sábado, setembro 07, 2019

7 de setembro de 1965, o dia em que o Palmeiras foi o Brasil...

Imagem: CBF

A Independência da Pátria Palmeiras

No dia 7 de setembro de 1965, o Palmeiras foi convocado para representar a Seleção Brasileira na inauguração do Mineirão, venceu a forte Seleção Uruguaia por 3 a 0 e ainda entrou para a história como o primeiro clube a representar a Amarelinha e com o primeiro treinador estrangeiro a dirigir a então bicampeã mundial.

Pedro Henrique Brandão Lopes

O Maracanazzo deixou profundas cicatrizes no futebol brasileiro.

Apesar de conquistar a Copa do Mundo duas vezes nos três Mundiais seguintes, o torcedor brasileiro mantinha um pé atrás quando a Celeste Olímpica era adversária do Brasil.

Quando o Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, foi inaugurado em 1965, os uruguaios foram os convidados para a festa. A chance de os convidados acabarem com a comemoração, justamente na data da Independência brasileira, era enorme e por isso, a CBD não quis deixar margem ao azar.

Desde o início da década de 1960, o único time capaz de enfrentar em igualdade o sensacional Santos de Pelé, era o Palmeiras que entrou para a história como a Primeira Academia.

Sob o comando do argentino Filpo Nuñes, feras como Djalma Santos, Djalma Dias, Dudu, Ademir da Guia, Julinho Botelho e Servílio.

Enquanto o Santos era um timaço de craques e vencia pelas individualidades geniais, o Palmeiras era um time extremamente entrosado que tinha ótimos jogadores que se conheciam de olhos fechados.

Pela primeira vez na história um clube foi convocado para representar a Seleção Brasileira.

Todos os jogadores, do goleiro ao centroavante, inclusive os reservas e até o massagista e roupeiro.

Assim, Filpo Nuñes que foi o arquiteto daquela Academia de Futebol treinando o time com seu inconfundível “pim-pam-pum de boleo como vene”, que nada mais queria dizer que manutenção da posse de bola com troca de passes, entrou para a história como o primeiro estrangeiro a dirigir a Seleção Brasileira.

Somente em 2019, mais de 50 anos depois, Pia Sundhage dirigiu a Seleção Brasileira Feminina.

Aproximadamente 80 mil torcedores assistiram das arquibancadas a inauguração do Mineirão com um sonoro 3 a 0 aplicado pelo Palmeiras amarelo vestido de Brasil sobre o Uruguai que saiu de campo desbotado.

A partida valeu troféu, afinal colocou frente a frente dois rivais históricos num momento em que o Uruguai estava classificado antecipadamente ao Mundial de 1966, e o Brasil passava por uma ótima fase técnica.

Porém a taça ficou na sede da CBD até 1988, quando foi determinado pela direção da entidade, enviar o troféu para a sede do Palmeiras que venceu o Uruguai de maneira incontestável por 3 a 0.

Desde então o troféu daquela tarde de domingo de 7 de setembro de 1965, ajuda a contar essa bonita história da Independência Palmeiras.

Ficha Técnica da partida:

Brasil (Palmeiras) 3 x 0 Uruguai

Data: 07/09/1965

Local: Estádio Magalhães Pinto, em Belo Horizonte (MG)

Árbitro: Eunápio de Queiroz

Público: aproximadamente 80.000 pagantes

Renda: Cr$ 49.163.125,00

Gols: Rinaldo, aos 27', e Tupãzinho, aos 35' minutos do primeiro tempo. Germano, aos 29' da etapa final.

Brasil [Palmeiras] — Valdir de Moraes (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo (Dario).

Uruguai — Taibo (Fogni); Cincunegui (Brito), Manicera e Caetano; Nuñes (Lorda) e Varela; Franco, Silva (Vingile), Salva, Dorksas e Espárrago (Morales).

Nenhum comentário: