terça-feira, novembro 26, 2013

A grande mídia comprou a ideia do Bom Senso FC... e eu, fico feliz, pois a muito digo o que agora todos dizem.



Revista “VEJA” assusta Marin

Por Juca Kfouri.

José Maria Marin revelou espanto a mais de uma pessoa com a entrevista de Paulo André à “Veja” desta semana.

“Até minha revista de cabeceira deu espaço ao Bom Senso FC”, incomodou-se.

Em mais uma ótima entrevista, um dos líderes do movimento disse aos repórteres Pieter Zalis e Alexandre Salvador que:

” A gente espera que a CBF apresente uma proposta que seja benéfica para o futebol. Senão, não há muito que fazer além da greve”.

Disse mais:

“O atual futebol brasileiro não é um produto qualificado”.

Mais ainda:

“Só 3% dos profissionais recebem bem a ponto de encerrar a carreira e viver de renda”.

E ainda mais:

“Seria fundamental adotar o modelo inglês, em que a confederação cuida da seleção e a liga de clubes do campeonato.”

Não se sabe se Marin lê também a “Folha de S.Paulo”.

Se lê, magoou-se novamente hoje pela manhã ao ler o editorial do jornal em apoio ao Bom Senso FC que os assinantes do UOL ou da “Folha”.

É como o blog ouviu do âncora do “Jornal da CBN”, Milton Jung, nesta manhã: 

“A graça maior deste final de Brasileirão está em saber como os jogadores vão protestar na próxima rodada”.

Mas a CBF insiste em não conversar com os artistas do espetáculo.


“Folha de São Paulo”

Editorial: Futebol mais sensato

Ainda não se descarta que a previsão pessimista de Pelé sobre o Bom Senso F. C. mostre-se acertada. É possível que, no fim das contas, nada mude na organização do futebol nacional. A cada nova rodada do Campeonato Brasileiro, no entanto, os jogadores têm colhido motivos para perseverar.

Com dois meses de atuação, o Bom Senso já conquistou feito inédito ao unir uma categoria tradicionalmente desunida. O movimento, que nasceu com 75 jogadores, hoje agrupa mais de mil atletas profissionais. Dias antes dos jogos, cerca de 150 deles trocam constantes mensagens pelo telefone celular.

O resultado é óbvio em campo. Logo após o início das partidas, todos os atletas em todos os jogos manifestam-se uniformemente de maneira simbólica. Na última rodada, sentaram-se no gramado.
O gesto resume uma de suas bandeiras. Querem aprimorar o irracional calendário do futebol brasileiro, diminuindo o número de jogos na elite e aumentando o dos times menores; ampliando as férias e a pré-temporada.

Ademais, o Bom Senso propõe o "fair play financeiro": defende que os clubes gastem menos do que arrecadam e honrem seus pagamentos --incluindo salários-- em dia.

Diante de demandas tão sensatas e confrontada com uma força inédita, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se viu compelida a agir. Anteontem, divulgou proposta com mecanismos para zerar a dívida dos clubes e monitorar sua saúde financeira.

É um começo, sem dúvida, mas a luta dos jogadores merece apoio para chegar mais longe. Em entrevista à revista "Veja", Paulo André, zagueiro do Corinthians e líder do movimento, acerta ao descrever a estrutura do futebol brasileiro como "emperrada, enferrujada".

Os atletas que voltam ao país depois de atuar na Europa, diz o ex-jogador do Le Mans (França), são os que percebem com mais clareza a precariedade do futebol nacional. Merece atenção sua sugestão de que o Brasil adote o modelo inglês, no qual a CBF cuidaria apenas da seleção, deixando os campeonatos para uma liga de clubes.

Mudar não será fácil, mas o Bom Senso tem demonstrado que o ceticismo --que nunca foi só de Pelé-- é cada vez menos justificável.


Do blog:

Não posso deixar de confessar minha alegria...

Afinal, o que esse blogueiro de província vem pregando a mais de 10 anos, finalmente foi encampado pelos jogadores mais lúcidos e mais inteligentes e o melhor, finalmente a grande mídia abriu os olhos para o óbvio.

Fico feliz.

Sempre disse para os amigos mais íntimos que a ida de futebolistas brasileiros para a Europa iria acabar por trazer mudanças.

Eles viverão uma outra realidade, verão organização, descobrirão caminhos possíveis e sensatos e ao voltar, em algum momento vão se posicionar...

Esperem, vai acontecer...

Mais cedo ou mais tarde, vai acontecer.

Era essas as palavras ditas no colóquios e foram quase essas as palavras ditas em muito programas dos quais participei.

Nosso futebol deixou de ser o melhor do mundo quando parou no tempo e não quis ver o que acontecia ao redor.

Não confundam futebol com saber jogar futebol...

Ainda sabemos jogar melhor que todo o mundo, mas nosso futebol está a milhões de anos luz do futebol deles.

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