Imagem: Autor Desconhecido
Mais revelações
colhidas na imprensa europeia...
O ex-diretor do
AC Milan, Paolo Taveggia (na foto com van Basten) fez revelações surpreendentes de como eram os
bastidores do futebol há trinta anos, precisamente quando fez parte da direção de
uma das equipes mais importantes do futebol europeu.
Numa longa entrevista ao portal ‘Milan News’,
Taveggia que foi diretor do clube entre 1986 e 1993, lembrou de vários
episódios...
Porém, três
que sobressaem, e todos envolvem árbitros.
As histórias
vão desde subornos a saídas noturnas com 'meninas' acompanhadas de dirigentes
rivais, Taveggia abriu “a caixa preta” ...
A primeira
história diz respeito ao jogo diante do Real Madrid, pela Copa dos Campeões
Europeus de 1988/89, ganha pelos italianos por 5 a 0.
"Além dos
jogos que nos deram títulos, o jogo que mais desfrutei foi quando batemos o
Real Madrid por 5 a 0. No dia anterior ao jogo, o nosso goleiro disse-nos que
na partida de ida o Sánchez lhe tinha cuspido sempre que tentava se antecipar a
ele e tomar a bola. Por isso, antes desse jogo fui falar com o árbitro e lhe
contei isso. Bem... ao fim da primeira etapa o Sánchez tinha tomado um cartão
amarelo! Depois do jogo, os jogadores do Real Madrid estavam doidos por terem
perdido de goleada. O Berndt Schuster virou-se para mim e disse que eu que
tinha comprado o árbitro. E eu respondi: 'se o tivesse feito não teríamos ganho
por 5 a 0. Não somos como os seus dirigentes, que estão sempre comprando
árbitros'. E fui embora".
Na discoteca
com o árbitro
Taveggia
lembrou uma partida com o Estrela Vermelha, da Taça dos Campeões Europeus de
1988/89...
O jogo
encontro que foi adiado por causa do nevoeiro, mas que teve uma história por
trás.
"O
árbitro suspendeu o jogo e disse-me para esperar 45 minutos para ver o nevoeiro
se dissipava. Fui ao vestiário após fumar um cigarro e vi uns quatro ou cinco
jogadores tomando banho. Eles não tinham percebido que era uma suspensão
temporária! Agi então de forma desesperada e disse ao árbitro que tinha
compreendido mal o seu inglês e que a minha carreira estava arruinada por causa
daquilo. Nesse momento ele olha para mim e me diz: 'bem, então jogamos amanhã'.
Não disse isto a ninguém, só agora", assumiu o dirigente, que nessa mesma noite acabou numa
discoteca de Belgrado... onde também estava o mesmo árbitro.
"Não
conseguia dormir e, por isso, perguntei ao recepcionista qual era a melhor
discoteca da cidade. Entrei num táxi com o assessor de imprensa, que me
convenceu que o árbitro estaria lá também. Curiosamente, uns 30 minutos depois
de lá chegar, aparece um Mercedes branco com o árbitro, os auxiliares e umas
meninas, acompanhados por dirigentes do Estrela Vermelha".
A comida
envenenada
A lista de histórias
de Taveggia é longa...
Entre elas está a que se refere a semifinal
da Copa dos Campeões Europeus de 1990/91, que os milaneses abandonaram o campo
diante do Marselha, devido à queda de energia no estádio.
A decisão resultou
no afastamento do clube das competições da UEFA por um ano e ainda a suspensão por duas temporadas de Adriano Galliani, dirigente máximo do Milan...
O relato de
Taveggia, faz parecer que tudo nessa viagem foi retirado de um filme de
espionagem.
"Nunca
ninguém teve a coragem para contar o que se passou. Uns dias antes do jogo, o
Uli Hoeness, do Bayern Munique, ligou-me para me dizer que o Beckenbauer (naquele
tempo diretor do Marselha) lhe tinha dito que iam aprontar com a gente França,
incluindo até a possibilidade de contaminarem a comida no hotel. Como eu era o
responsável pela logística, decidi mudar o hotel à última hora. Nem o motorista
sabia! Nessa noite fomos ao Velodrome para treinar e as portas estavam
fechadas. Quando entrámos, demorámos uma eternidade para encontrar bolas e ao
mesmo tempo avistamos umas pessoas a fazer algo junto do túnel", recordou...
O Marselha vencia por 1 a 0 e faltavam três minutos para acabar a partida
quando o árbitro foi forçado a suspender o jogo devido a uma invasão de campo.
Taveqqia,
conta o que aconteceu a partir daí...
"Fui ter
com o árbitro e ele disse que sabia que o jogo não tinha acabado. Enquanto
isso, os jogadores estavam a trocar camisas, enquanto tentávamos decidir o que
fazer. Neste momento uma das torres de iluminação apagou. Foi quando o árbitro
disse que as equipes tinham de voltar aos vestiários para que os torcedores
fossem retirados e aí poderíamos recomeçar o jogo".
"A
caminho do vestiário encontramos as portas do túnel fechadas. Foi um caos
absoluto. Estávamos ali presos e o Jean-Pierre Papin começou cuspir em nós. A
iluminação foi voltando aos poucos e o árbitro decidiu que o jogo tinha de
recomeçar. Naquele momento, o Adriano Galliani desceu ao relvado, totalmente
furioso. De repente as portas abrem-se e os jogadores entram para o túnel e correm
para o vestiário. Naquele momento já era muito tarde para voltarmos ao campo,
pois o árbitro tinha colocado a bola ao solo e apenas os jogadores do Marselha
estavam em campo. Daí deu por terminado o jogo e aplicou-nos uma derrota por 3
a 0", relembrou, finalizando com uma
acusação:
“A quebra de
energia foi proposital. Pessoas que estavam junto ao túnel preparando os fogos
de artifício para comemorar a vitória do Marselha deram ordem ao responsável
pela iluminação para apagar os refletores com o intuito de dar maior impacto
aos fogos.”
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