quarta-feira, julho 27, 2011

O esporte no Brasil é vermelho, vermelhusco, vermelhão...


No Correio Braziliense


Por Júnia Gama


Se confirmada a tendência verificada desde meados da década de 1990, Daniel Iliescu, 26 anos, o novo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), não precisa se preocupar com o futuro profissional, mesmo que não termine a faculdade.

Os seus antecessores eram, como ele, filiados ao PCdoB e garantiram bons empregos no governo — a maioria no Ministério do Esporte — após o término do mandato de dois anos na entidade estudantil, incluindo aqueles que abandonaram os estudos.

Desde 1995, quando o ministro do Esporte, Orlando Silva, foi eleito presidente da UNE, a maioria dos estudantes que o sucederam na entidade passou a ocupar um cargo público, por indicação política.

Quase todos, ligados ao esporte.

Ricardo Capelli, que presidiu a instituição entre 1997 e 1999, após Orlando Silva, dirigiu o Departamento de Esporte Universitário do ministério, em 2003.

Hoje, é presidente da Comissão da Lei de Incentivo ao Esporte da pasta.

Wadson Ribeiro, secretário nacional de Esporte Educacional do ministério, foi presidente da entidade entre 1999 e 2001.

Ele cursou três anos de medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), mas não concluiu os estudos.

Ele acredita que sua presença na Esplanada se deve mais pela trajetória política do que pelos conhecimentos adquiridos na faculdade.

Felipe Maia é uma das exceções: em vez do Ministério do Esporte, ocupou o cargo de ouvidor-geral da Agência Nacional de Cinema (Ancine).

Gustavo Petta é o último ex-presidente da UNE a ocupar um cargo relacionado ao esporte.

Sua irmã, Ana Cristina Petta, é casada com o ministro Orlando Silva.

À frente da entidade estudantil entre 2003 e 2007, foi convidado, em 2009, para ser secretário do Esporte de Campinas (SP).

Mostrando sua influência no governo, no ano passado, Petta foi convidado por Orlando Silva e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a organização da 3ª Conferência Nacional de Esporte, em Brasília.

Este ano, Campinas foi a cidade escolhida para abrigar o centro esportivo Rede Nacional de Treinamento, com um investimento de R$ 15,2 milhões.


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