terça-feira, setembro 24, 2013

Gino Bartali... alguém capaz de colocar a própria vida em risco para salvar vidas de gente que sequer conhecia.




Imagem: Autor Desconhecido


Existem pessoas especiais...

Uma dessas pessoas morreu aos 86 anos, em 5 de maio do ano 2000...

Seu nome era Gino Bartali, um dos maiores ciclistas italianos.

Ontem (segunda-feira, 23), Bartali, recebeu do Yad Vashem, Museu do Holocausto de Jerusalém, o prêmio “Justos entre as Nações”.

Justos entre as Nações ou Chassidey Umot HaOlam, é um termo utilizado no judaísmo para se referir a góis (não-judeus) fiéis às sete leis de Noé e que, por esse motivo, mereceriam o paraíso.

Atualmente, o termo é utilizado pelo Estado de Israel para descrever góis/gentios que arriscaram suas vidas durante o Holocausto para salvar vidas de judeus do extermínio pelo nazismo.

O Prêmio nasceu juntamente como Yad Vashem, em 1953, com base na Lei de Recordação dos Mártires e Heróis.

 “Quem salva uma vida, salva o universo inteiro”.

A frase extraída do Talmude, Livro Sagrado dos Judeus, é a inspiração do prêmio Justo entre as Nações.

Em todo o mundo, 21.758 pessoas receberam tal honraria...

Entre elas, Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, segunda esposa do escritor Guimarães Rosa e Luís Martins de Sousa Dantas, ambos funcionário do Itamarati durante a Segunda Guerra Mundial, concederam vistos de entrada no Brasil para judeus perseguidos, contrariando a política do governo Getúlio Vargas.

A participação de Bartali só foi descoberta em maio deste ano, após a publicação do livro “Um Caminho de Valor. Gino Bartali, Herói Silencioso”.

Andrea, filho de Bartali, só soube da participação efetiva de seu pai, depois que foram encontrados na casa de Giorgio Nissim, um judeu que viveu na Toscana, anotações e documentos que descreviam toda a movimentação em torno da operação montada por Nissim e o Cardeal Elia Angelo Dalla Costa, para salvar os judeus refugiados em conventos, colégios e comunidades religiosas da Itália de Mussolini.

“Certa vez em nossa casa, um velho amigo do meu pai, conversando com ele na nossa frente, tocou no assunto. Imediatamente, meu pai o repreendeu e encerrou a conversa”.

“Algum tempo depois, quis voltar a falar no assunto e meu pai disse: o bem se faz e não se diz... encerrando o assunto e me proibindo de voltar a falar novamente sobre seu passado nos tempos da guerra”.

Vencedor de duas Voltas à França e três Voltas à Itália, Bartali, ícone do ciclismo europeu naqueles tempos, usava o quadro da bicicleta para transportar mensagens e documentos falsos, fazendo-se valer da sua popularidade para passar incólume dos controles da polícia.

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