segunda-feira, dezembro 19, 2022

Não foi um jogo, foi um tango de Astor Piazzolla... Argentina tricampeã

Imagem: Hassan Ammar/AP

Que jogo...

Que final de Copa do Mundo.

Valeu cada minuto...

Não me recordo de ter visto ao vivo uma final igual.

Em 1966, em Wembley, Inglaterra e Alemanha protagonizaram um jogo fantástico...

Porém, eram outros tempos, o rádio, nos esportes, ainda reinava soberano.

Ver a bola rolando, só na noite do dia seguinte aos jogos, quando as fitas de videoteipe chegavam as emissoras que os transmitiam...

Em 1986, Argentina e Alemanha foi outro jogão.

Mas nada comparado com que vimos em Doha.

Não vou me alongar muito mais...

Todos, assim como eu, grudaram os olhos na telinha e extasiados acompanharam um primeiro tempo gigantesco dos argentinos.

Messi, reinou e Di Maria luziu...

A Argentina foi um tsunami.

Na etapa final, a França, despertou do marasmo e foi à luta...

Foi a vez de Mbappé, sair da desconfortável posição de sumido e assumir a posição de homem chave na recuperação dos azuis.

Que jogo...

Os dois a zero, quase definitivos, viraram um dois a dois improvável, conquistado palmo a palmo por uma França decidida a superar a garra incansável de Javier de Paul e seus companheiros.

Veio a prorrogação...

Havia cansaço no semblante dos jogadores, mas não desânimo.

O primeiro tempo, apesar de tensão foi um pouco mais cuidadoso...

Mas no segundo, quando logo aos 3 minutos, Messi marcou o terceiro gol, a partida voltou a pegar fogo.

O que poderia ter sido uma grande desilusão, se tornou combustível para que a França voltasse a fustigar a área argentina...

Nove minutos depois, a pressão francesa funcionou.

Num chute de fora da área, Montiel tentou bloquear...

Porém, de braços abertos, cometeu pênalti, que Mbappé bateu e converteu.

O que deveria ter sido uma trégua à espera das penalidades virou um combate acirrado em busca do quarto gol...

Kolo Muani, teve diante de si, a chance de matar o jogo e destroçar os sonhos de milhares de argentinos e se tornar eterno.

Desperdiçou...

Ou melhor: Martinez, o goleiro responsável por grandes momentos embaixo das traves, “marcou o gol mais importante dos alvicelestes” ao praticar uma defesa gigantesca.

Mais uma vez...

Que jogo!

Martinez disse não a Kolo Muani e a decisão foi para a cobrança de penalidades...

As cabeças mais centradas e os pés mais certeiros definiriam quem subiria no pódio como o grande vencedor.

Ganhou a Argentina!

Messi, Di Maria, De Paul, Mac Allister, Enzo Fernandez, Julian Alvarez e Emiliano Martinez, o menino nascido em um bairro periférico, que muito jovem voou para Inglaterra em busca do sonho de ser jogador de futebol, mereceram saborear cada gota desse néctar chamado glória...

Claro que não se pode esquecer todos os outros, juntos formaram um time compacto, aguerrido, comprometido e muito bem montado e comandado por Lionel Scaloni.

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