Com profissionalização, clubes e
CBF gastarão mais com árbitros.
Por Rodrigo Mattos
Sancionada como lei nesta
sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff, a profissionalização dos árbitros
vai implicar em aumento de despesas da CBF e dos clubes.
A ANAF (Associação
Nacional de Árbitros) entende que, com direitos trabalhistas, poderá negociar
em acordos coletivos taxas e participação em patrocínios, entre outros itens.
Ou seja, poderá demandar valores maiores.
A nova legislação aprovada prevê
que os juízes prestarão serviços às entidades esportivas, mas não estabelece
relações empregatícias entre eles.
Só que, ao dar o direito de formação de
sindicatos, estabelece negociações trabalhistas para remuneração e condições de
trabalho, na opinião da Anaf.
“Muda a relação. Antes os
árbitros eram obrigados a aceitar o que a CBF impunha. Agora, a relação
trabalhista estabelece que haverá acordos coletivos”, afirmou o presidente da
Anaf, Marco Antônio Martins. “As taxas não são tão baixas, mas não houve
reajustes recentes. E há outras questões além das taxas, como não podermos
emitir passagens por conta própria, ter que se condicionar fisicamente sozinho,
o patrocínio. Isso vai ser negociado”.
Atualmente, um árbitro Fifa recebe
R$ 3.300,00 por um jogo, com desconto de 30% para impostos.
Esse dinheiro sai
da renda dos jogos de futebol, ou seja, reduz a receita dos clubes.
Mas é a CBF
quem determina o valor da taxa.
Além disso, são vendidos
patrocínios dos uniformes dos árbitros pela confederação. Até agora, os juízes
não tinham participação nesta renda. Agora, a Anaf pretende reivindica-la.
Para ter força na negociação,
Martins conta com “quase 100%” dos juízes das Séries A e B filiados à Anaf.
Também entende que a prerrogativa para o treinamento deles é da associação, e
não das federações estaduais como ocorre atualmente.
Nada mudará neste Brasileiro já
em curso.
Os árbitros farão assembleia em novembro para definir uma pauta de
reivindicações.
Certo é que, a partir de agora, a CBF terá mais uma entidade
com quem será obrigada a negociar para realizar os campeonatos.
Em 2013, a
confederação já tem de conversar com os jogadores por conta do movimento do Bom
Senso FC.
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