domingo, agosto 26, 2007

Eduardo Rocha foi cauteloso, mas sincero...

Ouvi a entrevista concedida pelo advogado e vice-presidente jurídico do América, Eduardo Rocha a Rádio Globo/Natal. Como era de se esperar Eduardo mostrou a sinceridade de sempre. Falou o que costuma falar desde 1997, cobrou um maior profissionalismo por parte dos dirigentes, reclamou da Lei Pelé, mas não o fez de forma raivosa e emocional. Argumentou com lucidez e em apenas um momento derrapou... Foi quando propôs uma reserva de mercado que impedisse a saída de jogadores ainda muito jovens para o exterior. Reserva de mercado não seria a palavra mais apropriada, porém como advogado, Eduardo sabe que a palavra apropriada mesmo que usada em um contexto legal, fere na base a Constituição e um dos pilares do direito de qualquer homem – O direito de ir e vir. Esse deve ter sido o motivo do eufemismo. Eduardo tocou num ponto essencial para a sobrevivência dos clubes... As categorias de base. E nesse ponto concordamos, é preciso dar aos clubes maiores e mais sólidas garantias, porém é necessário que os clubes tratem essas categorias com seriedade, profissionalismo e visão empresarial. Eduardo foi lúcido ao considerar a idéia de ressuscitar a Copa do Nordeste como uma idéia que está tentando parir um ser morto, chegou a propor uma formula, mas sem muito entusiasmo. Falou da sua esperança de ver o América dando a volta por cima e permanecendo na primeira divisão e como dirigente elogiou mais uma benesse governamental – a Timemania. Aproveitou a deixa e fez questão de mostrar que o América deve pouco, algo em torno de 215 mil reais entre encargos trabalhistas, INSS e Fundo de Garantia. Falou sobre um possível rebaixamento do América e analisou a questão com frieza, sem considerar a queda uma tragédia. Mostrou vontade de ajudar seu clube, mas não de voltar a dirigi-lo (acha que é preciso renovar), em sua opinião Alex Padang e Paulinho Freire fariam uma excelente dupla. Foi objetivo e realista ao afirmar que votaria contra qualquer proposta de arrendamento do Machadão pelo clube rubro. Educadamente, criticou a armação da equipe para a disputa da Série A e sutilmente afirmou que mesmo com pouco dinheiro é possível gasta bem e melhor. Como é de seu feitio não tocou desnecessariamente no rival, apenas no final quando perguntado se era contra ou a favor a ascensão do ABC a Série B, disse: “pessoalmente me é indiferente, mas para o América como instituição seria benéfico. Se eles forem fortes, o América terá que se fortalecer”.
Foi uma entrevista interessante, talvez pudesse ter sido mais bem explorada, mas isso não está em questão.

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