Imagem: Marcelli Saenz Martinez
Em 2010, Cruyff contou por que
não jogou a Copa de 78: nada com a ditadura
Por Tales Torraga/El País
Buenos Aires amanheceu falando da
morte de Johan Cruyff e resgatando entrevista sua de 2010 contando as razões
por não jogar o Mundial de 1978 na Argentina.
A ausência do craque foi a mais
comentada daquela Copa vencida pelos anfitriões justamente sobre a Holanda en
la cancha de River.
A versão mais popular indicava
que Cruyff havia desistido por repúdio à ditadura militar presidida por Jorge
Videla.
Outras suposições passaram por
brigas por dinheiro e desentendimentos com a Associação Holandesa de Futebol.
Cruyff tinha 31 anos e 1978 foi
seu penúltimo ano de Barcelona.
Em 2010, esclareceu as razões à
Catalunya Ràdio: em dezembro de 1977 sofreu violento assalto que o fez repensar
a vida e as necessidades da família.
“À noite entraram em casa vários
homens armados e amarraram a mim e minha família. Chegaram a pôr um revólver na
minha cabeça.''
Cruyff contou que se soltou e
impediu o sequestro.
Era casado com Danny Coster e tinha três filhos no
apartamento em Barcelona.
“As crianças iam ao colégio com
seguranças, eu ia aos jogos com seguranças. A polícia dormiu em nossa casa
por três, quatro meses.''
“Isso me fez mudar de ponto de
vista. Há momentos na vida em que outros valores predominam. Queríamos parar um
pouco e ser mais sensatos. Era o momento de colocar o futebol de lado. Não podia
jogar um Mundial depois daquilo.''
Em 1979, trocou Barcelona por Los
Angeles.
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