Fifa registra primeiro déficit em
14 anos e revela supersalário de Blatter
A entidade perdeu 122 milhões de
dólares em 2015, mas pagou ao ex-presidente Joseph Blatter salário anual de
cerca de 14 milhões de reais
Com a imagem destroçada pelos
escândalos de corrupção revelados no ano passado, a Fifa anunciou nesta
quinta-feira um prejuízo de 122 milhões de dólares em 2015, seu primeiro
déficit anual desde 2002.
A entidade perdeu vários
patrocínios e gastou 1,274 bilhão de dólares, enquanto teve arrecadação de
1,152 bilhão de dólares.
Após a reforma aprovada no mês
passado para trazer maior transparência, o presidente da Fifa, Gianni
Infantino, disse que a entidade começará a crescer novamente.
"Com a reforma, a Fifa está
pronta para emergir mais forte do que nunca", afirmou.
Salário
Entre os dados
revelados no balanço financeiro, a Fifa comunicou que o ex-presidente Joseph
Blatter - banido por seis anos de qualquer atividade ligado ao esporte -
recebeu um salário anual de 3,76 milhões de dólares (cerca de 14 milhões de
reais).
A divulgação do relatório de
finanças vem um dia após a Fifa se declarar vítima do esquema de corrupção
revelado no ano passado.
Nesta quarta, a entidade pediu à
Justiça dos Estados Unidos indenização de todos os 41 dirigentes envolvidos no
escândalo, incluindo os brasileiros Marco Polo Del Nero, presidente licenciado
da CBF, e os ex-mandatários da entidade José Maria Marin e Ricardo Teixeira,
intimados a pagar um total de 5,3 milhões de dólares (quase 20 milhões de
reais).
Investigação na Suíça
Demitido do cargo de
secretário-geral da Fifa e suspenso por 12 anos de qualquer atividade
relacionada ao futebol, Jérôme Valcke agora está sob investigação criminal na
Suíça.
O procurador-geral do país abriu
um processo criminal contra Valcke nesta quinta por "suspeita de vários
atos de má gestão criminosa", de acordo com um comunicado oficial.
Desde o ano passado, o francês de
55 anos é acusado de participar de um esquema de venda ilegal de ingressos na
Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Valcke é tido como um dos líderes do esquema
com empresas de marketing que obtiveram um ágio de mais de 200% nos valores das
entradas da Copa, o que garantiu pelo menos 2 milhões de euros apenas para o
bolso do dirigente.
No anúncio de sua suspensão,
Valcke também foi acusado pela Fifa de destruir provas durante o inquérito da
entidade.
Ele recebeu em 2015, segundo a
Fifa, 2,2 milhões de dólares (cerca de 8 milhões de reais).
Fonte: Veja/Estadão
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