quarta-feira, maio 01, 2013

Mia San Mia - Bayern über alles...

Imagem: Imago


O clichê que diz que nada na vida é para sempre, se encaixa perfeitamente no futebol...

Ontem, reinava o Barcelona e o espanhóis...

Hoje, reina o Bayern de Munique e o futebol alemão.

Porém, outro clichê que diz que só os tolos se fecham em si mesmos e se recusam a aprender, está perfeitamente confirmado na frase do ex-lateral esquerdo e posteriormente, meio-campista germânico, Paul Breitner.

“Um dia percebemos que estávamos ocupando um lugar que não era nosso. Ser a terceira força não nos satisfazia. Então, corremos o mundo e fomos aprender. E assim, começamos a reconstruir o futebol da Alemanha para chegar ao topo”.

Hoje, assistindo ao jogo no Camp Nou, entre o Barcelona e o Bayern, algumas coisas me chamaram a atenção.

Os alemães aprenderam correndo o mundo, mas não perderam características que são próprias de sua gente.

Permanecem frios diante das dificuldades e da pressão...

Continuam organizados, detalhistas e metódicos...

Ainda pulsa em suas veias, a determinação, a combatividade, o não desistir, a garra e a doação absoluta em busca da eficiência.

São como sempre foram, uma equipe...

São com sempre foram, disciplinados e incansáveis...

Mas então, o que aprenderam?

Aprenderam que não estão sós no planeta e que se pode encontrar por todas as partes talentos – coisa que os norte-americanos já fazem desde sempre.

Deixaram a arrogância típica dos prussianos de lado e trouxeram para dentro de seu território quem os pudesse ajudar.

Porém, não abriram mão de uma condição fundamental...

“Unam seu talento e sua capacidade à aquilo que trazemos do berço”.

Devem, imagino eu, dizer a quem lá chega em busca de oportunidade.

“Sejam vocês, mas incorporem o que temos de melhor”.

Por isso, o Bayern, assim como o Borussia, mesclaram ausländer e alemães sem que ninguém percebesse quem é quem.

Talento, aliado a disciplina, organização e vontade, costuma gerar uma força brutal.

A velha senhora germânica encravada no centro da Europa, coleciona vitória e glorias, mas já chorou desesperadamente derrotas, devastação, humilhação, ocupação, erros e mortos, milhares de mortos.

Talvez por serem orgulhosos de suas glórias e vitórias, mas aprendizes nos erros e nas derrotas, é que os filhos da velha senhora germânica, sempre se reconstroem e quando o fazem, o mundo treme.

Por outro lado, vi algo que sempre me comove...

A torcida do Barcelona, assim como a maioria das torcidas de lá do outro lado do atlântico, se fez presente...

Ocuparam seus lugares no estádio, cheios de sonhos, mas sabiam, pois são sãos, que a tarefa era tremenda...

Ainda assim, foram...

Disseram presente.

“Estamos com vocês, agora, que vocês precisam de nós”.

Nenhuma vaia, nenhum berro de desagrado...

Incentivo foi o que deram aos seus antes, imbatíveis jogadores.

A cada gol do Bayern, respondiam com um silencio doído, mas respeitoso.

Afinal, o adversário era superior.

Até o último minuto, ficaram...

Não deixaram o estádio como crianças aborrecidas com a brincadeira que não conseguiam brincar.

Quando o árbitro findou a partida, aplaudiram seus jogadores com o coração dolorido e com a alma ferida, mas aplaudiram.

Cantaram o hino com orgulho e se foram.

Mas que fique claro, vão voltar.

Não vão queimar suas camisas, rasgar suas carteirinhas ou cancelar as prestações que pagam com sacrifício pelo título de sócio do clube que amam.

Eles, iguais ao alemães que desembarcaram na Espanha vindos por terra e ar, amam seus clubes e como são sãos, sabem repetir para si mesmos o clichês que diz:

Nada na vida é para sempre.


Um comentário:

Alexandre Valente disse...

Eu estava assistindo a Brasil x Uruguai pelo Sul Americano de rugby, iria ver só o primeiro tempo, pois o Brasil no rugby é uma Venezuela de 10 anos atras no futebol e tinha o jogo da liga dos campeões para assistir, mas uma coisa me chamou atenção e fiquei vendo o jogo completo mesmo o Brasil perdendo de 37 a 0 e sem pespectivas de melhora, foi na hora do hino, o orgulho e a maneira como os brasileiros cantaram o hino nacional, acho que se no futebol os jogadores tivessem o orgulho de representar o Brasil como o rugby tem, nossa seleção de futebol estaria numa situação muito melhor.