sexta-feira, junho 05, 2009

O conceito de profissionalismo no futebol brasileiro, é amador!

A longa e sofrida caminhada de uma mentira chamada futebol profissional no Brasil...


Parte 1

Algumas notícias que bem poderiam ser comentadas usando a velha fórmula do escreva e diga aquilo que as pessoas querem ler e ouvir e seja feliz...


Aliás, essa é a fórmula infalível do sucesso: Sempre diga ou escreva a quilo que as pessoas querem ouvir!


Mas, esse é o tipo do sucesso que nunca me atraiu, pois dá muito trabalho ficar o tempo todo, cerzindo o discurso, toda vez que ele se rompe pelo atrito com a realidade.


Há alguns dias tenho lido sobre os clubes que desistem de disputar a Série D do campeonato brasileiro; clubes locais e clubes de outras paragens.


A cada desistência, vejo que a vida real continua a debochar escancaradamente da vida ideal (aquela criada nas mentes que insistem em crer que a força de um desejo pode sobrepujar facilmente qualquer obstáculo)...


O campeonato estadual, conquistado meritoriamente pela equipe do ASSU, permitiu que muitos (utilizando-se da técnica acima citada) trombeteassem o crescimento do futebol interiorano e projetassem um futuro promissor e brilhante para o futebol assuense...


Foi cantada em prova e verso, a espetacular campanha do Potyguar Seridoense, seu brilhante treinador (uma espécie de Mourinho, Ferguson ou Felipe Scolari sertanejo), teve até quem transformasse o simplório e esforçado Merica, presidente do clube de Currais Novos, num sagaz gestor, pois diante do fracasso da leva primeira de contratados, ele, logo reagiu e corrigiu o erro, mandando embora os “errados” e trazendo os “certos”...


Ninguém parou para pensar que ASSU e Potyguar Seridoense, foram beneficiários de circunstâncias muito peculiares, ninguém quis levar em conta que os “acertos” das duas equipes, foram muito mais uma seqüência de erros de seus oponentes.


Mas, essa é outra discussão, talvez algum dia, eu trave por aqui...


O tempo passou, a ressaca da conquista legitima se foi e o tão esperado momento de expandir e projetar nacionalmente, não só o clube, mas o próprio município assuense, chegou...


Chegou e mostrou a dura face da realidade...


Não há interesse capaz de gerar o dinheiro necessário para fazer o legitimo campeão potiguar jogar pelo menos as seis primeiras partidas da fase de grupos da quarta divisão nacional.


Como eu sei disso?


Não encontrei resposta satisfatória para as questões abaixo?


Quais as empresas em Assu com interesse no mercado regional ou nacional?


Caso exista alguma, esse interesse seria tão grande a ponto de levar seus diretores a apostar num campeonato de curtíssima duração e com pouquíssima visibilidade na mídia?


O custo benefício compensaria?


E o município?


A equipe assuense na primeira fase jogaria uma vez no Piauí, depois, iria a Fortaleza e então, seguiria para Campina Grande na Paraíba, sucessora de Souza, também paraibana que, também desistiu...


Os adversários, Ferroviário do Ceará e Flamengo ou Piauí do Piauí, despertam em seus Estados um interesse tão grande a ponto de deslocarem uma massa considerável para acompanhar essas equipes em jogos fora?


Teriam esses torcedores cearenses e piauienses, condições financeiras ou interesse em passar alguns dias em Assu, como turistas?


E caso tivessem, Assu estaria preparada para uma invasão de turistas, provocada pela divulgação do município nas camisas do camaleão?


As mesmas perguntas podem ser feitas aos seguidores do Treze de Campina Grande (talvez, esses até dêem um resposta mais satisfatória)...


Portanto, creio que ao poder público, pouco ou nada interessa estampar sua logomarca nas camisas do ASSU, num gasto sem nenhum retorno...


É melhor, fazê-lo durante a competição local, pois se não trouxer nenhuma vantagem econômica, certamente trará vantagens eleitoreiras...


Sempre haverá um incauto disposto a acreditar que a logomarca e a ajudinha da prefeitura fazem parte de um projeto de política esportiva da prefeitura e de seu dedicado prefeito.


Por mais duro que seja não há como tapar o sol com a peneira...


Não há um clube em ASSU, nem sequer existe uma instituição (não nos moldes que imagino ser um clube ou instituição apto a participar com plenitude da vida esportiva), mas um homem por trás de tudo.


E, infelizmente, parece que esse homem cansou de lutar sozinho contra a maré...


Seus recursos pessoais não suportariam a empreitada e o município pequeno não tem uma economia capaz de gerar investimentos no sonho de um homem só.


Daílson Machado disse num arroubo de emoção durante o Campeonato Estadual: “Tem que respeitar o futebol do interior”!


Eu diria: “tenho muito respeito pelo esforço pessoal do presidente do ASSU, mas nem meu respeito e nem tão pouco o esforço de Daílson Machado, podem transformar desejo em profissionalismo”!


A longa e sofrida caminhada de uma mentira chamada futebol profissional no Brasil...


Parte 2


Entregue a Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol, o ofício confirmando a desistência do ASSU em participar da Série D, começou uma verdadeira caçada ao substituto...


Porém, o que se viu foi corre, corre dos procurados, tentando se “esconder” e escapar do convite.


O primeiro a ser procurado, foi o Potyguar Seridoense, que rapidamente, estendeu o dedo indicador e balançou de um lado para o outro, num claro não.


Em Santa Cruz do Inharé, a resposta já estava pronta e não havia como tentar modificá-la: “bem, nós não sabíamos que o ASSU ia “pipocar”, então, desmontamos o estádio e começamos uma reforma geral... Desculpe, mas na dá”!


Partiu-se então, para Mossoró, lá havia a possibilidade de se arranjar um representante mais encorpado, pois, afinal, lá “residem” dois campeões estaduais, uma prefeitura forte, um comércio florescente e gente apaixonado pelos clubes locais...


Qual não foi a surpresa de todos, quando João Dehon sorriu amarelo, ficou de pensar, depois pediu para conversar com as bases e então, voltou e pronunciou um sonoro não!


Mas, ainda restava o Potiguar e a lógica, levava a crer que se o rival havia “roído” a corda, era 99% certo que os rubros topariam...


Porém, para quem esperou uma calorosa recepção na sede do Potiguar, restou uma grande decepção...


Stênio Max, presidente do clube, declinou educadamente (como é seu estilo) a “convocação” e disse que tinha mais o que fazer...


E aí, o que faremos agora, vamos perder a nossa tão suada vaga (pensaram possivelmente os defensores do futebol profissional local)?


Mas...


Tchan, tchan, tchan...


Na cartola do cartola, sempre há uma solução...


Por que tanta preocupação?


Temos alguns times hibernando, com uniformes no varal...


E se olharmos em volta, veremos que existem empresários locais, com jogadores “dobrados, bem passados e protegidos por naftalina na gaveta dos sem uso, prontos para darem uns trotes e correrem atrás da bola”.


Eureca (gritou um mais entusiasmado), encontramos a solução!


Mas quem são esses heróis?


Como nos filmes épicos de Hollywood, surgem precedidos por trombetas, ribombar de tambores e fachos luz, João Maria Belmont e Paulinho Freire...


Nem pestanejaram...


Colocaram sobre a mesa o onze já delineado, o treinador contrato e o contrato de aluguel pronto para ser assinado...


Bastou ir a te a gaiola e com um leve assopro acordar o periquito, que de pronto se pôs saltitar feliz da vida, afinal, ia voltar a jogar...

3 comentários:

Anônimo disse...

E fica a pergunta: para que serve o Campeonato Estadual?

Para que?

Sds Alvinegras.

Abecedista.

Fabiano Costa ABC FC 2009 disse...

Se O dono da maior ou uma das maiores agencias (ATR&C) do estado, esta intimamente ligado ao ABC o que falat para colocar ações de marketing para:

Todos sabem que tem mais de 1.000.0000 (UM MIlhaão de ABCdistas) no RN , se cada um destes ABCdistas doar ao clube R$1,00 é um milhão todo mês.

Se metade jogasse na TIMEMANIA toda quarta e a outra metade todo sabado, seria mais 1 Milhãode apostas todo semana, 4 milhoies de apostas todo mês seriamos o primeiro colocado na time mania o que segundo contas, mais R$1.000.000 por anos no ABC.

Se lotassemos o FRASQUEIRÃO ( Capacidade de 18.000) colocando por cima, e isso é menos de 1% do total de ABCdistas em Natal. Teriamos a maior media de publico e renda da serie B pelo menos até agora.

Ai sim poderiamos sonhar com um patrocinio de vergonha e um time de vergonha. Pois nenhum dirigente vai pagar um time de serie A com um publico de 5.000 pessoas pra jogar a serie B. Nem muito menos um patrocinador, vai despejar milhoes de reias por mês num clube, grande nas suas fronteiras e pequeno fora dela.

Fato

Sérgio Henrique disse...

Se me permite uma correção, caro Fernando Amaral, o outro possível aspirante à vaga piauiense, além do (arhg) Flamengo do Piauí - não gosto nem de escrever esse nome - é o IV de Julho da cidade de Piripiri que está fazendo a final do 2º turno do estadual e perdeu a 1º partida por 1x0 para o time acima citado, arhg!!!!

Se a vaca carioca já me dá nojo, imagina esse arremedo time de Teresina que tem o mesmo nome.

A galera em Natal vive implicando com os tais mistos, aqui em Teresina não há isso. Eles torcem mesmo discaradamente para essas porcarias cariocas, principalmente o de vermelho e preto. E só pra eles.