sexta-feira, dezembro 30, 2022

Obrigado por tudo, Pelé

Imagem: Sven Simon/Cordon Press

Morreu Pelé...

Falar sobre sua morte é para mim, voltar ao passado, aos verdes anos de minha vida.

Naqueles dias, bem mais que hoje, o futebol era puro arrebatamento...

Não havia razão, só uma ensandecida paixão.

Meu coração vascaíno sofria muito além da conta...

E ele, Pelé, centenas de vezes foi responsável pelo descompasso dos meus batimentos, pelos raivosos palavrões e pelos dias dolorosos de abatimento.

Mas foi ele, também, que me ensinou que todas as artes poderiam se fundir num único homem...

Pelé era escultura, pintura, música e poesia.

Não por acaso, o cineasta, poeta e escritor italiano, Pier Paolo Pasolini disse: “No momento que a bola chega aos pés de Pelé, o futebol se transforma em poesia”...

Não por acaso, Carlos Drummond de Andrade, poeta, contista e cronista afirmou: “O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé”.

Sim, Pelé se foi...

E, como disse Gérson, seu companheiro na seleção tricampeã em 1970, “um Rei não morre, um rei apenas descansa.”

Que descanse em paz o único brasileiro que foi unanimidade em todos os cantos do planeta...

Obrigado Pelé, pelas “raivas” e pelas alegrias incontidas.

O vi jogar neste planeta...

Quem sabe um dia possa voltar a velo jogar no paraíso.

Fernando Amaral, para o Jornal do Meio-Dia da 88,9FM Universitária 

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