Não conheço,
mas já vi! #6
A história de
vida do Dinamo Tbilisi
Por Dyego
Lima/Universidade do Esporte
Fundado em
1925, o Dinamo é pertencente à cidade de Tbilisi, capital da Geórgia.
Antes de o
país se tornar independente, o clube foi uma das principais instituições
futebolísticas da antiga União Soviética, estando quase sempre competindo na
principal divisão, a Top League, estabelecida em 1936.
Fez parte de
uma das principais sociedades esportivas da URSS: a All-Union Dynamo.
Ela abrigava
outros esportes além do futebol, sendo patrocinada pelo Ministério Soviético de
Assuntos Internos.
Foi uma das
equipes mais bem-sucedidas da extinta Liga Soviética.
Ao lado dos
Dynamos de Kiev e Moscou, nunca foram rebaixados.
Seu técnico
mais famoso foi Nodar Akhalkatsi, que liderou o clube nos títulos da Liga da
URSS de 1978, as Copas do país em 76 e 79, além do título da Cup Winner's Cup
de 81.
Ele também
foi um dos assistentes-técnicos da Seleção Soviética na Copa do Mundo de 1982.
O Tbilisi é o
único clube da Geórgia que conquistou um título europeu.
Foi também um
dos responsáveis por desenvolver alguns dos principais jogadores soviéticos,
como Boris Paitchadze, Slava Metreveli, David Kipiani e Vladimir Gutsaev.
Após a
dissolução da União Soviética, com a Geórgia tornando-se independente, também
produziu alguns dos grandes nomes do país, tais como Temur Ketsbaia, Kakhaber
Kaladze e Levan Kobiashvili.
O time é o
maior campeão da Liga Georgiana, com 17 conquistas, e da Copa, com 13. Possui
treze e nove troféus, respectivamente, à frente do Torpedo Kutaisi, segundo
maior vencedor.
A casa do
Tbilisi é a Boris Paitchadze Dinamo Arena, inaugurada em 1976 e com capacidade
para pouco mais de 54 mil torcedores, sendo um dos maiores estádios da Europa
Oriental.
Maior palco
da Geórgia, também é utilizado pelas seleções de futebol e rugby.
Enquanto o
país ainda era parte da URSS, a arena levava o nome de Vladimir Ilyich Lenin
Dinamo Stadium.
Após a
independência, recebeu o atual nome.
Um
grande "start"
O Dinamo
Tbilisi surgiu do desejo da Dinamo Sports Society de criar um clube de futebol,
mesma época em que o esporte se tornava um dos mais populares do mundo.
No começo,
sem uma Liga dentro do território que hoje se conhece por Geórgia, os times
apenas disputavam amistosos entre si.
Com o sucesso
do clube na metade dos anos 1930, a Federação de Futebol da URSS decidiu
colocar o Tbilisi na First League, a segunda divisão do país.
Vitórias
contra o Dynamo Moscou e o Dinamo Leningrad credenciaram o time a disputar a
elite.
Já em 1936, a
equipe acabou sendo vice da Copa Soviética após perder para o Lokomotiv Moscou
por 2 a 0.
O primeiro
grande sucesso veio em 1964, com a conquista da Liga depois de a equipe passar
as últimas 14 partidas invicta, com nove vitórias e cinco empates.
Ao final do
campeonato, o Tbilisi estava empatado em pontos com o Torpedo Moscou.
Um jogo extra
foi realizado entre os clubes em Toshkent, capital do Uzbequistão.
Após vitória
do Dinamo por 4 a 1, a torcida apelidou os jogadores de "Golden
Guys".
Na época, a
France Football, renomada revista francesa, escreveu:
"Dinamo
tem grandes jogadores. A sua técnica, competência e intelecto de jogo
permitem-nos nomeá-los os melhores representantes orientais das 'tradições do
futebol sul-americano'. Se o Dinamo fosse capaz de participar da Taça dos
Campeões Europeus, nós temos certeza, ele traria ao fim a hegemonia dos clubes
hispano-italianos".
No entanto,
nenhuma equipe soviética apareceu na competição naquele tempo.
O despontar
europeu
A primeira
aparição europeia do clube aconteceu na Copa Uefa de 1972, contra o Twente, da
Holanda.
Na partida de
ida, em casa, vitória por 3 a 2.
Na volta,
derrota por 2 a 0 e desclassificação na bagagem.
Em 76, Nodar
Akhalkatsi foi escolhido para ser técnico da equipe.
Foi sob seu
comando que o Tbilisi conquistou seus melhores resultados.
A equipe
ficou conhecida como "The Great Team" entre 76 e 82 pelo estilo de
jogo caracterizado pela mobilidade, velocidade e técnica.
Foi ainda em
76 que o time venceu a sua primeira Copa Soviética.
Uma vitória
por 3 a 0 contra o Ararat Yerevan, da Armênia, com gols de David Kipiani, Piruz
Kanteladze e Revaz Chelebadze.
Em 78, a Liga
foi vencida pela segunda vez.
No ano
seguinte, vitória contra o Dynamo Moscou e mais um título da Copa.
Em 79, o
Tbilisi jogou sua primeira Copa dos Campeões.
Na primeira
rodada de eliminatórias, o adversário foi o Liverpool, uma das equipes mais
fortes da Europa à época.
Depois de perder em Anfield por 2 a 1, uma vitória
confortável em casa por 3 a 0, garantiu a "zebra" e a classificação.
O adeus veio
na fase seguinte para o Hamburgo, então campeão alemão.
Naquela
década, o Dinamo eliminou algumas fortes equipes em competições europeias, como
Internazionale de Milão e Napoli.
O grande
momento do Tbilisi aconteceu no início da década de 80, com a conquista do
título da Cup Winner's Cup de 81.
Eliminando
Kastoria, da Grécia, Waterford, da Irlanda, West Ham e Feyenoord, o clube
ganhou o direito de disputar o título contra o Carl Zeiss Jena, da Alemanha
Ocidental.
Em final
disputada no dia 13 de maio, no Rheinstadion, em Düsseldorf, o Dinamo venceu
por 2 a 1, com gols de Gutsaev e Daraselia, e levou a taça.
A formação
titular era composta por: Gabelia; Kostava, Chivadze, Khizanishvili e Tavadze;
Svanadze, Sulakvelidze e Daraselia; Gutsaev, Kipiani e Shengelia.
Na temporada
seguinte, a equipe chegou à semi da mesma competição, mas foi eliminada pelo
Standard Liège, da Bélgica.
A
"seca" antes do domínio
Em 1983, a
crise chegou ao clube. Campanhas ruins na Liga e na Copa aconteceram.
Até 89, a
Copa da Uefa de 87–88 foi a única aparição do clube no cenário europeu.
No dia 27 de
outubro de 89, o Tbilisi jogou sua última partida na Top League Soviética.
O adversário
foi o Dynamo de Kiev, o mesmo de seu primeiro jogo.
Curiosamente,
o resultado foi igual em ambas as partidas: 2 a 2.
Em 1990, a
Federação de Futebol da Geórgia recusou a participação de seus clubes no
campeonato soviético.
Foi nesse
período que o Dinamo mudou seu nome para Iberia Tbilisi.
Isso não
agradou aos torcedores, e a antiga nomenclatura voltou já em 92.
No dia 30 de
março de 90, o clube jogou a sua primeira partida no Campeonato Nacional da
Geórgia, a Erovnuli Liga.
A estreia foi
ruim: derrota por 1 a 0 para o Kolkheti Poti.
Apesar do
revés, a equipe se recuperou e foi campeã com apenas quatro derrotas e 78
pontos somados.
O Tbilisi
estabeleceria uma hegemonia impressionante, conquistando os próximos nove
campeonatos nacionais.
Em 1993,
jogou a sua primeira partida internacional oficial representando a Geórgia
independente.
Na fase prévia da Champions League, o clube venceu por 2 a 1, em
casa, o Linfield, da Irlanda do Norte.
Arveladze e
Inalishvili marcaram.
Na volta em
Belfast, empate por 1 a 1.
Entretanto, o
Tbilisi acabou sendo desclassificado por tentativa de suborno ao árbitro na
partida de ida.
O clube acabou sendo suspenso das competições da Uefa por dois
anos.
No início dos
anos 2000, Badri Patarkatsishvili, famoso empresário georgiano, comprou o
clube.
Em 2003, Copa e Liga foram conquistadas.
No ano
seguinte, sob comando do croata Ivo Susak, o Dinamo venceu a Commonwealth of
Independent States Cup (CIS Cup), um torneio entre os campeões nacionais dos
países que formavam a antiga União Soviética.
Vitória por 3
a 1 na final contra o Skonto, da Letônia.
A equipe
ainda venceria a Liga da Geórgia em 2005 e 2008, e a Copa em 2009.
Em janeiro de
2011, o Tbilisi foi comprado pelo empresário Roman Pipia.
O novo dono
logo tratou de modernizar o clube, desde a estrutura do centro de treinamento,
até o estádio.
O Dinamo
conquistaria a dobradinha Liga-Copa nos anos de 2013, 14 e 16.
A equipe é a
atual campeã da Geórgia.
O título veio com a marca de 75 pontos em 36 jogos,
além de Levan Kutalia ter sido o artilheiro com 20 gols.
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