Muammar al-Gaddafi e o futebol...

O velho e bom futebol é um baú cheio de bizarrices...

Aqui e acolá...

Não existe fronteira que impeça!

Nesse momento, a Líbia vive uma insurreição sem precedentes, onde grande parte da população exige a queda do Coronel Muammar Abu Mynair al-Gaddafi, Guia Fraternal e Líder da Revolução Líbia (revolução que o levou ao poder, depois de derrubar Idris I, rei líbio que se encontrava fora do país em tratamento médico), no poder desde 1969.

Mas o que tem Gaddafi haver com futebol?

Tudo!

Primeiro por que a maioria absoluta das equipes líbias está nas mãos da família Gaddafi ou de pessoas a ela ligadas...

Segundo, por que a história das transmissões de futebol por lá, se dividem em antes de Al Saadi Gaddafi e depois dele...

O motivo?

Hilário, não fosse bizarro...

O Coronel Muammar al-Gaddafi para evitar que algum boleiro local se tornasse mais conhecido que ele, impôs que as transmissões esportivas só se referissem aos números dos jogadores, omitindo seus nomes...

Portanto, ouvir um jogo na Líbia entre o Al Ittihad de Bab Bem Ghesher e o Al-Ahli SC de Trípoli, se resumia a isso...

- É dada a saída...

- Número 8 toca a bola para o número 6 e esse a passa para o número 7 do Al Ittihad que recebe marcação do número 4 do Al-Ahli...

E por aí vai...

Porém, tudo mudou quando Al Saadi Gaddafi se tornou jogador profissional...

O filho do ditador não podia ser apenas um número a correr pelos gramados e então, Muammar al-Gaddafi suspendeu a proibição e passou a permitir que os jogadores tivessem seus nomes citados – ia ficar estranho e difícil de explicar, a razão pela qual apenas o nome de Al Saadi era pronunciado.

Mas a história não termina aqui...

Não demorou muito e Al Saadi foi convocado para a seleção Líbia, mesmo que, os oposicionistas afirmem que muitos dos seus gols eram facilitados pelos goleiros e que bastava ele cair, para que uma falta fosse apontada...

Entretanto, pai é pai e como além de pai, Muammar al-Gaddafi era (até a essa hora, ainda é) ditador e rico, resolveu que seu filho deveria brilhar em campos europeus , aproveitando-se do fato da Líbia ter sido colônia italiana (1911 a 1947) e manter boas relações com os antigos colonizadores, em 2003, Al Saadi foi mandado para fazer testes na Juventus de Turim, mas nem mesmo as boas relações conseguiram que fosse aprovado...

Decepcionado, Muammar al-Gaddafi pediu a Silvio Berlusconi, então primeiro ministro italiano que intervisse e Berlusconi, mexeu seus pauzinhos e conseguiu um contrato para Al Saadi no Perugia...

Na época, Luciano Gaucci, dono do Perugia, disse que não podia deixar de atender a um pedido do Primeiro Ministro e homem forte do Milan e que por isso, contratou o meia esquerda da seleção da Líbia.

Mas, nem a força de seu pai junto a Berlusconi e nem a pressão de Berlusconi sobre Gaucci, convenceram ao treinador do Perugia a fazer de Al Saadi titular da equipe...

O filho mais novo de Mummar al-Gaddafi, pouco jogou envergando a camisa vermelha do Perugia.

Chateado, Al Saadi decidiu trocar de clube e acabou passando pela Udinese e a Sampdoria, mas como não conseguia jogar mais que poucos minutos, arrumou as malas e voltou para Líbia.

Hoje, Al Saadi vive de gastar dinheiro investindo em clubes de futebol europeus e em produtoras de cinema americanas (bem, até aqui, ainda vive, mas não se pode garantir se por muito tempo).

Estrutura conhecida do futebol da Líbia:

Federação de Futebol da Líbia (Libyan Football Federation)

Fundação: 1962.

Filiada à FIFA em 1964.

Filiada à CAF (Confederação Africana de Futebol) em 1965.

Presidente: Salah Eddin Mohamed Alarbi.

Site: www.football.ly (nem tente entrar, é todo em árabe).

Competições disputadas no país:

Division 1

Division 2

Al Fateh Cup

Confederation Cup

Super Cup

Division 1

Disputada por 14 equipes em jogos de ida e volta e o campeão é aquele que conseguir a maior soma de pontos.

Caem para a segunda divisão, os três últimos de forma direta e o quarto melhor colocado, disputa um playoff como segundo colocado da Division 2.

Equipes:

01 – Al Ittihad GCSC (o clube é o resultado da fusão entre Al Nahda e Al Shabab)

02 – Al Ahli Benghazi

03 – Khaleej Surt

04 – Al Madina

05 – Al Akhdar

06 – Al Nasr

07 – Al Hilal

08 – Al Tirsana

09 – Al Swihli

10 – Al Shat

11 – Al Olympique

12 – Al Najma

13 – Al Tahaddi

14 – Al Ahli Tripoli

Divison 2

A segunda divisão é subdividida em cinco grupos (A, B, C, D e E), que disputam uma fase classificatória com jogos ida e volta...

Aquele que somar mais pontos se classifica para a fase decisiva, onde os cinco melhores clubes de cada grupo disputam em jogos de ida e volta o direito ao acesso...

O primeiro colocado dessa fase ascende de forma direta e o segundo, disputa um playoff com o décimo primeiro colocado da Division 1

Esse formato vigorou apenas uma temporada, em função da decisão da Federação Líbia de reduzir o número de clubes na Divison 1.

Atualmente, caem 2 e sobem 2, mas prevalece o playoff entre penúltimo colocado da primeira divisão como segundo colocado da segunda divisão.

Equipes:

Grupo A

01. Al Jazeera

02. Rafik

03. Al Uruba

04. Al Yarmouk

05. Al Mustaqbal

06. Al Wifak

07. Shatti

08. Al Tlae

09. Al Ittihad Geryan

Grupo B

01. Al Wahda

02. Al Mahala

03. Abu Moliana

04. Al Gamarek

05. Al Magd

06. Al Dhahra

07. Al Amen Al-'Aam

08. Abe Al Ashhar

09. Al Amal

Group C

01. Al-Harati

02. Al-Mahdiya

03 Al-Heyad

04 Al Qalaa Wdan

05 Al Shmo

06. Al Reef

07. Al Charara

08. Ngom Al-Baazah

09. Al Korthabea

Group D

01. Al Jadida

02. Al Anwar

03. Ngom Ajdabiya

04. Al Wahda Arab Unity

05. Al Sawaed

06. Al Shamal

07. Al Ta'awon

08 Al Morooj

09. Al Borak

10. Al Horiya

Group E

01. Darnes

02. Al Baranes Pyrenees

03. Al Africy

04. Al Soukour

05. Al Qairawan

06. Al Andalus

07. Shabab Al-Jabal

08. Al Mokhtar

09. Al Ansar

10. Al Nosuur