- Li no blog do Marcos Lopes, que o Coronel Ricardo Albuquerque Comandante do Policiamento da Capital teria mudado de opinião em relação à América e ABC jogarem no mesmo dia, um no Machadão e outro no Maria Lamas Farache.
Marcos chegou a publicar as palavras proferidas pelo coronel, depois da reunião que aconteceu entre as autoridades incumbidas de zelar pela segurança.
"Trata-se apenas de uma questão de conveniência para evitar o confronto das torcidas. A Policia Militar tem efetivo para fazer a segurança em estádios diferentes no mesmo dia, com América jogando no Machadão e o ABC jogando no Frasqueirão. O nosso objetivo é de ajudar o futebol potiguar. Mas, seria mais sensato a realização destes jogos em dias diferentes, só isso".
Bem, baseado na experiência de dois anos como assessor de imprensa do Coronel EB, Comandante da Policia Militar do Estado do Amazonas e na minha própria vivência pessoal, me darei ao direito de destrinchar as declarações do Coronel Ricardo.
Primeiro, o coronel não mudou de opinião e sim foi “obrigado” a mudar de posição. Explico; diante da incapacidade da FNF de tomar uma decisão e dos clubes conseguirem sair do impasse, segundo consta, o vice-governador Iberê Ferreira de Souza foi acionado.
Aí, tudo muda, e muda por um simples motivo; uma decisão política nunca é tomada baseada somente por fatores técnicos. Políticos tomam decisões, avaliando muito mais as repercussões eleitorais (se a população está apta para saber a diferença entre uma coisa e outra, são outros quinhentos).
Caso alguém tenha alguma dúvida sobre a afirmação acima, basta perguntar as famílias dos mortos no incidente no estádio da Fonte Nova. Perguntem também aos milhares de brasileiros que se arriscam diariamente nas estradas, se a segurança é ponto fundamental nas decisões governamentais.
Mas voltando ao assunto, o coronel Ricardo em sua primeira entrevista, reconheceu as deficiências da força policial e disse o que qualquer técnico responsável diria. Porém, diante das pressões políticas, o coronel como todo militar, engoliu seco e cumpriu as determinações superiores.
Ricardo obedeceu, mas ao mudar as palavras, não mudou a essência do seu pensamento, o que ficou claro logo no início da entrevista.
“Trata-se apenas de uma questão de conveniência para evitar o confronto das torcidas”. Fazendo-se um esforço de interpretação de texto, podemos perceber que a palavra conveniência, substitui o que poderia ser traduzido como sendo o melhor para o aparato de segurança. Pois, se era melhor, era por ser o oficial sabedor que a PM não está pronta para a tarefa.
No final, o coronel reafirma seu ponto de vista quando diz: “Mas, seria mais sensato a realização desses dois jogos em dias diferentes, só isso”. Aí está, Ricardo, subtraí a palavra responsável e a substitui pela palavra sensato.
O que pode ser discutido é o meio da entrevista, quando o coronel, desdiz o que disse anteriormente. “A Policia Militar tem efetivo para fazer a segurança em estádios diferentes no mesmo dia, com América jogando no Machadão e o ABC jogando no Frasqueirão”.
Mas, mesmo assim, essa frase deixa uma pequena armadilha que só quem conhece a vida militar ou tem conhecimento sobre segurança, poderia interpretar em sua totalidade.
Ter efetivo significa ter número, mas não significa que existam equipamentos necessários, logística eficiente e que todos os membros do efetivo estejam treinados, aptos e prontos para cumprir com as exigências da missão.
Na primeira entrevista, o coronel Ricardo usou apenas um eufemismo, só isso.
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