Parte I
O que representa para mim o Juvenal Lamartine e o que penso sobre seu martírio.
Domingo me reservei ao direito de nada fazer, era meu aniversário, por isso fiz uma pausa... Não sou daqueles que compram engradados de refrigerante, caixas e caixas de cerveja, alguns litros de uísque, quilos de carne, sacos de carvão e enche a casa de amigos para uma tarde de comilança e levantamento de copo, com o fundo musical de aberrações como: Calcinha Preta, Cavaleiros do forró, Limão com mel, Asa de águia, Chiclete com banana e os sempre presentes pagodeiros e seus pagodinhos sem eira nem beira. Na verdade nunca entendi bem as razões que levam as pessoas a comemorar a proximidade do ocaso, a degeneração física e a constatação de que o tempo é um inimigo paciente, eficiente e inexorável... Portanto, fiz o que sempre faço, desliguei o telefone, estendi a rede na varanda, enchi um copo com coca cola repleto de gelo e coloquei meus velhos discos do Supertramp, Gênesis, Moody Blues, James Taylor, Cat Stevens e a deliciosa Sade, para tocar. De repente, me flagrei pensando no velho Juvenal Lamartine, estádio que me cativou desde que em Natal cheguei há quase 20 anos. Lembro de ter ali entrado nos idos de 1988, na época fazia par com Zenaide de Castro, escrevendo para o Correio Braziliense da capital federal. Naquele dia, fizemos uma pequena entrevista com Pio Marinheiro, sobre como seria o campeonato estadual daquele ano, mas confesso não ter prestado muita atenção nas respostas do entrevistado, pois minha atenção estava voltada para o pequeno estádio. De lá para cá, meu encanto com o “campinho” só cresceu, mesmo com seu abandono e degradação, nunca deixei de ter um enorme carinho por aquele pedaço importante da história do futebol do Rio Grande do Norte e por suas formas singelas, mas belas. Certa vez, escrevi para um amigo e lhe falei do velho Juvenal, contei-lhe que para minha surpresa, havia encontrado em Natal um campo, que lembrava em quase tudo os velhos estádios ingleses. Cheguei a comentar, que com uma pequena, mas bem feita recuperação, o estádio ficaria lindo, aconchegante, confortável, charmoso e em nada ficaria a dever os estádios de clubes como Portsmouth, Fulham, Queens Park Rangers, Crystal Palace e tantos outros... Cheguei a tentar imaginar, o porquê, o haviam abandonado, só muito tempo depois é que concluí que o motivo tinha sido apenas o de sempre: Complexo de grandeza. Esse complexo tinha um nome, Machadão. A nova e moderna praça de esportes, relegaria a segundo plano o “estadinho” agora acanhado e ultrapassado, condenando-o a uma morte lenta, dolorosa e imerecida... Mas ele não morreria só, sua “morte”, levou para o túmulo, clubes como Riachuelo, Força e Luz, Globo e tantos outros, que perdidos na imensidão do novo estádio, se viram condenados e sem esperança. Mas o pior é que o desprezo ao velho campo, também envolveu no esquecimento, a fase mais rica, nobre e essencial na formação do futebol potiguar...
Amanhã continuo.
Domingo me reservei ao direito de nada fazer, era meu aniversário, por isso fiz uma pausa... Não sou daqueles que compram engradados de refrigerante, caixas e caixas de cerveja, alguns litros de uísque, quilos de carne, sacos de carvão e enche a casa de amigos para uma tarde de comilança e levantamento de copo, com o fundo musical de aberrações como: Calcinha Preta, Cavaleiros do forró, Limão com mel, Asa de águia, Chiclete com banana e os sempre presentes pagodeiros e seus pagodinhos sem eira nem beira. Na verdade nunca entendi bem as razões que levam as pessoas a comemorar a proximidade do ocaso, a degeneração física e a constatação de que o tempo é um inimigo paciente, eficiente e inexorável... Portanto, fiz o que sempre faço, desliguei o telefone, estendi a rede na varanda, enchi um copo com coca cola repleto de gelo e coloquei meus velhos discos do Supertramp, Gênesis, Moody Blues, James Taylor, Cat Stevens e a deliciosa Sade, para tocar. De repente, me flagrei pensando no velho Juvenal Lamartine, estádio que me cativou desde que em Natal cheguei há quase 20 anos. Lembro de ter ali entrado nos idos de 1988, na época fazia par com Zenaide de Castro, escrevendo para o Correio Braziliense da capital federal. Naquele dia, fizemos uma pequena entrevista com Pio Marinheiro, sobre como seria o campeonato estadual daquele ano, mas confesso não ter prestado muita atenção nas respostas do entrevistado, pois minha atenção estava voltada para o pequeno estádio. De lá para cá, meu encanto com o “campinho” só cresceu, mesmo com seu abandono e degradação, nunca deixei de ter um enorme carinho por aquele pedaço importante da história do futebol do Rio Grande do Norte e por suas formas singelas, mas belas. Certa vez, escrevi para um amigo e lhe falei do velho Juvenal, contei-lhe que para minha surpresa, havia encontrado em Natal um campo, que lembrava em quase tudo os velhos estádios ingleses. Cheguei a comentar, que com uma pequena, mas bem feita recuperação, o estádio ficaria lindo, aconchegante, confortável, charmoso e em nada ficaria a dever os estádios de clubes como Portsmouth, Fulham, Queens Park Rangers, Crystal Palace e tantos outros... Cheguei a tentar imaginar, o porquê, o haviam abandonado, só muito tempo depois é que concluí que o motivo tinha sido apenas o de sempre: Complexo de grandeza. Esse complexo tinha um nome, Machadão. A nova e moderna praça de esportes, relegaria a segundo plano o “estadinho” agora acanhado e ultrapassado, condenando-o a uma morte lenta, dolorosa e imerecida... Mas ele não morreria só, sua “morte”, levou para o túmulo, clubes como Riachuelo, Força e Luz, Globo e tantos outros, que perdidos na imensidão do novo estádio, se viram condenados e sem esperança. Mas o pior é que o desprezo ao velho campo, também envolveu no esquecimento, a fase mais rica, nobre e essencial na formação do futebol potiguar...
Amanhã continuo.
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