Para quem não tinha a menor
ideia, assim como eu...
Gianluigi Buffon, goleiro da
Juventus e da Itália não é só um grande arqueiro, é um ótimo poeta.
Após chegar a marca dos 973
minutos sem sofrer gols e bater o recorde de Sebastiano Rossi, goleiro do Milan
nos anos noventa, que permaneceu 929 minutos sem ser vencido, Buffon, escreveu
um poema em homenagem ao Gol...
Ode ao Gol
Tinha 12 anos quando virei minhas
costas a você.
Reneguei meu passado para
garantir um futuro seguro.
Uma escolha do coração.
Uma escolha do instinto.
No mesmo dia em que parei de
olhá-lo na cara, porém, comecei a te amar.
A te proteger.
A ser o seu primeiro e último
instrumento de defesa.
Prometi a mim mesmo que faria de
tudo para que meus olhos não voltassem a cruzar com os seus.
Ou que o faria o mínimo possível.
Mas foi um sofrimento cada vez
que me virei e percebi que eu o havia decepcionado.
Novamente.
E novamente.
Sempre fomos opostos e
complementares, como a Lua e o Sol.
Forçados a vivermos um ao lado do
outro, sem podermos nos tocar.
Companheiros de vida aos quais o
contato foi negado.
Mais de 25 anos atrás eu fiz o
meu voto: jurei protegê-lo e guardá-lo.
Fui um escudo contra os seus
inimigos.
Sempre pensei no seu bem,
colocando-o sempre à frente do meu.
E, todas as vezes que me virei,
tentei apoiar a sua expressão decepcionada com a cabeça erguida, mas
conscientemente me sentindo culpado.
Tinha 12 anos quando virei as
costas para o gol.
E continuarei a fazê-lo, enquanto
minhas pernas, minha cabeça e meu coração permitirem.
Gianluigi Buffon.
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