domingo, dezembro 03, 2006

Tem quem venda gato por lebre... E tem gente que compra. E como tem!


O mundo real zomba do mundo ideal... Há algum tempo cunhei essa frase para explicar a meu filho as razões que impedem o socialismo de se firmar como doutrina e como forma de governo. Hoje a estou repetindo para mostrar a diferença entre a ilusão repetidamente alardeada por nossa imprensa sobre o “grande e emocionante campeonato estadual que teremos” (todo ano é a mesma coisa) e a dura realidade dos fatos. Vamos a eles... América é da primeira divisão, porém Robson renova seu contrato, mas pede para disputar o campeonato paulista pelo insignificante Sertãozinho. Magal prefere ir jogar no desconhecido Guaratinguetá a renovar seu contrato. Por quê? O Sertãozinho e o Guaratinguetá tem mais torcida que o América? Os salários serão maiores? Lembre-se que ano passado Fabiano fez à mesma coisa, foi para São Paulo disputar o campeonato daquele estado pelo “poderoso” São Bento da “enorme” Sorocaba... Todos querem voltar, mas só quando o disputa for nacional. E o que leva esses jogadores a tomar tal atitude? Fácil... Visibilidade, mídia e a chance de aparecer para um dos grandes da região sul e sudeste. Sejamos honestos, nosso campeonato é chinfrim, deficitário e ninguém vê (assim como a esmagadora maioria dos campeonatos estaduais). O que é melhor, jogar no Morumbi contra o São Paulo, no Pacaembu contra o Corinthians, na Vila Belmiro contra o Santos ou em Caicó contra o Corintians local? O que é mais vantajoso, ter espaço na Rede Globo, ver seus nomes no jornal Lance, revista Placar, Gazeta Esportiva, Folha de São Paulo entre outros ou participar do TV U Esporte e esperar que a Globo local tenha sorte de conseguir um espaço nos programas esportivos nacionais? Qualquer pessoa lúcida e desprovida de sentimentalismo banal sabe o que é melhor nesse caso... Se você meu caro leitor fosse jogador de futebol, preferiria ter no banco do seu adversário, Wanderley Luxemburgo, Emerson Leão, Muricy Ramalho ou... (deixo as reticências, para evitar melindres).
Portanto, deixemos de lado a hipocrisia e passemos a viver dentro da nova realidade, que queiramos ou não se impôs através do América e de suas conquistas. Hoje, o ABC não é mais o adversário do América, a equipe rubra tem novos adversários, novos horizontes e sua meta agora é se firmar nacionalmente. Perder do ABC pode até causar algum desconforto, mas não muda em nada a vida dos rubros, porém, derrotas para o Sport, Náutico, Vasco e outros passam a ter peso, passam a ser significativas. Afinal, essas derrotas podem resultar no rebaixamento para uma divisão inferior e a perda de prestigio e dinheiro... Também é verdade que o América já não é o grande adversário do ABC, pois, a luta da equipe alvinegra para chegar a disputa de um torneio nacional é contra Baraúnas e Potiguar de Mossoró. Uma vitória sobre o América vai inflar apenas o ego do torcedor, servir de compensação, mas na prática não terá nenhum valor, pois não elevará o ABC a nenhum torneio nacional, nem causará dano à posição do América. Da mesma forma, que os dois mossoroenses, não são mais adversários um do outro, já que, seu foco deve ser os grandes da capital. Isso pode parecer absurdo aos mais tradicionalistas aos que ainda acham que ser campeão local é a glória, mas é bom lembrar, que o quarto lugar do América na série B conta muito mais para sua ascensão no ranking da CBF, na conquista de grandes patrocínios e na exposição da mídia que um titulo norte-rio-grandense... O mundo muda e com ele mudam as coisas e com as coisas mudam os hábitos, desejos e anseios... O resto é provincianismo puro e simples, é vender ilusão, é tentar ultrapassar uma Ferrari, pilotando um Ford K.
O MUNDO REAL ZOMBA DO MUNDO IDEAL...

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