terça-feira, abril 12, 2011

É isso que chamam de futebol profissional?


Ontem por volta das 8h e 55minutos da manhã (para mim, altíssima madrugada), o celular que esqueci ligado tocou...


Pensei em deixar tocar até desligar, mas “aquele sujeitinho boa praça” com suas vestes brancas e que mora no meu ombro direito, me convenceu que seria indelicado tal atitude...


Quem não gostou muito foi o “sujeitinho mau-caráter” que mora no meu ombro esquerdo – puxou sua capa vermelha, estirou o dedo em minha direção e se foi, sei lá para onde...


Ele sempre fica assim quando dou preferência aos conselhos do carinha da direita.


Pois bem, depois desse embate pessoal, tateie em busca do malfadado aparelho que não parava que repetir o maldito toque e, com a voz pastosa e as pálpebras pesando uma tonelada cada uma, o alcancei e disse um alô que mais parecia o ronco de um ogro.


Do outro lado da linha, um senhor que se identificou como Gilson, disse:


- Fernando Amaral?


- Sim, sou eu, respondi...


- Sou procurador do jogador Elissandro e quero esclarecer uma situação que deixou meu atleta muito mal com a imprensa... é possível?


- Claro Gilson, pode dizer!


- Amaral, você deve ter lido no blog do Justino Neto sobre a dispensa do Elissandro do ASSU...


Interrompi e disse:


- Li sim, mas ele desmentiu e disse que entre ele e o clube, está tudo ok.


- Não é bem assim Amaral...


- E como é então, perguntei...


- Elissandro foi dispensado sim... foi dispensado depois de apresentar um atestado médico que informava o clube que ele havia contraído dengue e que estava em recuperação...


- Aliás, Amaral, foi dispensado e não recebeu nenhum tostão dos 4 meses que lhe devem de salários.


- Mas ele não desmentiu isso?


- Ele está aqui, você quer falar com ele?


- Sim, quero sim.


- Bom dia Fernando, aqui é o Elissandro.


- Oi Elissandro, que história é essa, afinal?


- É o seguinte: eu contraí dengue em Açu, procurei me medicar por lá, mas eles não tinham nenhum tipo de remédio à disposição e então, vim para Natal tentar resolver meu problema.


- Daqui, mandei um atestado e me disseram que estava tudo bem, mas quando menos esperava, recebi um telefonema me informando que eu estava dispensado.


- Quem dispensou você?


- Eles disseram que foi o Dailson, presidente do time!


- Acontece, que quando o Justino publicou a matéria informando minha dispensa e os motivos, eles me ligaram zangados e perguntaram se eu tinha “colocado alguma coisa na imprensa”...


- Disse que não e aí, pediram para eu desmentir, pois iriam resolver meu problema...


- Resolveram?


- Não, mas ligaram dizendo que era para eu voltar, pois iam segurar minha rescisão, mas eu tinha que desmentir a matéria do Justino Neto...


- E você, fez o que?


- Disse para eles que não ia voltar não e que queria receber meu dinheiro e seguir minha vida...


- E eles?


- Insistiram e eu disse: não vou voltar, vocês me dispensam, contam mentiras para torcida e aí, eu volto... com que cara, eu vou encarar os torcedores do ASSU?


- O que você pretende fazer agora?


- Vou procurar o sindicato e buscar meus direitos...


- Ok, mas o que você e o Gilson querem de mim?


- A gente quer contar a história de verdade e pedir desculpas ao Justino, pois eles espalharam que eu havia desmentido ele... inclusive, o Justino foi o único a tocar na minha situação e eu, estou muito triste e preocupado que ele pense mal de mim.


- Ok Elissandro, vou contar nossa conversa no blog, é o que posso fazer...


- Eu e o Gilson, agradecemos muito.


- Não há porque agradecer...


- Valeu Fernando.


- Um abraço Elissandro e boa sorte para você.


- Outro para você Fernando.


- Tchau.


- Tchau.


Essa é a história do Elissandro em Açu e esse foi o motivo de terem ligado para mim, uma hora depois de eu ter conseguido fechar os olhos e dormir.



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