sexta-feira, abril 03, 2020

Vitor Belfort... Um fenômeno.

Imagem: Autor Desconhecido

Fenômeno

Umas das maiores lendas do MMA mundial completou 43 anos

Vitor Belfort, o carioca brilhou por diversas vezes no mundo da luta e, em comemoração a seu aniversário, vamos relembrar um pouco da trajetória e feitos desse grande lutador brasileiro.

Por Lucas Costa/Universidade do Esporte

Nascido no Rio de Janeiro, Vitor Vieira Belfort desde pequeno mostrou seu interesse nas artes marciais.

Começou praticando Judô e logo migrou também para o Jiu-Jitsu, modalidade em que teve como primeiro mestre um membro da família Gracie, Carlson Gracie.

Como pupilo de Carlson, desenvolveu seu Jiu-Jitsu e pelas mãos de seu mestre, se tornou o lutador mais jovem da história do JJ brasileiro a conquistar a faixa preta.

Não só começou a praticar diferentes tipos de luta muito jovem, como também iniciou a carreira profissional no MMA cedo.

Aos 19 anos já participava de Vale-Tudo, como era chamado na época os eventos de MMA, nos Estados Unidos, mais precisamente em Honolulu, Havaí.

Vitor já era uma máquina de combate, em sua primeira luta, amassou o americano Jon Hess em apenas 12 segundos e nocauteou seu adversário numa série incessável de socos.

Além disso, Belfort não parava de fazer história ainda no início de carreira.

Quando entrou para o UFC, se tornou também o atleta mais jovem a ganhar uma luta no evento. Venceu todas as suas lutas e conquistou o UFC 12 Heavyweight Tournament (torneio dos pesos-pesados).

Belfort conheceu sua primeira derrota apenas quando enfrentou Randy Couture pelo cinturão dos pesos-pesados.

Mas isso não o abalou e Vitor continuou lutando até que no UFC Brasil, em 16 de outubro de 1998, teve como adversário Wanderlei Silva.


Esse confronto é uma das melhores lembranças para Vitor e seus fãs, ele não deu chance nenhuma a Wanderlei, numa luta memorável e alucinante, Belfort venceu no melhor estilo dele, numa sequência descomunal de golpes desferidos no adversário.

O juiz precisou parar o confronto após 44 segundos e dar nocaute técnico, porque Wanderlei não tinha mais como se defender.

Por ser um jovem e mesmo assim se mostrar tão experiente, agressivo, forte e ter esse estilo de luta como uma bomba relógio — que quando começa a bater em seu adversário, só para quando os juízes interrompem a luta —, Vitor ganhou o apelido de “O Fenômeno”.

Em um momento da carreira, Vitor se mudou para o Japão e foi lutar no Pride, torneio de MMA realizado no país.

Nele, o lutador não teve sorte em sua estreia e acabou perdendo a luta por conta de uma lesão na mão.

Após isso, lutou mais quatro vezes no evento e saiu vencedor em todas as batalhas.

Quando retornou ao Ultimate Fight Championship, lutou contra Chuck Liddell, o campeão mais jovem do UFC não conseguiu se impor e após 3 rounds, foi derrotado por decisão unânime.

Posteriormente, o brasileiro teria a chance de enfrentar um antigo adversário, aquele que impôs sua primeira queda no octógono

A revanche contra Randy Couture no UFC 46 era tudo que Vitor queria.

Tinha a chance de bater seu algoz e ainda levar o título dos meios-pesados para casa.

E Belfort agarrou a chance.

Ainda no primeiro round, desferiu um golpe de raspão perto do olho do americano, o médico subiu no octógono e impediu Couture de continuar a luta, assim consagrando Vitor campeão e dono do cinturão.

Com a conquista, o Fenômeno atingiu o ápice, pôde colocar no currículo mais uma categoria como campeão e ter seu nome respeitado em todo o mundo.

Na época do confronto, havia uma comoção geral, pois a irmã de Vitor, Priscila Belfort desapareceu sem nenhuma explicação e até hoje não se sabe o paradeiro dela.

Vitor era o campeão, mas Couture queria mais um combate, o terceiro e definitivo, e assim teve.

No tira teima, Couture fez 2 a 1 nos confrontos e pegou o cinturão de volta.

Após isso, Vitor engatou uma sequência de derrotas para Tito Ortiz e Alistair Overeem.

Isso fez o lutador migrar para outros eventos de MMA. Lutou no Cage rage, Strikeforce, Affliction e até retornou ao Pride.

Nessa série de mudanças de eventos obteve grandes vitórias, mas também duras derrotas pelo caminho.

Em 2009 teve mais um retorno para o UFC enfrentando Rich Franklin, bateu o adversário no primeiro round e já se colocou em condições para uma disputa de cinturão.

O presidente do evento, Dana White, gostou do que viu e promoveu um super evento que colocou frente a frente dois guerreiros brasileiros para se enfrentar.

O “Aranha” Anderson Silva, outra lenda incontestável do esporte, contra Vitor Belfort valendo o título de campeão dos meio-médios em Las Vegas.

O evento dividiu os amantes de MMA brasileiros, uns defenderam o “Spider”, enquanto outros torceram para o “Fenômeno”.

Numa luta altamente estudada e cuidadosa dos dois lados, eles começaram respeitando um ao outro no octógono.

Anderson mostrou toda sua maestria e habilidade quando achou o momento certo para acertar um chute frontal no queixo de Vitor, que o derrubou e o nocauteou, sem chance alguma de se levantar.

Belfort ainda teria mais duas chances de título, a primeira contra outro monstro do MMA.

Em 2012 ele enfrentou ninguém mais, ninguém menos que Jon “Bones” Jones.

Essa luta ficou marcada por um momento específico quando Vitor por pouco não conseguiu finalizar Jones com uma chave de braço, para sorte de Jones — e infelicidade do carioca — ele não conseguiu segurar o braço de Jon que acabou se soltando, e conseguiu derrotar o brasileiro no 4º round por finalização.

E a segunda, pelos meio-médios, contra Chris Weidman.

Vitor já não era mais o mesmo, não tinha mais sua explosão nos golpes, seu ímpeto juvenil tinha ido embora com o passar dos anos.

Weidman atropelou o brasileiro ainda no primeiro round com um nocaute técnico.

Mesmo longe do seu auge, Vitor ainda gravou em seu cartel, vitórias contra nomes estrelados como o de Michael Bisping, Dan Henderson, Luke Rockhold, Anthony Johnson e Nate Marquardt.

Sua última luta foi em 2018 contra Lyoto Machida, quando o Fenômeno acabou derrotado.

Se aposentou depois do confronto, mas depois cancelou a aposentadoria para participar do ONE Championship, evento de MMA asiático, mas até o momento ainda não lutou.

No seu cartel de lutas têm 26 vitórias e 14 derrotas.

O lutador carioca foi peça importantíssima na popularização do esporte no país.

Tornou-se grande desde que começou, seu estilo explosivo, avassalador encantou todos os amantes de luta e até aqueles que não gostavam.

Por essa belíssima carreira, Vitor Belfort já está no panteão de grandes lutadores que o octógono teve a sorte de poder presenciar.

Um Fenômeno.

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