domingo, setembro 27, 2009

ABC 1x0 América... Talvez fosse melhor dizer: Sandro 1x0 América!

Se houvesse sido proposital, não teria sido tão perfeito, porém, quis o acaso que a televisão solicita-se a mudança de horário do clássico e com isso, o que por si só, já tinha uma forte dose de emoção, ficou ainda mais emocionante.


Abc e América entraram no Maria Lamas Farache, sem concorrência, todas as atenções estavam sobre eles, afinal a vitória de um dos dois, provocaria mudanças na tabela.


O Duque de Caxias, o Bahia e o Juventude, torceram pelo alvinegro, enquanto Fortaleza e Campinense torceram pelo rubro...


Azar dos dois, deu ABC!


Mas vamos ao jogo, ou melhor, “aos jogos”, pois quem foi ao Maria Lamas Farache, viu dois e pagou só um...


No primeiro, o América por 25 minutos mandou na partida, foi o dona da bola e das chances, mas quem tem Max, não tem nada e por isso, esse primeiro jogo terminou 0x0.


No segundo, o ABC começou a jogar com mais segurança e, calma e lentamente foi recuperando o terreno das “mãos” do adversário e impondo seu ritmo...


Não demorou e o resultado apareceu, pois se Junior Negão, atacante do ABC, estava solidário a Max na incompetência, Sandro não e, por isso, o segundo jogo terminou 1x0 para o ABC...


Permitam-me abrir um parêntese e ao seu final encerrar meu comentário, pois há gente mais competente que eu para tratar da “numerologia” tática e de como um treinador deve ou não agir para se tornar uma espécie de Alex Fergusson caboclo...


O parêntese que quero abrir é para falar do jogador Sandro, isso mesmo o “bichado” Sandro como alguns bocós alvinegros ou não, costumam chamá-lo...


Sandro, menino que bafejado pelo talento, não só lutou por sua afirmação como jogador de futebol, mas também pelo seu sonho de continuar a jogar, durante toda sua carreira.


Não sei ao certo, mas dizem que são oito as cirurgias que nele fizeram...


Ainda assim, ele não desistiu...


Continuou, acreditou, forçou a barra, ultrapassou o desanimo, à dor e as línguas ferinas...


Hoje, efetivamente, participou de apenas uma jogada, mas que deu ao ABC a vitória sobre seu mais ferrenho e respeitado adversário.


Eram decorridos 21 minutos da etapa final, o jogo parecia que caminharia para o empate, mas eis que a bola chega macia até seus pés...


Sandro a domina com delicadeza, olha a sua volta e decide que era hora de alguém decidir e arranca em direção ao gol do americano...


O primeiro marcador, se curva diante seus passos largos e Sandro avança...


Logo é cercado por mais dois defensores americanos, que ultrapassados pelo toque suave e exato, se esparramam pelo chão...


Sandro dá um último toque na bola para posicioná-la e, ao perceber a saída do goleiro Weverton, levanta a cabeça, escolhe o canto e com precisão, desvia a bola para as redes...


Silencio na torcida americana, silencio doído...


Dor que só foi superada pela imensa alegria dos alvinegros e pela elegância da comemoração de Sandro, que sem nenhuma explosão, mostrou que mesmo “bichado”, ainda conserva o talento que o vento soprou em sua direção e que as contusões não conseguiram “matar”.

2 comentários:

Ricardo Couto disse...

Parabéns Fernando.
Belo texto para um belo jogador.
Um craque, que jogaria novamente em qualquer time do Brasil se não tivesse sofrido tantas contusões.

Marcelo Régis disse...

Bonita homenagem ao jogador Sandro.
O que você quis afirmar em relação a Max quando escreveu "(...) quem tem Max,não tem nada, e por isso, esse primeiro jogo terminou ..."?
Inicialmente achei o termo muito forte para um jogador com grandes fragilidades técnicas...