sexta-feira, março 25, 2016

Johan Cruyff, o Gabriel Garcia Márquez do futebol...

Imagem: Autor Desconhecido


Morre Johan Cruyff, que levou o realismo mágico para o futebol

O mítico jogador do Barcelona e da seleção holandesa falece aos 68 anos após luta contra câncer

Por Juan Cruz para o El País

O ex-jogador e treinador Johan Cruyff morreu nesta quinta-feira em Barcelona, aos 68 anos, após uma dura luta contra um câncer de pulmão, segundo nota divulgada por sua família no site oficial dele.

O mítico atleta do Barcelona e da seleção holandesa foi um dos melhores da história, no mesmo patamar de figuras como Pelé, Di Stéfano, Maradona e Messi.

Era o García Márquez do futebol, um perfume extraterreste que fazia piruetas em campo com o ar sisudo de um intelectual de mal com o mundo.

Como treinador, acalmava a ansiedade de ver os jogos com a memória do que inventou e com o tabaco, que afinal foi o seu inimigo mortal.

Sua maneira de jogar remetia ao realismo mágico do escritor de Aracataca, mas, como Gabo, ele enganou o mundo todo fingindo que essas invenções procediam dos céus, ou da magia, e não da terra.

A imaginação que Gabo aplicou aos seus relatos tinha uma parte de invenção que resultava do seu trabalho, mas a metáfora da qual partia estava ao rés do chão, junto à sua casa poeirenta do Caribe, nas árvores enormes de seu quintal, no riacho onde conviviam pedras minúsculas que ele tornou enormes em Cem Anos de Solidão, ou no gelo de verdade que ele transformou em um gelo pré-histórico, como os ovos enormes ou as borboletas que pareciam milagres quando na realidade cobriam, como a chuva de improviso, o céu de Aracataca.

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