Nova sugestão para que Presidente Dilma assuma comando da Copa 2014
Por José Cruz (http://blogdocruz.blog.uol.com.br/)
Depois do alerta dos técnicos do IPEA sobre os atrasos nas obras dos aeroportos e da bandeira amarela do TCU para os apertados cronogramas dos estádios da Copa 2014, agora é a Câmara dos Deputados que se apercebe do “risco Brasil” frente aos megaeventos programados para os próximos anos, a partir de 2013 com a Copa das Confederações.
Na reunião da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, parlamentares – da oposição, principalmente – criticam a falta de comando central do Governo nas ações que envolvem obras e verbas públicas.
E insistiram para que a Presidente Dilma Rousseff assuma o comando do gabinete da Copa.
Diante da realidade dos atrasos das obras, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) reagiu à decisão do governo de editar Medida Provisória para facilitar a contratação de serviços, sem projeto básico, inclusive, a fim de tentar recuperar o tempo perdido.
- “O governo fez das medidas provisórias um samba do crioulo doido e, com isso, o Parlamento fica cada vez mais desmoralizado”, criticou.
Em meio às discussões sobre projetos, planejamento e obras, a deputada Dorinha Seabra (DEM/TO), deu novo tom ao discurso parlamentar.
- “Temos que parar de pensar só em Copa do Mundo e Olimpíada e pensar no país”.
- "Fala-se muito em estruturas de concreto".
-"Construir é fácil".
- "Mas, e a estrutura humana, que envolve a educação"?
- "Quem se preocupa com ela"?
Planejamento e projetos
Com informações técnicas atualizadas, o presidente do Sindicato da Indústria e Engenharia Construtiva, João Alberto Viol, convidado para uma exposição na Comissão de Esporte, sugeriu que “o Brasil pare de olhar pelo retrovisor e olhe em frente”.
Ou seja, não adianta analisar os problemas até aqui, mas tentar avançar nestes 38 meses que faltam para o evento mundial, que será disputado em 12 capitais.
- “Já se passaram 41 semanas desde que o Brasil foi indicado para receber a Copa do Mundo".
- "Nesse tempo faltou planejamento”, criticou.
E agora?
- “Agora a Presidente Dilma Rousseff precisa assumir a responsabilidade, centralizar as ações e ser a coordenadora firme que dialogue com todos os setores políticos envolvidos neste processo”, sugeriu João Alberto.
Para os especialistas em relações da construção civil com governos, a presidente Dilma herdou de Lula “um compromisso internacional”, mas ainda sem uma coordenação capaz de dialogar com todos os segmentos, como prefeituras e governos estaduais.
Na prática, o Brasil caminhou no sentido contrário de Londres, que em 2005 foi eleita cidade-sede às Olimpíadas de 2012. Agora, um ano antes, está com toda a estrutura construída e já começará os eventos-testes.
Qual a diferença entre Brasil e Inglaterra?
- “É que antes de uma boa obra deve vir um bom planejamento e um grande projeto”, respondeu José Roberto Bernasconi, da regional São Paulo da Sinaenco.
-“Promover licitações sem projeto básico é um risco, um problema sério para o governo”, alertou.
A dimensão de “planejamento” Bernasconi dá ao citar o Parque Olímpico de Londres, que conheceu recentemente.
-“Eles vão receber 800 mil pessoas no dia da abertura dos Jogos” - 27 de junho de 2012.
-“Mas tudo foi planejado para receber este público”.
-“Transporte e segurança, principalmente”.
- "O Brasil não teve um grande projeto para as obras da Copa"?
- “Projeto não é planta da construção, desenho simples de uma obra”.
-"É um conjunto de informações e compromissos que incluam segurança e economicidade”, respondeu Bernasconi.
E os atrasos verificados ocorrem porque, na avaliação dos diretores do Sinaenco, o governo tem, historicamente, dificuldade gerenciais na área pública.
-“Falta pessoal técnico especializado”.
Estamos no segundo tempo deste jogo, que começou em 30 de outubro de 2007 (quando o Brasil foi eleito sede do Mundial de Futebol).
-“O governo federal tem que entrar logo em campo”.
Há tempo?
O deputado Romário, que conhece tudo sobre Copa do Mundo, mas dentro das quatro linhas, mesmo se dizendo otimista está preocupado com os rumos do evento no Brasil.
-"E se a iniciativa privada tomasse conta das obras, conseguiria terminar tudo em três anos"? – quis saber o Baixinho.
- “Com certeza”, respondeu João Alberto Viol.
Mas há uma espetacular diferença, que o engenheiro explicou:
-“A área privada pode realizar tudo que não for proibido”.
-“Mas o agente público só pode realizar o que está na lei”.
O deputado Paizinho complicado com a burocracia.
-“Lá no meu estado (SC) a medição de uma obra para liberar o pagamento passa por 50 pessoas”, resmungou Edinho Bez, deputado federal desde 1995.
Com licença...
Com o devido respeito, Excelência, mas o desmonte da burocracia passa, obrigatoriamente, pela sua bancada ou a de seus pares.
E o Senhor está há 16 anos na Câmara dos Deputados.
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