Ontem, disse a um amigo com quem assisti ao jogo:
“Espanha e Holanda vão repetir, Espanha e Alemanha; ganha quem fizer o primeiro gol”!
Não foi uma questão de adivinhação ou chute, mas de observação...
A Espanha era a mesma e a Holanda, apesar das diferenças de ordem técnica e tática, não tinha alternativa a não ser, aguardar um erro ou um descuido para tentar definir o jogo ao seu favor.
Mas de que adianta agora, ficar tecendo comentários sobre quem foi melhor taticamente?
Venceu a Espanha, venceu o melhor futebol e venceu quem realmente mereceu vencer.
Fico feliz pela vitória espanhola, pois cala os precipitados e suas teses depreciativas sobre uma equipe de futebol que apesar de só agora ter conquistado seu primeiro título, tem sim uma história respeitável no cenário mundial.
Dizer que os espanhóis amarelavam é se apegar ao lugar comum, é simplificar de forma rasteira, é tentar desqualificar com base na não argumentação...
Mas isso é outra história, cuja discussão requer tempo e mentes abertas.
Aos holandeses, resta a certeza de que mais uma vez cumpriram seu dever...
Logo, logo, vão aparecer os que vão atirar pedras e afirmar do alto de sua tosca visão que os holandeses também amarelam nas vezes que chegaram a uma final...
Em 1974, o “Carrossel” não foi derrotado por um time qualquer, como muitos tentam fazer parecer...
Em 1978, desfalcada de Cruyff, a Holanda assim como hoje, teve os jogo nas mãos por algumas vezes, mas por algum capricho insondável, foram os argentinos os vencedores – quem assistiu a aquela partida, sabe que o jogo foi disputado palmo a palmo e que os argentinos superaram sua menor qualidade técnica com a sua já famosa garra e determinação: lembrem que estavam em casa, pressionados por um governo que precisava da vitória para aplacar a insatisfação popular com a crise econômica que abalava o país.
Ontem, a Holanda pela primeira vez em muitos anos, entrou em campo reduzida a poucos grandes jogadores e, precisou optar por um futebol mais pragmático...
Mesmo assim, foram adversários valorosos para os espanhóis e por pouco, não mudaram o curso da história.
Não vimos um grande jogo em termos de emoção, mas vimos um grande jogo em termos de disciplina tática, determinação pessoal e vontade de vencer.
Não sei o que pensaram os leitores, mas eu, sinceramente, gostei do que vi ontem no Soccer City em Johannesburg.
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