VAR: funcionário da noite...

Imagem: O Globo

VAR: funcionário da noite

Imortal copeiro e Flamengo dominante empatam sob atuação polêmica do VAR no primeiro jogo da semifinal da Libertadores.

Pedro Henrique Brandão Lopes

O Flamengo foi muito superior nos 90 minutos do confronto pela semifinal, jogada em Porto Alegre.

As redes da Arena do Grêmio balançaram cinco vezes, mas ao final da partida o placar marcou um empate de 1 a 1.

No primeiro tempo, o time de Jorge Jesus dominou completamente as ações.

Aos 20 minutos, os visitantes tinham 80% de posse de bola e espremiam os gaúchos na defesa.

A movimentação de Gérson no maio-campo flamenguista foi decisiva para o domínio rubro-negro.

O gol flamenguista era questão de tempo, não era possível tanto domínio, tanta superioridade, não refletir em vantagem no placar.

Assim foi quando Filipe Luís cruzou na área e no rebote de Paulo Vítor, Everton Ribeiro chutou rasteiro e certeiro da meia-lua para abrir o placar.

Enquanto os jogadores corriam para comemorar o gol, Nestor Pitana com a mão no ouvido indicava que o protagonista da noite entraria em cena pela primeira vez.

Pitana revisou o lance e, corretamente, anulou o gol por um empurrão de Gabriel em Kannemann, na entrada da área.

Minutos depois mais um lance que provou a superioridade flamenguista e testou a eficiência do VAR. Gabigol saiu cara a cara com Paulo Vítor e fuzilou de perna esquerda.

O goleiro gremista falhou e a bola balançou as redes novamente.

Antes mesmo de correrem, porém, os flamenguistas viram o auxiliar com a bandeira levantada.

Um impedimento milimétrico, que pode ser facilmente questionado, foi assinalado e mais um tento rubro-negro foi anulado.

A partir desse momento, o Grêmio passou a desejar o intervalo para tentar equilibrar o jogo.

Naquele instante, Renato Gaúcho sabia que não fosse o VAR, a semifinal da Libertadores estaria resolvida e seu time eliminado.

Desmentindo o ótimo desempenho rubro-negro e a pífia apresentação gremista, o primeiro tempo terminou sem gols e o inacreditável 0 a 0 deu chance ao Grêmio para mudar os rumos da partida na etapa final.

Em relação ao primeiro tempo, o time de Renato Gaúcho melhorou, mas o Flamengo ainda era melhor, mais ajustado e organizado.

Um pouco antes dos 20 minutos da etapa final, o Grêmio assumiu o controle da partida e esteve mais próximo de abrir o placar.

Não fosse Diego Alves fazer grande defesa em chute de Cebolinha, os gaúchos sairiam na frente.

Justamente quando era melhor em campo, o Grêmio sofreu o gol.

Numa jogada trabalhada pelo lado direito do ataque a bola foi alçada na área, nas costas de Galhardo que não conseguiu evitar o cabeceio de Bruno Henrique que abriu o placar aos 25 minutos.

O gol abateu os gremistas e deu novo ânimo ao Flamengo.

Dez minutos depois de abrir o placar, em jogada que pareceu replay do lance do gol, mas com o cruzamento rasteiro, o VAR foi acionado pela terceira vez na noite para o desespero de milhões de flamenguistas pelo mundo.

Gabigol finalizou para as redes de Paulo Vítor.

Dessa vez, porém, a posição de impedimento do atacante não deixou dúvidas e o lance foi bem anulado.

Quando tudo apontava para a derrota do Grêmio, o Imortal ressurgiu no gramado da Arena.

As mexidas de Renato Gaúcho surtiram efeito e numa jogada iniciada por Luan, que passou por Maicon, Cebolinha cruzou para Pepê com a coxa empatar a partida num resultado heroico.

No confronto entre Jorge Jesus e Renato Gaúcho, o português levou a melhor pelo desempenho que seu time apresentou, mas viu seu time anotar quatro gols para valer um por conta de o VAR anular três tentos, dois de maneira correta e outro num impedimento discutível.

A vaga na decisão está aberta e será decidida no próximo dia 23, no Maracanã.

Renato terá duas semanas para ajustar tudo que saiu errado em Porto Alegre e Jesus terá que melhorar o ensaio para o teste final.