Dado Cavalcanti caiu...

Caiu Dado Cavalcanti...

E ao cair, perdeu um pouco de sua notória sobriedade, mas convenhamos, não era para menos...

Nunca vi uma barragem de artilharia tão concentrada em um único ponto, de uma frente tão vasta.

Talvez por ser Dado, baixinho, tanta gente resolveu atirar nele ao mesmo tempo.

Ao dizer que agradecia a convivência sadia com a imprensa, o treinador Dado Cavalcanti, excetuou aqueles a quem chamou de “toqueiros”, isto é: aqueles que na gíria popular, recebem “toco”, ou seja, a turma que pega uns trocados ou mais, aqui e ali, para robustecer o orçamento e, em troca, enaltece dirigentes, jogadores e tudo mais que possa render dividendos...

Nesse ponto, acho que Dado Cavalcanti falhou: deveria ter dado (sem trocadilho) nome aos bois, ou melhor, aos, como ele mesmo disse “já conhecidos do meio”...

Portanto, Dado tem sim o direito de sacar seu revolver e dar alguns disparos.

Ao falar das arbitragens, Dado Cavalcanti não deixa de ter alguma razão; o nível caiu muito, mas não creio que seja algo além da incapacidade propriamente dita.

Porém, quando se está à beira de um campo, tendo que comandar uma equipe sofrível é duro ver erros grosseiros do mediador, tornar o difícil em quase impossível.

Dado Cavalcanti nunca teve a sua disposição jogadores qualificados... e não me venham com essa história de que ele indicou os muitos que agora fazem parte do elenco rubro ao ser iniciada a temporada: ele indicou, mas com certeza não foram os que ele queria e sim, os que o orçamento minguado permitia.

Dado teve o apoio da diretoria?

Inegavelmente teve; Clóvis Emídio, presidente do América, sempre foi seu maior defensor, mas faltou a Clóvis, o dinheiro necessário para dar a Dado o que era preciso e sem dinheiro, nenhum apoio do mundo consegue fazer mais do que acalentar a alma do moribundo.

Mudar Dado vai mudar o América?

Não, não vai...

É preciso mudar grande parte desse elenco tosco.

Bem, mas esse é um assunto para ser resolvido, pelos “cardeais”, “patriarcas”, “arcebispos” e “bispos” da cúria americana, não é assunto para “presbíteros” e “diáconos”.