segunda-feira, setembro 28, 2009

Comentei para Uberaba o acesso do Alecrim...

O que era para ser uma tarde tranqüila acabou se transformando num trabalho interessante e divertido...


Após algum tempo na “geladeira”, voltei a ter uma participação mais efetiva na Superintendência de Comunicação da UFRN, local onde trabalho a mais de 13 anos.


Agora, escalado para realizar comentários sobre os jogos realizados em Natal, durante o jornal da FM Universitária fui para o Machadão na expectativa de escolher um lugar sossegado e lá me dedicar a observar a partida, mas o inesperado costuma dar rasteiras no planejado e tudo acabou mudando.


Logo que entrei no espaço reservado a imprensa, fiz o que sempre faço, fui de emissora em emissora, dar um olá aos colegas e, entre uma cabine e outra fui abordado por um sujeito simpático que se identificou como membro da TV Universitária Canal 5 de Uberaba e me perguntou: “você é Fernando Amaral”?


Diante da afirmativa (confesso que fiquei em duvida sobre se responderia afirmativamente ou não, pois nos filmes, logo após esse tipo de pergunta, o sujeito saca uma pistola e criva o interlocutor de balas), emendou: “um colega seu me indicou você e, gostaria de saber se você poderia nos dar uma força e comentar o jogo conosco, pois só trouxemos o narrador”...


Pensei por uns segundos e aceitei, afinal, uma coisa não causaria prejuízo à outra.


Ao chegar à cabine destinada à emissora mineira, fui apresentado ao narrador Jota Gonçalves, que me recebeu com alívio e gentileza e, me deu algumas orientações sobre como o trabalho seria feito.


Gostei do que vi...


Organizados e profissionais, tudo estava pronto, sem as comuns falhas de ultima hora.


Porém, imaginem minha situação...


Durante a transmissão, Jota Gonçalves, fazia seu papel de narrador, isto é, tentava dar emoção ao jogo e como era de se esperar, procurava enaltecer a equipe do Uberaba, afirmando a todo o momento que o time estava bem e que jogava uma excelente partida.


Quando me passava à bola, meus comentários sempre acabavam por contra dizer meu anfitrião, pois o jogo no primeiro tempo foi morno e sem graça e, mesmo com maior posse de bola, o Uberaba não conseguia furar o bloqueio montado pelo Alecrim e nem tão pouco, seus atacantes assustavam a defesa alecrinense.


Para ser honesto, o melhor momento do primeiro tempo foi uma falta a favor do Alecrim que desviou na barreira e quase entrou.


Na segunda etapa, o Alecrim voltou melhor, controlou o jogo e passou a ameaçar ainda mais, e sempre que o Jota Gonçalves me chamava, lá era eu obrigado a dizer o que via e não o que é praxe que se diga em situações como essa (infelizmente, apesar de saber como a banda toca, creio que já não ter mais idade para aprender a tocar certos instrumentos), mas o Jota Gonçalves, elegante, seguia seu script sem mostrar nenhum tipo de desagrado em relação as minhas opiniões.


Quando Maurício Pantera marcou o gol, foi visível o desapontamento do Jota e sem ter como contrariar os fatos, me olhou e disse: “mesmo jogando bem, o Uberaba não pode reclamar, pois o Alecrim soube ganhar o jogo”.


Concordei e seguimos até que Danilo empatou já nos acréscimos e então, Jota mais uma vez tentou empurrar a transmissão para cima, mas quando o árbitro trilou o apito pondo fim ao jogo, Jota e eu concordamos que tudo foi muito justo e, que nada podia ser contestado.


Pessoalmente, tenho a impressão que o Alecrim definiu o seu acesso na partida em Uberaba, quando venceu e quebrou a confiança dos mineiros.


No mais, só parabenizar ao Alecrim, seus jogadores, o treinador Diá e a todos que acreditaram no projeto do grupo de empresários que investiram no clube...


Mas, como ser “chato” faz parte da profissão, é bom que fique claro o seguinte: o Alecrim como instituição, permanece frágil e sem financiadores, terá imensas dificuldades de repetir em 2010, o belo feito de 2009.


Agradeço ao Jota Gonçalves pela oportunidade e espero que os colegas da TV Universitária de Uberaba tenham muito sucesso, pois o esforço que fizeram para vir até Natal é digno de nota.


A TV Universitária de Uberaba cumpriu seu papel de TV pública, estava onde o público esperava que estivesse.

Um comentário:

Anônimo disse...

"confesso que fiquei em duvida sobre se responderia afirmativamente ou não, pois nos filmes, logo após esse tipo de pergunta, o sujeito saca uma pistola e criva o interlocutor de balas".

Meu amigo, estou rindo até agora.

Excelente.

Sds Alvinegras.

Abecedista.