Ouvi a entrevista concedida pelo advogado e vice-presidente jurídico do América, Eduardo Rocha a Rádio Globo/Natal. Como era de se esperar Eduardo mostrou a sinceridade de sempre. Falou o que costuma falar desde 1997, cobrou um maior profissionalismo por parte dos dirigentes, reclamou da Lei Pelé, mas não o fez de forma raivosa e emocional. Argumentou com lucidez e em apenas um momento derrapou... Foi quando propôs uma reserva de mercado que impedisse a saída de jogadores ainda muito jovens para o exterior. Reserva de mercado não seria a palavra mais apropriada, porém como advogado, Eduardo sabe que a palavra apropriada mesmo que usada em um contexto legal, fere na base a Constituição e um dos pilares do direito de qualquer homem – O direito de ir e vir. Esse deve ter sido o motivo do eufemismo. Eduardo tocou num ponto essencial para a sobrevivência dos clubes... As categorias de base. E nesse ponto concordamos, é preciso dar aos clubes maiores e mais sólidas garantias, porém é necessário que os clubes tratem essas categorias com seriedade, profissionalismo e visão empresarial. Eduardo foi lúcido ao considerar a idéia de ressuscitar a Copa do Nordeste como uma idéia que está tentando parir um ser morto, chegou a propor uma formula, mas sem muito entusiasmo. Falou da sua esperança de ver o América dando a volta por cima e permanecendo na primeira divisão e como dirigente elogiou mais uma benesse governamental – a Timemania. Aproveitou a deixa e fez questão de mostrar que o América deve pouco, algo em torno de 215 mil reais entre encargos trabalhistas, INSS e Fundo de Garantia. Falou sobre um possível rebaixamento do América e analisou a questão com frieza, sem considerar a queda uma tragédia. Mostrou vontade de ajudar seu clube, mas não de voltar a dirigi-lo (acha que é preciso renovar), em sua opinião Alex Padang e Paulinho Freire fariam uma excelente dupla. Foi objetivo e realista ao afirmar que votaria contra qualquer proposta de arrendamento do Machadão pelo clube rubro. Educadamente, criticou a armação da equipe para a disputa da Série A e sutilmente afirmou que mesmo com pouco dinheiro é possível gasta bem e melhor. Como é de seu feitio não tocou desnecessariamente no rival, apenas no final quando perguntado se era contra ou a favor a ascensão do ABC a Série B, disse: “pessoalmente me é indiferente, mas para o América como instituição seria benéfico. Se eles forem fortes, o América terá que se fortalecer”.
Foi uma entrevista interessante, talvez pudesse ter sido mais bem explorada, mas isso não está em questão.
Foi uma entrevista interessante, talvez pudesse ter sido mais bem explorada, mas isso não está em questão.
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