Andrew Jennings, o jornalista
escocês que com seu livro, Jogo Sujo - o Mundo Secreto da Fifa, ajudou a
derrubar o mito João Havelange e seu genro, Ricardo Teixeira, está de volta.
5 de maio: o novo livro de Andrew Jennings
Por Juca Kfouri
Quantos ingressos dos jogos da
Seleção Brasileira e da final da Copa do Mundo foram efetivamente colocados à
venda na roleta eletrônica que a FIFA criou?
Por que já começam a aparecer
ingressos no mercado negro se a entidade diz que todos são nominais?
Algumas respostas poderão ser
encontradas em “Um Jogo Cada Vez Mais Sujo “, novo livro do jornalista escocês
Andrew Jennings, considerado o inimigo número 1 da FIFA.
“Um jogo Cada Vez Mais Sujo”
chega às livrarias no dia 5 de maio.
Assim que tomou conhecimento das
denúncias do novo volume de Jennings, o escritório de advocacia que representa
a FIFA no Brasil enviou uma notificação para a editora Panda Books, ameaçando-a
de processo por “falsas acusações, conteúdo calunioso, conteúdo inverídico e
danos à honra e à imagem” caso o livro seja publicado no país.
O escritório BM & A tem como
um dos sócios Francisco Müssnich, advogado e amigo de Ricardo Teixeira, ex-presidente
da CBF e ex-membro do comitê executivo da FIFA. Ricardo Teixeira é uma das
figuras centrais do, como diz Jennings, “Padrão FIFA de fazer negócios e manter
tudo em segredo”.
Pela amizade, o doutor Müssnich
ganhou do amigo um cargo no comitê organizador da Copa e também uma vaga no
STJD.
O que mais tira o sono da FIFA é
o capítulo 7 de “Um Jogo Cada Vez Mais Sujo”, que trata da caixa-preta da venda
de ingressos para a Copa.
O negócio é administrado pelos
irmãos mexicanos Enrique e Jaime Byrom, hoje radicados em Londres.
Eles têm como sócios a Match
Serviços de Eventos, que tem Philippe Blatter, sobrinho do presidente da FIFA
Joseph Blatter, como acionista.
Jennings conta que tentou contato
diversas vezes para ouvir a versão dos irmãos Byrom, que sempre preferiram o
silêncio.
Jennings, que investiga os
bastidores da FIFA há 20 anos e que lançou “Jogo Sujo” no Brasil em 2010, foi
um dos principais responsáveis pelas investigações que resultaram nas expulsões
de João Havelange e Ricardo Teixeira da entidade.
Por essas e outras, o jornalista
foi banido de todos os eventos da FIFA.
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