segunda-feira, setembro 16, 2019

Arenas começam a ter vida própria no país...

Imagem: Autor Desconhecido

Análise: Arenas começam a ter vida própria no país

Mercado brasileiro segue a tendência de Europa e EUA, e começa a explorar melhor as novas arenas

Por Duda Lopes/Máquina do Esporte

O futebol é o grande negócio de uma arena moderna.

Nada gera mais dinheiro que os eventos esportivos.

Somente com bilheteria, sem considerar vendas de cadeiras, camarotes e publicidade específica para as partidas, o Maracanã já gerou mais de R$ 50 milhões neste ano.

O que o mercado nacional começa a perceber, por outro lado, é que as modernas estruturas podem ir além, podem ter vida própria e gerar ainda mais renda aos administradores.

Nesta semana, foi a vez da Arena Itaipava Fonte Nova mostrar as novas possibilidades.

O recente projeto, que conta até com Rubens Barrichello de sócio, deverá montar um shopping no estádio, com direito a academia e pista de kart.

Nesta mesma semana, o Allianz Parque apresentou outro projeto, formulado com a EY, a WeWork e o Governo do Estado de São Paulo, para transformar o estádio em um centro de escritórios para startups do esporte.

Também nos últimos dias, o UOL publicou que a Arena Corinthians deverá ter uma clínica médica, empreendimento que irá se juntar a outros projetos recém-construídos, como uma academia.

Essa transformação, no entanto, dificilmente mudará o centro de negócios das arenas, o futebol.

Em comparação, a rede Iguatemi, que possui alguns dos shoppings mais luxuosos do Brasil, teve um lucro de R$ 260 milhões em 2018.

Isso na soma de mais de dez complexos, e a grande maioria com maior potencial de ganhos em relação a lojas instaladas em um estádio.

É pouco frente ao que, por exemplo, o Palmeiras leva de lucro em relação a bilheteria e sócio torcedor.

Mas é um caminho natural para as modernas estruturas que, claro, precisam faturar mais.

É um caminho seguido com mais clareza em outros mercados. 

Em Boston (EUA), por exemplo, há um caso curioso.

O complexo de entretenimento Patriot Place, um grande shopping montado ao lado do Gillette Stadium, do New England Patriots, custou US$ 350 milhões e foi mais caro que o próprio estádio.

No local, há lojas, restaurantes, hotel e até casa noturna.

O investimento deu mais vida à isolada arena multiuso.

O estádio americano está longe de ser exceção.

Na verdade, ele é a regra para grandes arenas.

A considerar que o mercado brasileiro não possuía estruturas do tipo até pouco tempo atrás, é natural que os avanços aconteçam aos poucos.

Cinco anos após a realização da Copa do Mundo, parece que finalmente os novos estádios começam a ser plenamente explorados, com todas as suas possibilidades comerciais.

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