domingo, agosto 04, 2019

O dia em que Obina foi "melhor que Eto'o"...

Imagem: Robson Ventura/Folhapress

Obina marcou um hat-trick num Derby e ofuscou Ronaldo

O dia 26 de julho de 2009 guarda uma das melhores atuações de Obina na carreira. O atacante marcou três vezes e decidiu o clássico que acabou com uma goleada do Palmeiras sobre o Corinthians que tinha Ronaldo Fenômeno, mas que nada pôde fazer diante daquele que era “melhor que Eto’o”.

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

A cidade de São Paulo tem três gigantes do futebol que dividem as massas entre o chamado Trio de Ferro.

Além de Corinthians, Palmeiras e São Paulo, os paulistas ainda têm o Santos como grande clube e que junto aos três da capital, protagoniza os grandes clássicos de São Paulo.

São histórias e mais histórias, além de muita tradição no Majestoso, SAN-SÃO, Clássico da Saudade, Clássico Alvinegro e Choque-Rei, mas é o Dérby que faz São Paulo parar e mobiliza as duas maiores torcidas da cidade.

Claro que todos os clássicos têm seu peso e, também movimentam os torcedores, principalmente a depender da fase dos clubes envolvidos.

Ainda assim, o Dérby é considerado o maior clássico paulista, a maior rivalidade do estado e algumas pesquisas listam o embate de alvinegros e alviverdes dentre os maiores do mundo.

Mas o Dérby Paulista tem suas peculiaridades e desde que Caetano anotou um hat-trick na primeira partida entre os dois rivais na história, em 1917, quando o então Palestra Itália venceu o Corinthians por 3 a 0, o confronto teve muitos goleadores.

Alguns óbvios e outros nem tanto, como foi Obina num jogo em que Ronaldo Fenômeno estava no gramado e saiu ofuscado por aquele que, dizem, foi melhor que Eto’o.

Atualmente o placar geral do clássico marca um empate absoluto de1 27 vitórias para cada lado, 107 empates em 361 dérbys disputados desde 1917.

São 997 gols no total, dos quais 481 foram feitos pelo Alvinegro enquanto os palmeirenses anotaram 516 tentos.

Na maior goleada do dérby, Imparato anotou quatro gols na goleada alviverde por 8 a 0, em 1933, e escreveu seu nome na história do centenário confronto.

Em 1982, foi a vez do novato Casagrande, com apenas 19 anos, anotar três gols na goleada alvinegra por 5 a 1 pelo Campeonato Paulista.

Porém, há 10 anos, foi um jogador pouco cotado para o cargo de artilheiro do dérby foi quem assumiu a responsabilidade, marcou três vezes e decretou o 3 a 0 para o Palmeiras que assumiu a liderança do Brasileirão depois de golear o arquirrival.

O jogo em Presidente Prudente, aconteceu em 26 de julho de 2009, era o segundo encontro entre Palmeiras e Corinthians na cidade do interior de São Paulo naquele ano.

No primeiro, Ronaldo foi o nome do jogo em história que já contei por aqui, quando o Fenômeno anotou seu primeiro gol após voltar ao futebol brasileiro no que ficou conhecido com o ‘o gol do alambrado’.

Naquele domingo de julho, o Palmeiras que estava em boa fase e perseguia ponto a ponto o Galo Mineiro que ocupava a liderança do campeonato desde as primeiras rodadas, teve um grande teste contra o Corinthians que mais uma vez contou com Ronaldo entre os 11 titulares.

A expectativa era de que mais uma vez o lendário atacante faria a diferença e frustraria os planos do time comandado por Jorginho.

Mas aos 20 minutos de jogo, o camisa 9 caiu esquisito no meio do campo e foi substituído com uma fratura num dedo da mão.

A ausência do principal jogador corintiano, parece ter despertado uma fera no ataque palmeirense.

Obina, passou a ser decisivo e logo aos 31 minutos completou de peixinho um cruzamento de Pierre para abrir o placar.

Muito melhor em campo, na etapa final o Palmeiras dominou o time de Mano Menezes e Obina decidiu com mais dois gols.

Depois que Chicão derrubou Cleiton Xavier e Leonardo Gaciba apontou a marca da cal, Obina bateu a penalidade para marcar o 2 a 0.

No terceiro gol, Obina contou com a generosidade de Cleiton Xavier que limpou a defesa alvinegra e apenas rolou para o centroavante completar o hat-trick.

Seja com Imparato, Casagrande ou Obina, o Dérby Paulista guarda belíssimas histórias nos mais de 100 anos de disputa do clássico.

E se você não sabe o que é um “Parmera e Curintia”, como disse o personagem de Lima Duarte para a personagem de Marisa Orth, no filme “Boleiros, era uma vez o futebol”, hoje haverá uma ótima oportunidade com mais um Dérby que promete, ao menos, muita rivalidade, mas quem sabe também algum improvável artilheiro.

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