 de fevereiro de 1961, quando derrotou o
rival Kovinar por 2 a 1, com Stefan Tolic marcando ambos os gols.
E, embora as
cores do time, roxo e branco, tenham sido escolhidas desde o início, o time fez
sua estreia com uma combinação de verde e azul.
Isso porque
as camisas violeta não ficaram disponíveis a tempo para o primeiro confronto.
Naquele mesmo
ano, a equipe venceu a Liga da República da Eslovênia, equivalente à terceira
divisão iugoslava, que era regionalizada, e ganhou o direito de disputar os
playoffs de acesso à segundona.
A vaga foi
garantida após vitória contra o Uljanik, da Croácia.
Vladimir
Simunic, que assumiu o comando técnico após a saída de Andrija Pflander por
conta de uma doença, conduziria o time à elite dali a seis anos, conquistando o
título da Segunda Divisão.
A primeira
partida do clube na elite iugoslava foi disputada em 1967, um empate por 1 a 1
contra o Vardar, da Macedônia.
Foi nessa
mesma temporada que os eslovenos viram o primeiro duelo entre duas equipes do
país na primeira divisão: um 0 a 0 entre o Maribor e o Olimpija Ljubljana.
Os Violetas
encerrariam a Liga na 12° colocação.
Durante seus
cinco anos na divisão principal, o Maribor jogou um total de 166 partidas, com
40 vitórias, 57 empates e 69 derrotas.
Sua melhor
colocação foi um 10° lugar dentre 18 clubes em 1969/70.
A época 1971/72
foi sua última na Primeira Divisão, ficando no último lugar com apenas 20
pontos. Mladen Kranjc, um dos melhores da história do clube, foi o artilheiro
do time nos cinco anos de elite, anotando um total de 54 gols.
O desempenho
levou à sua transferência para o Dinamo Zagreb.
O período de
complicações
Em 1972–73,
já na Segunda Divisão, a equipe ficou na segunda colocação, indo disputar os
playoffs de acesso.
Na decisão
contra o Proleter, acabaram eliminados.
A partida de
ida marcou o recorde de público em Ljudski vrt: 20 mil pessoas.
O longo
período entre 1973 e 1990 foi um dos mais trágicos da história do clube,
incluindo um rebaixamento para a 3° Divisão em 74/75.
Em 7879, o
Maribor chegou perto de retornar à elite, mas não conseguiu vencer os playoffs
de acesso.
No final da
temporada 1980–81, o Maribor comemorava ter evitado um novo rebaixamento à Liga
da República da Eslovênia.
Foi quando o
escândalo Ball emergiu.
O clube tinha
um fundo secreto que era usado para subornar árbitros e oponentes.
As
autoridades descobriram que a equipe havia subornado 31 pessoas.
Por decisão
do comitê disciplinar da Federação de Futebol Iugoslava, o Maribor foi
rebaixado à Terceira Divisão.
Após o
episódio, o time ficou oscilando entre o terceiro e o segundo níveis até a
independência da Eslovênia em 1991.
Com a
Eslovênia se tornando um país livre, o Maribor ingressou na recém-criada Liga
Eslovena, disputando a temporada inaugural em 1991/92.
O clube foi
um dos fundadores e, juntamente com o Celje, competem na elite desde a sua
criação.
Nas quatro
primeiras épocas, o Olimpija Ljubljana dominou.
No entanto,
os Violetas bateram o rival na decisão da primeira edição da Copa da Eslovênia,
vencendo nos pênaltis por 4 a 3. Venceriam também a terceira diante do Mura na
final.
Vida nova
Nas primeiras
edições da Liga, o máximo que o Maribor conseguiu foi o vice nas temporadas
1991/92, 92/93 e 94/95.
O primeiro
título só veio em 96/97, acompanhado da Copa, vencida ante o Primorje.
A primeira
conquista foi um ponto de virada na vida dos Violetas.
Eles seriam
campeões nacionais nas próximas seis temporadas, conseguindo um histórico
heptacampeonato.
Nesse
período, a Copa seria ganha outras três vezes.
Sob o comando
de Bojan Prasnikar, o clube alcançou a fase de grupos da Champions League 1999/00
pela primeira vez na história.
Enfrentando
Lazio, Dinamo de Kiev e Bayer Leverkusen, acabaram ficando no último lugar.
A única
vitória veio diante do Dinamo, na Ucrânia, por 1 a 0, com gol marcado por
Simundza.
A Copa da
Eslovênia de 2003/04 foi o último troféu do Maribor antes da nova fase de
complicações.
Entre 2004 e
2007, atormentado por problemas financeiros, o clube beirou à falência.
As dívidas só
foram pagas integralmente em 2011.
Sem poder
contratar, o elenco era repleto de jovens jogadores.
Nesse
período, o clube nunca terminou acima do terceiro lugar na Liga, além de dois
vices na Copa.
O único
momento de alegria foi a conquista de seu único título europeu, a Copa
Intertoto de 2006.
A equipe
eliminou UE Sant Julià, de Andorra, FK Zeta, da antiga Sérvia e Montenegro,
antes de derrotar o Villarreal em uma das finais da região Sul-Mediterrânica.
Em 10 de maio
de 2008, o Maribor reabriu o renovado Ljudski vrt, que havia passado os últimos
20 meses em reforma.
O estádio se
mostrou essencial na virada de vida do clube: na temporada 2008/09, título da
Liga. Na seguinte, Copa e Supercopa.
O técnico
Darko Milanic se tornou o primeiro a conquistar os três títulos em seus
primeiros dois anos de comando.
Na época
2010–11, com a equipe comemorando o aniversário de 50 anos, o nono título
esloveno foi vencido, além do vice na Copa e na Supercopa.
Consolidação
da hegemonia
Em 2011–12, o
clube alcançou a fase de grupos da Europa League.
Diante de
Club Brugge, Braga e Birmingham, os Violetas somaram apenas um ponto.
No entanto, a
décima Liga foi ganha com o recorde de 85 pontos.
O título veio
após um 8 a 0 contra o Triglav Kranj. Além dele, mais uma Copa.
Foi a
terceira vez que o Maribor conseguiu fazer a dobradinha, que ainda seria
coroada com a conquista da Supercopa.
No início de
2012–13, a equipe jogou sua quarta final consecutiva de Supercopa.
Conseguiram o
bicampeonato após derrotar o rival Olimpija Ljubljana.
A 11° Liga
foi confirmada em 11 de maio de 2013, de novo em cima dos arquirrivais.
Assim como na
temporada passada, derrotaram o Celje e venceram mais uma Copa da Eslovênia.
Em 2013/14, o
Maribor conseguiu passar da fase de grupos da Europa League pela primeira vez.
Acabariam
eliminados na primeira rodada de mata-mata pelo futuro campeão Sevilla.
Na época
seguinte, alcançou os grupos da Champions pela 2° vez.
Só conseguiu
três pontos contra Chelsea, Schalke 04 e Sporting Lisboa.
Porém, em
casa, a Liga e a Supercopa foram garantidas mais uma vez.
Na temporada
2015–16, o time não venceu o Campeonato Esloveno pela primeira vez desde 2009/10.
Terminou em
segundo, atrás do rival Olimpija Ljubljana.
Na Copa, a
nona conquista, derrotando o Celje na final.
Depois, seria
vice da Supercopa.
Após o 14°
título nacional em 2016–17, o Maribor chegou à fase de grupos da Champions.
Junto de
Spartak Moscou, Sevilla e Liverpool, somou apenas três pontos, além de sofrer
um 7 a 0 dos ingleses.
Nessa mesma
época, acabaria perdendo a Liga para o Olimpija pela regra do confronto direto.
Os Violetas também
seriam eliminados pelo rival nas quartas da Copa.
Foi a
primeira vez que o time não chegou às semifinais da competição desde 2002–03.
Na última
temporada, o 15° título esloveno veio com sobras, nove pontos à frente do vice.
O técnico do
time, Darko Milanic, conquistou seu sexto troféu da Liga, tornando-se o mais
bem-sucedido da elite do país.
O clube ainda
foi vice da Copa, o que evitou a sua quinta dobradinha na história.
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