quarta-feira, setembro 25, 2013

Cartolas das federações são contra o Bom Senso FC... e era para ser diferente?



Como era de se esperar, os dirigentes de federações foram os primeiros a espernear contra o manifesto dos jogadores...

Donos de capitanias quase que hereditárias, esses senhores feudais se arrepiaram todos diante da possibilidade do movimento dos futebolistas ganhar força e conseguir mudanças no atual calendário do futebol brasileiro.

Os presidentes das federações gaúcha, paranaense e pernambucana de imediato se colocaram contra o manifesto...

Nervosos, sugeriram que a redução do número de jogos deveria por consequência ser acompanhada de uma redução salarial...

Apelaram para comparações esdrúxulas com o basquete e voleibol sem que suas mentes brilhantes atentassem para as diferenças de intensidade, esforço, duração de cada atividade esportiva, ou para as que são predominantemente eróbias ou anaeróbias, como bem citou o jornalista Juca Kfouri...

Como exemplo da falta de conhecimento dos cartolas que presidem as federações, faço a seguinte pergunta:

Quantas vezes, você leitor, já ouviu falar de alguma reunião desses senhores com pesquisadores das ciências do esporte e com fisiologistas para tentar entender um pouco mais sobre o efeito do excesso de partidas na saúde dos atletas?

Quantos estudos existem nas federações sobre os prejuízos causados aos clubes por contusões causadas pela excessiva quantidade de jogos?

Sou capaz de apostar quem a primeira pergunta terá resposta, assim como nenhum estudo será encontrado em nenhuma federação.

Na verdade, a reclamação dos presidentes de federação não está calcada em nenhum motivo nobre e sim, no medo que o sucesso das reivindicações venha roubar datas dos seus medíocres campeonatos estaduais e consequentemente, torná-los figuras dispensáveis.

Curiosamente, o Cruzeiro e o Atlético Mineiro que se livraram de boa parte do campeonato mineiro, são hoje os clubes que melhores resultados alcançaram nesta temporada...

O Atlético Paranaense que boicotou o campeonato de seu estado, faz um excelente Campeonato Brasileiro.

Em tempo:

O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, declarou seu apoio o manifesto dos jogadores do Bom Senso F.C.:

“Os jogadores têm toda a razão. O calendário que a CBF impõe é absurdo e atenta contra a dignidade da pessoa humana, pois sujeita os atletas a lesões graves, já que não haverá pré temporada, e desrespeita um direito sagrado de todo trabalhador brasileiro: as férias de 30 dias. Os craques são os artistas e protagonistas do espetáculo e devem ser tratados com respeito. Já a CBF é uma entidade parasitária, que nada em dinheiro enquanto a grande maioria dos clubes se encontra na bancarrota, além de estar permanentemente envolvida em escândalos de corrupção. É hora de os clubes apoiarem os seus jogadores e também dizerem não à CBF. Os nossos craques, que tantas alegrias dão ao povo brasileiro, podem contar com o apoio da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB”.

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