Imagem: Autor Desconhecido
Fenômeno
Umas das maiores lendas do MMA
mundial completou 43 anos
Vitor Belfort, o carioca
brilhou por diversas vezes no mundo da luta e, em comemoração a seu
aniversário, vamos relembrar um pouco da trajetória e feitos desse grande
lutador brasileiro.
Por Lucas Costa/Universidade
do Esporte
Nascido no Rio de Janeiro, Vitor
Vieira Belfort desde pequeno mostrou seu interesse nas artes marciais.
Começou praticando Judô e logo
migrou também para o Jiu-Jitsu, modalidade em que teve como primeiro mestre um
membro da família Gracie, Carlson Gracie.
Como pupilo de Carlson,
desenvolveu seu Jiu-Jitsu e pelas mãos de seu mestre, se tornou o lutador mais
jovem da história do JJ brasileiro a conquistar a faixa preta.
Não só começou a praticar
diferentes tipos de luta muito jovem, como também iniciou a carreira
profissional no MMA cedo.
Aos 19 anos já participava de
Vale-Tudo, como era chamado na época os eventos de MMA, nos Estados Unidos,
mais precisamente em Honolulu, Havaí.
Vitor já era uma máquina de
combate, em sua primeira luta, amassou o americano Jon Hess em apenas 12
segundos e nocauteou seu adversário numa série incessável de socos.
Além disso, Belfort não parava de
fazer história ainda no início de carreira.
Quando entrou para o UFC, se
tornou também o atleta mais jovem a ganhar uma luta no evento. Venceu todas as
suas lutas e conquistou o UFC 12 Heavyweight Tournament (torneio dos
pesos-pesados).
Belfort conheceu sua primeira
derrota apenas quando enfrentou Randy Couture pelo cinturão dos pesos-pesados.
Mas isso não o abalou e Vitor
continuou lutando até que no UFC Brasil, em 16 de outubro de 1998, teve como
adversário Wanderlei Silva.
Esse confronto é uma das melhores
lembranças para Vitor e seus fãs, ele não deu chance nenhuma a Wanderlei, numa
luta memorável e alucinante, Belfort venceu no melhor estilo dele, numa
sequência descomunal de golpes desferidos no adversário.
O juiz precisou parar o confronto
após 44 segundos e dar nocaute técnico, porque Wanderlei não tinha mais como se
defender.
Por ser um jovem e mesmo assim se
mostrar tão experiente, agressivo, forte e ter esse estilo de luta como uma
bomba relógio — que quando começa a bater em seu adversário, só para quando os
juízes interrompem a luta —, Vitor ganhou o apelido de “O Fenômeno”.
Em um momento da carreira, Vitor
se mudou para o Japão e foi lutar no Pride, torneio de MMA realizado no país.
Nele, o lutador não teve sorte em
sua estreia e acabou perdendo a luta por conta de uma lesão na mão.
Após isso, lutou mais quatro
vezes no evento e saiu vencedor em todas as batalhas.
Quando retornou ao Ultimate Fight
Championship, lutou contra Chuck Liddell, o campeão mais jovem do UFC não
conseguiu se impor e após 3 rounds, foi derrotado por decisão unânime.
Posteriormente, o brasileiro
teria a chance de enfrentar um antigo adversário, aquele que impôs sua primeira
queda no octógono
A revanche contra Randy Couture
no UFC 46 era tudo que Vitor queria.
Tinha a chance de bater seu algoz
e ainda levar o título dos meios-pesados para casa.
E Belfort agarrou a chance.
Ainda no primeiro round, desferiu
um golpe de raspão perto do olho do americano, o médico subiu no octógono e
impediu Couture de continuar a luta, assim consagrando Vitor campeão e dono do
cinturão.
Com a conquista, o Fenômeno
atingiu o ápice, pôde colocar no currículo mais uma categoria como campeão e
ter seu nome respeitado em todo o mundo.
Na época do confronto, havia uma
comoção geral, pois a irmã de Vitor, Priscila Belfort desapareceu sem nenhuma
explicação e até hoje não se sabe o paradeiro dela.
Vitor era o campeão, mas Couture
queria mais um combate, o terceiro e definitivo, e assim teve.
No tira teima, Couture fez 2 a 1
nos confrontos e pegou o cinturão de volta.
Após isso, Vitor engatou uma
sequência de derrotas para Tito Ortiz e Alistair Overeem.
Isso fez o lutador migrar para
outros eventos de MMA. Lutou no Cage rage, Strikeforce, Affliction e até
retornou ao Pride.
Nessa série de mudanças de
eventos obteve grandes vitórias, mas também duras derrotas pelo caminho.
Em 2009 teve mais um retorno para
o UFC enfrentando Rich Franklin, bateu o adversário no primeiro round e já se
colocou em condições para uma disputa de cinturão.
O presidente do evento, Dana
White, gostou do que viu e promoveu um super evento que colocou frente a frente
dois guerreiros brasileiros para se enfrentar.
O “Aranha” Anderson Silva,
outra lenda incontestável do esporte, contra Vitor Belfort valendo o título de
campeão dos meio-médios em Las Vegas.
O evento dividiu os amantes de
MMA brasileiros, uns defenderam o “Spider”, enquanto outros torceram para o
“Fenômeno”.
Numa luta altamente estudada e
cuidadosa dos dois lados, eles começaram respeitando um ao outro no octógono.
Anderson mostrou toda sua
maestria e habilidade quando achou o momento certo para acertar um chute
frontal no queixo de Vitor, que o derrubou e o nocauteou, sem chance alguma de
se levantar.
Belfort ainda teria mais duas
chances de título, a primeira contra outro monstro do MMA.
Em 2012 ele enfrentou ninguém
mais, ninguém menos que Jon “Bones” Jones.
Essa luta ficou marcada por um
momento específico quando Vitor por pouco não conseguiu finalizar Jones com uma
chave de braço, para sorte de Jones — e infelicidade do carioca — ele não
conseguiu segurar o braço de Jon que acabou se soltando, e conseguiu derrotar o
brasileiro no 4º round por finalização.
E a segunda, pelos meio-médios,
contra Chris Weidman.
Vitor já não era mais o mesmo,
não tinha mais sua explosão nos golpes, seu ímpeto juvenil tinha ido embora com
o passar dos anos.
Weidman atropelou o brasileiro
ainda no primeiro round com um nocaute técnico.
Mesmo longe do seu auge, Vitor ainda
gravou em seu cartel, vitórias contra nomes estrelados como o de Michael
Bisping, Dan Henderson, Luke Rockhold, Anthony Johnson e Nate Marquardt.
Sua última luta foi em 2018
contra Lyoto Machida, quando o Fenômeno acabou derrotado.
Se aposentou depois do confronto,
mas depois cancelou a aposentadoria para participar do ONE Championship, evento
de MMA asiático, mas até o momento ainda não lutou.
No seu cartel de lutas têm 26
vitórias e 14 derrotas.
O lutador carioca foi peça
importantíssima na popularização do esporte no país.
Tornou-se grande desde que
começou, seu estilo explosivo, avassalador encantou todos os amantes de luta e
até aqueles que não gostavam.
Por essa belíssima carreira,
Vitor Belfort já está no panteão de grandes lutadores que o octógono teve a
sorte de poder presenciar.
Um Fenômeno.
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