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Gianfranco Zola: o Pequeno Mágico
Por Lucas Costa/Universidade do Esporte
O meio-campista foi um dos bons jogadores que atuaram no mundo da bola na
década de 1990.
Com muita habilidade na construção de jogadas, um domínio de bola
excelente e um vasto repertório de dribles, saiu da quarta divisão para clubes
tradicionais da elite da Velha Bota.
Foi na Terra da Rainha, porém, que o jogador se consagrou e se eternizou
como ídolo do Chelsea.
Zola nasceu e cresceu na pequena cidade de Oliena, região da Sardenha,
Itália.
Um filho pródigo para a pequena comunidade de aproximadamente 7.500
habitantes.
Sua trajetória no futebol profissional começou aos 18 anos quando começou
a jogar pelo Nuorese, clube da quarta divisão do campeonato italiano na época.
Em 31 partidas pelo time, marcou 10 gols.
Após duas temporadas, se mudou para o Sassari Torres, time da mesma
divisão.
No novo clube, Zola teve papel importantíssimo na disputa da Serie C2 na
temporada 1986/87 em que o time se sagrou campeão.
De 1986 a 1989, defendeu o Torres por 88 oportunidades e deixou nas redes
adversárias 21 tentos.
O futebol vistoso do meia de apenas 1,66 de altura chamou a atenção de um
gigante clube.
Em 1989, recebeu a chance de sua vida, quando o Napoli o contratou.
Neste período, o Napoli tinha em seu time ninguém mais, ninguém menos que
Diego Maradona.
Zola foi contratado para ser o reserva imediato dessa lenda do esporte.
Por esse mesmo motivo, Gianfranco pouco atuou em sua primeira temporada
no clube, mas foi campeão italiano com Maradona, Careca e cia.
Esse esquadrão napolitano entrou para a história como o maior de todos.
Nas palavras do jogador, o convívio com o craque argentino fez "ter
aprendido tudo o que sabe sobre futebol".
Logo herdaria a camisa 10 do Napoli, depois de Maradona ser suspenso por
uso de cocaína em 1991.
Zola continuou tendo boas atuações pelo clube, porém, com a saída de
Diego, dívidas crescendo, e sem grandes resultados, o Napoli acabou se
desfazendo de jogadores, o que fez Gianfraco ser negociado com o Parma.
Saiu do Napoli depois de 135 partidas, 36 gols, prêmio de maior
assistente do Campeonato Italiano 1992/93, um título da liga, uma Supercopa
Italiana e o carinho dos Napolitanos.
Chegou em seu novo time no começo da temporada 1993/94, quando se tornou
um dos melhores jogadores do campeonato, disputou e conquistou títulos como uma
Supercopa da UEFA, uma Copa da UEFA, além de um vice da Serie A.
Porém, tudo isso só durou duas temporadas, um novo comandante chamado
Carlo Ancelotti chegou na equipe e mudou o esquema tático de uma forma na qual
o baixinho meia não se encaixava.
Com atuações apagadas por jogar fora de posição e recebendo cada vez
menos chances, o italiano foi atrás de novos ares.
E nessa busca encontrou na Inglaterra um clube tradicional de Londres,
que vivia fase difícil, um jejum terrível de títulos, mas que estava tentando
mudar isso, e com a contratação de Zola essa mudança aconteceria.
Do Parma diretamente para o bairro de Fulham, para jogar no estádio de
Stamford Bridge, com a camisa 25, número esse que ficou eternizado no coração
dos torcedores azuis do Chelsea.
Vindo em baixa, Zola não chegou no início da temporada, mas logo se
tornou essencial no time.
Comandado por Ruud Gullit, venceu no final da temporada a FA Cup e
quebrou um jejum de 26 anos sem títulos para o Blues.
Além disso, Zola foi escolhido o melhor jogador do ano no país, com um
feito que ninguém até hoje conseguiu igualar, o de ser escolhido sem jogar uma
temporada completa.
A torcida tratou logo de achar um apelido para o novo xodó.
Por sua baixa estatura e seu futebol impressionante, começaram a chamá-lo
de "Little Giant", ou de "Magic Box" por seus dribles
desconcertantes e jogadas formidáveis.
Mas não parou por aí, ao lado de jogadores como Di Matteo - aquele mesmo
que ganhou a Champions -, Hasselbaink, Vialli, Gullit, Wise, resgatou o orgulho
dos apaixonados blues e encaçaparam mais títulos.
Por mais que nunca tenha ganho a Premier League, Zola deixou marcas
importantes no clube como a conquista da UEFA Cup Winers' Cup e da UEFA Super
Cup, ambas em 1998.
E, também de outra FA cup.
Além de uma Copa da liga e uma Community Shield.
Zola desfilava na Terra da Rainha, encantava a todos com seu futebol
rápido, vistoso e habilidoso, cada gol, cada assistência era um deleite para o
torcedor azul.
A virada do século se desenhou e mudanças estavam chegando no Chelsea.
Claudio Ranieri chegou ao clube inglês trazendo uma política de
rejuvenescimento e isso afetou diretamente Zola que chegou ao clube já na casa
dos 30 anos.
Mas, como qualquer craque, Zola ainda assim conseguiu mostrar toda sua
maestria.
Mesmo com um jovem chamado Eidur Guodjohnsen pedindo passagem, Zola em
sua última temporada no clube conseguiu marcar 16 gols e colocou o Chelsea na
zona de classificação para a Champions League, que viria a ser a primeira
participação do clube na história da competição.
Isso tudo antes de um certo russo bater na porta do Stamford Bridge.
Por isso, mesmo em tempos mais modestos, se tornou grande ídolo e, como
forma de honrá-lo, o Chelsea fez uma das coisas mais raras no futebol, que é
aposentar o número da camisa de um jogador.
Assim, a camisa 25 se tornou única e exclusivamente de Gianfranco para
sempre.
Em sete anos de clube foram 312 jogos nos quais deixou tudo de si e 80
gols.
Após a saída dos Blues em 2004, assinou com o Cagliari e jogou por mais
dois anos no clube da sua terra natal para fechar seu ciclo no futebol. Ajudou
no acesso à Serie A e na sua última partida na carreira, contra o time da
Juventus, marcou dois gols.
Despedida digna para um gigante do futebol.
Hoje, Zola está como assistente técnico no Chelsea, auxiliando Frank
Lampard.
O torcedor blue quando olha para sua comissão técnica com toda certeza
sente um aperto no peito com muita saudade dessas duas lendas azuis.
Imagem: Autor Desconhecido
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