sábado, janeiro 10, 2015

Os estádios da Copa do Mundo ficaram mais caros que o prometido... E os investimentos em educação, saúde, segurança e transportes, vão aumentar também?


Custo de estádio da Copa triplica na conta final.


Itaquerão passa Maracanã. 


Por Rodrigo Mattos (Blog do Rodrigo Mattos)

Após quase seis meses de espera, o Ministério do Esporte publicou a conta definitiva da Copa-2014, na véspera do Natal do ano passado. 

O valor do custo dos estádios ficou em R$ 8,4 bilhões, o que significa um aumento de 184%, ou praticamente o triplo, em relação ao primeiro orçamento feito para o Mundial pela CBF. 

Pelo documento, o Itaquerão ultrapassou o preço do Maracanã. 

Foi a última atualização da matriz de responsabilidades que o governo federal prometia desde o final da Copa. 

No documento, o total gasto no Mundial foi de R$ 27,1 bilhões, cerca de R$ 1,5 bilhão a mais do que no ano anterior. 

Esse montante ficou abaixo do esperado pelo governo federal que era R$ 33 bilhões. 

Mas não é motivo para festejos porque o que se perdeu foram projetos de mobilidade urbana nas cidades-sede.

Desde o início da preparação, os custos aumentaram em relação aos estádios, e operações do Mundial. Em 2007, a CBF estimou em US$ 1,1 bilhão (pela cotação do dólar atual R$ 2,96 bilhões) o total a ser gasto com arenas em seu primeiro documento para a Fifa – não havia número de sedes definidas. 

A primeira matriz de responsabilidades, com orçamentos já feitos de estádios, previa R$ 5 bilhões de gastos. 

Agora, o montante final ficou em R$ 8,4 bilhões. 

Em compensação, houve queda no valor total para obras de mobilidade urbana porque vários projetos foram retirados: não foram concluídos a tempo da competição. 

No total, foram 34 obras concluídas nesta área. 

Custos de aeroportos, operações de segurança e portos se mantiveram estáveis, com leves aumentos ou quedas em relação a 2013. 

Foram acrescentadas as instalações provisórias da Fifa em um total de R$ 580 milhões.

O estádio mais caro foi o Mané Garrincha, com R$ 1,4 bilhão. 

O Itaquerão aparece como segundo com maior preço com R$ 1,080 bilhão, e o Maracanã em terceiro, com R$ 1,050 bilhão. Isso porque houve um salto de R$ 260 milhões na sede paulista, enquanto a arena carioca, teoricamente, manteve o preço. 

Esse valor do estádio corintiano já é conhecido e foi comunicado ao conselho do clube no primeiro semestre do ano passado. 

Há ressalvas: só estão consideradas as obras dentro dos muros. 

E tem que se lembrar que o contrato do Maracanã teve vários aditivos, e o tribunal de contas da união questionava alguns valores das obras. 

A Odebrecht tocou ambas as construções. 

Os estádios têm características diferentes. 

O Maracanã tem uma capacidade maior, acima de 70 mil contra entre 40 mil e 50 mil, mas o Itaquerão tem maior área construída. O material de acabamento utilizado na arena corintiana é mais luxuoso. 

Fato é que, com estádios mais caros e menos legado para as cidades, o governo não tem muito o que festejar da conta da Copa tanto que a publicou no dia 24 de dezembro, sem nenhuma publicidade.
Abaixo, a lista completa dos 12 estádios e seus valores

01- Estádio Nacional de Brasília (Mané Garrincha) - R$ 1,403 bilhão
02- Arena São Paulo (Itaquerão) - R$ 1,080 bilhão
03- Estádio Mário Filho (Maracanã) - R$ 1,050 bilhão
04- Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão) - R$ 695 milhões
05 - Itaipava Arena Fonte Nova - R$ 684,4 milhões
06- Arena da Amazônia Vivaldo Lima - R$ 660,5 milhões
07- Arena Pantanal - R$ 583 milhões
08- Itaipava Arena Pernambuco - R$ 532,6 milhões
09- Estádio Governador Plácido Castelo (Arena Castelão) - R$ 518,6 milhões
10- Arena das Dunas - R$ 400 milhões
11- Estádio Joaquim Américo Guimarães (Arena da Baixada) - R$ 391,5 milhões
12- Estádio José Pinheiro Borda (Beira-Rio) - R$ 330 milhões

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