POR JAMIL CHADE, no “Estado de
S.Paulo” de hoje
Andorra, o sexto menor país da
Europa, irá retirar a autorização de residência que havia assegurado ao
ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sob a alegação de que a publicação de
novas informações sobre o cartola pelo jornal O Estado de S.Paulo e acesso a
documentos da Justiça teriam obrigado a uma revisão do status garantido ao
brasileiro.
As informações foram publicadas
nesta segunda-feira pelo Diari de Andorra.
Desde agosto, a reportagem do Estado
vem revelando um esquema de desvio de dinheiro dos amistosos da seleção
brasileira e contratos envolvendo Teixeira e Sandro Rosell, presidente do
Barcelona.
Parte desse dinheiro ia para Andorra.
No principado, o governo não
disfarçava o mal-estar diante das revelações.
Nos bastidores, o governo temia
ficar manchado por ter dado residência a uma pessoa que está sendo investigada
no Brasil e que a Justiça suíça já comprovou a corrupção.
Segundo o governo de
Andorra, Teixeira pediu a residência no local em setembro de 2012 e apresentou
naquele momento documentos da Polícia Federal e do Ministério da Justiça que
mostravam que tinha ficha limpa.
No dia 14 de novembro de 2012, a residência
lhe foi garantida, por um prazo de um ano.
Andorra e Brasil não contam com
acordos de extradição, o que significa que se um dia Teixeira fosse condenado
no Brasil, não poderia ser entregue pelas autoridades do país.
Uma nova
autorização teria de ser dada ao brasileiro em 15 dias.
Mas fontes em Andorra
já confirmam que uma decisão foi tomada e que ela é a de não manter o benefício
ao cartola.
Segundo o Ministério do Interior
de Andorra, tudo começou a mudar quando, em maio de 2013, a polícia local
recebeu indicações de que Teixeira não teria uma ficha limpa na polícia
brasileira.
As suspeitas eram de “ações fraudulentas”.
Em julho, as autoridades
solicitaram a cooperação da Polícia Federal brasileira para obter uma nova
declaração de antecedentes penais.
Mas não teriam recebido até agosto deste ano
qualquer tipo de documentação do Brasil.
Diante das revelações dos desvios
de dinheiro e diante das suspeitas que pairavam desde maio, o governo de
Andorra decidiu reexaminar o dossiê de Teixeira.
O Estado ainda revelou que foi
uma entidade com sede em Andorra que pagou uma pesada indenização para arquivar
os processos que corriam na Suíça contra Teixeira e João Havelange por
corrupção na Fifa.
Outra revelação foi de que a empresa que fez a gestão para
que Teixeira tivesse a residência tinha como um de seus proprietários Sandro
Rosell.
Entre 2006 e 2008, a Justiça de Andorra repassou para a Justiça da
Suíça as movimentações bancárias de Teixeira, o que o levou a ser indiciado nos
tribunais suíços em um outro
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