Imagem: Athletico Paranaense
A despedida
de Bellini, o eterno capitão
Por Pedro Henrique
Brandão Lopes/Universidade do Esporte
No dia em que
Bellini (na foto com Djalma Santos) se despediu do futebol, na Arena da Baixada, Neil Armstrong entrou para
a história como o primeiro ser humano a pisar o solo lunar.
Hilderaldo
Luís Bellini marcou seu nome na história do futebol como Bellini, um ótimo
zagueiro que foi responsável por levantar a Jules Rimet na primeira vez em que
o Brasil conquistou o mundo.
Apesar da
qualidade com a bola nos pés e o vigor físico para marcar os adversários,
Bellini ficou conhecido por um gesto que fez com as mãos: ao receber a taça da
Copa do Mundo, em tempos que as cerimônias de premiação não eram tão organizadas
e planejadas como atualmente, o zagueiro percebeu que alguns fotógrafos não
conseguiam ver o troféu e o levantou acima da cabeça segurando com as duas
mãos.
Estava
imortalizado o gesto do eterno capitão e criado um protocolo que se tornou
obrigatório para qualquer conquista, depois daquele 29 de junho de 1958, no
Estádio Rasunda.
Uma década
mais tarde, porém, o inevitável final de carreira chegou para Bellini, quando o
zagueiro atuava pelo Atlético Paranaense.
Contratado em
1968, chegou ao Furacão prestes a completar 38 anos e, mesmo veterano, desfilou
sua classe habitual dos tempos de Vasco da Gama e Seleção Brasileira pelos
campos do Paraná.
Junto aos
jogadores consagrados como Zequinha, Sucupira e Djalma Santos, Bellini jogou
por um ano e meio no Atlético, que há 50 anos, sequer sonhava em ter um H na
grafia de seu nome.
Em julho de
1969, aos 39 anos, decidiu encerrar a vitoriosa carreira e usou a Arena da
Baixada como último palco.
Na tarde de
20 de julho de 1969, com a camisa 3 do Furacão, Bellini entrou no gramado do
estádio da Água Verde para fazer sua última partida como profissional.
O jogo era um
Atletiba, válido pela última rodada do Campeonato Paranaense daquele ano em que
o Coritiba já havia conquistado o título três jogos antes.
O jogo
terminou empatado sem gols, mas a festa teve direito a apresentação de Orlando
Silva, a Voz das Multidões e um dos mais famosos cantores da época.
Além dessa
homenagem, Bellini recebeu uma placa das mãos do cantor e, ao final da partida,
outro evento chamaria a atenção e faria daquele dia uma data especial
mundialmente.
Para quem
gosta de datas, o 20 de julho de 1969 soa familiar.
Praticamente
no mesmo horário em que Bellini dava a volta olímpica no gramado da Arena da
Baixada para dizer adeus ao futebol sob aplausos das torcidas de Coxa e
Furacão, Neil Armstrong pisou a Lua com o famoso "pequeno passo para o
homem, mas um grande salto para a humanidade".
Neste sábado,
o Arquibancada Móvel conta essa e muitas outras histórias da Arena da Baixada
que você não pode perder no episódio inédito disponível no Spotify, Deezer e
nos principais agregadores de podcast.
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