Ao que parece ninguém entendeu direito o que David Beckham veio fazer em Natal e por não entender criticou.
David Beckham esteve em Natal para participar de um evento privado: O lançamento do empreendimento do Senhor Torben Fritzen (aliás, esse senhor está sendo monitorado pela Policia Federal brasileira. Segundo o blog do Ailton Medeiros, já existe na PF, uma pasta com inúmeras informações sobre o empresário publicadas em jornais e sites europeus), diretor da Brazil Development.
Comenta-se que no acordo firmado entre Torben e Beckham, a Brazil Development cederá parte do terreno onde será construído o mega resort, para que Beckham instale uma cópia do mesmo projeto que ele mantém em solo inglês. Seria algo como uma escolinha de futebol, porém com uma diferença; na Inglaterra o projeto de Beckham visa atender crianças filhas de imigrantes e crianças carentes. No Cabo de São Roque, o projeto serviria aos filhos dos abastados europeus, americanos e asiáticos que por ventura venham a investir ou hospedar-se no local.
Portanto, David Beckham não veio nem promover futebol e nem tão pouco promover qualquer outra coisa que não seja o empreendimento da Brazil Development. Sua viajem tinha um único objetivo, vender o resort e os apartamentos que serão erguidos na região.
O fato de nenhum segmento do esporte potiguar não ter sido convidado para participar do evento, é muito simples: Não era um evento esportivo!
Não caberia a presença de ninguém, a não ser, das pessoas que se fizeram presentes (a governadora Wilma de Faria por motivos óbvios). O que iria fazer Alexandre Cavalcanti lá? Não fala inglês, não fala norueguês, não é amigo do Torben Fritzen, não tem poder financeiro para se associar ao empreendimento e preside uma federação ridícula (imagine uma fotografia de Beckham na sede da FNF, estampada na primeira página do The Guardian ou do The Times).
Porquê, Fernando Amaral deveria ser convidado? Não fala e nem escreve em inglês ou norueguês, seu blog é lido por poucos e fiéis amigos, seu programa de TV não ultrapassa as fronteiras de Natal e sua conta bancária no máximo provocaria piedade nos presentes.
Por outro lado, a tão badalada utilização da imagem de Beckham como garoto propaganda de Natal em sua pretensão de sediar um dos grupos da Copa do Mundo de 2014, ainda é mera especulação. Quanto custaria isso ao Governo do Estado ou alguém acha que Beckham irá participar gratuitamente? Que força teria Beckham para influenciar Ricardo Teixeira na hora da escolha?
Por fim, mesmo que Beckham acabe sendo contratado para “apoiar” Natal, é preciso que se entenda que sua imagem será para consumo externo. Beckham irá “vender” Natal para a Europa, Ásia, Estados Unidos, Oceania, África e as Américas.
Quanto a “aproveitar” a vinda de Beckham como garoto propaganda de Natal (se ele vier) e “colar” nele as imagens de Alberi e Souza, não vejo nenhum sentido. Desafio a qualquer pós-doutor em propaganda, publicidade ou marketing a me provar o contrário. Que importância esses dois grandes jogadores teriam para atrair turistas estrangeiros ou mesmo brasileiros? Quem diabos conhece Alberi em Paris, Praga, Estocolmo, Berlim e ou Los Angeles? Quantas fotos de Alberi podemos encontrar na Four Four Two, na World Soccer, na Guerin Sportivo, Kicker ou na Voetbal Internacional?
O pôster com a foto de Souza e Beckham seria usado basicamente em Samara (uma cidadezinha perdida no Cáucaso) ou no máximo na Rússia creio eu.
Mostrem-me ou citem as páginas do Le Equipe, da Gazzetta dello Sport, Mundo Deportivo, Diário AS, Marca ou France Football, que tenham matérias sobre a escolha de Souza como o melhor jogador da Série B de 2006?
Alberi e Souza devem ser amados, homenageados e idolatrados por nós. Fizeram por merecer, jogaram um futebol refinado e elegante. Tinham intimidade e amizade com a bola, mas daí a querer que suas imagens atraiam alguém ou promovam o nosso futebol mundo a fora, é pedir muito...
A Brazil Development trouxe o jogador inglês não por ser ele um gênio da bola. Trouxe por ser ele um astro mundial, querido e amado por bilhões de fãs em volta do mundo e, carismático o bastante para vender qualquer coisa que ponham em suas mãos. Beckham é inglês, jovem, bonito, bem sucedido, bilionário e casado com uma estrela. Gostemos ou não, aceitemos ou não, Beckham, vale o quanto pesa e no mundo do business, isso é o que importa.
Não devemos esquecer que a Inglaterra praticamente colonizou toda a terra e que sua influência ainda é forte nos quatro cantos do planeta. David Beckham, o menino de ouro do business internacional, jogou no Manchester United e no Real Madrid, clubes que têm admiradores nos seus países, no resto da Europa, na África, na Ásia, na Oceania, nos Estados Unidos e nas Américas.
Esse foi o real motivo da visita de David Beckham a Natal.
Um comentário:
Caro Fernando:
Esse pessoal da FNF devia era ir aprender a confeccionar regulamento. Se nao souber faz Ctrl C, Ctrl V, no regulamento do Carioca que pelo menos nao faz a lambanca de deixar as semifinais sem criterios de desempate.
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