O presidente da Bolívia, Evo
Morales, admitiu publicamente que interveio para que os 12 corintianos presos
em Oruro fossem libertados.
"Escutei comentários de que
a Justiça por aqui está submetida ao Poder Executivo. Quero dizer a vocês, com
muita sinceridade, que eu me comuniquei com o Fiscal Geral sobre o tema
Corinthians. Foi a única vez, e só porque o assunto vinha trazendo conflitos
diplomáticos e bilaterais".
Foi com essa declaração que
Morales fez a imprensa durante uma entrevista onde ele foi questionado sobre o
quanto o Poder Executivo interfere nas decisões judiciais do país.
Lendo a declaração de Morales,
fica claro que o que ele chama de conflitos diplomáticos e bilaterais, na
verdade podem ser entendidos como pressão do governo brasileiro em favor da
libertação dos 12.
A questão que precisa ser aclarada é
quem fez a pressão e a quem no governo brasileiro interessava a libertação dos
corintianos detidos em Oruro.
Por outro lado há perguntas que
ficam no ar...
Quem no governo brasileiro teria
tanta força para pressionar o presidente de um país estrangeiro?
Que tipo de pressão foi feita?
Que represálias poderia sofrer a
Bolívia, caso Morales se negasse a interferir e deixar que o curso da justiça
seguisse livremente?
Porque o governo brasileiro faria
pressão e favor de 12 membros de uma torcida organizada, reconhecidamente violenta,
agressiva e que tem boa parte de seus membros respondendo inquéritos policiais,
tanto por agir de forma selvagem, quanto por outros ilícitos?
Enfim, causa estranheza que o
senhor Evo Morales tenha virado as costas para a família de Kevin Espada e
preferido apoiar estrangeiros.
"Eu pedi que se faça justiça
de verdade", explicou Morales.
No entanto, o presidente não eximiu todo o
grupo de culpa: "Um deles pode ser culpado".
O final da entrevista ainda é
mais comprometedor...
Se havia a possibilidade de pelo
menos um deles ser culpado, segundo admite o próprio Morales, porque então não
deixar que as investigações fossem até o seu final?
O resultado da liberação dos
moços, todos nós aqui já sabemos...
Raphael Machado Castilho de Araújo,
19 anos, foi baleado na cidade de Santo Estevão, na Bahia, após trocar tiros
com a polícia, durante uma perseguição.
Leandro da Silva Oliveira, vulgo
Soldado, era um dos envolvidos na briga com a torcida do Vasco e depois, com a
polícia no Mané Garrincha em Brasília.
Curiosamente, Soldado que faz
parte da cúpula da Gaviões da Fiel, não trabalha...
Porém, sempre viaja, sempre está
nos estádios e ao que parece, sempre se envolve em confusão.
Não custa lembrar que uma
brasileira membro do Greenpeace, está presa na Rússia e pelo que se sabe, nem o
governo e nem o Itamaraty estão tão empenhados na sua libertação como estiveram
na libertação dos 12 de Oruro.
Ouve a penas uma declaração da
presidente Dilma Rousseff que disse:
"Eu vou intervir. Ela é uma
cidadã brasileira e é minha obrigação"...
Esperamos que sim.
Quem sabe se Ana Paula Maciel
declarando ser corintiana, as coisas não andem mais céleres e o deputado
petista, Vicente Cândido da Silva, vice-presidente da Região Metropolitana e
ABCD da Federação Paulista de Futebol, se desloque até Moscou como fez, indo a
La Paz.
Se bem, que o Putin, não é o
Morales e a Rússia, não é a Bolívia.
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