A Holanda venceu, mas a mim, não convenceu...
Talvez por essa razão, seja forte candidata ao título de campeã mundial de 2010.
Claro que sou um dos saudosistas dos tempos idos: tempos em que o futebol holandês revelou jogadores da mais alta qualidade e revolucionou o futebol com o Carrossel Holandês (esquema baseado no 4.3.3, mas que não guardava posição fixa).
Não há como esquecer a equipe de 1974...
Jongbloed.
Suurbier, Rijsbergen, Haan e Krol...
Jansen, Neeskens e van Hanegem…
Rep, Cruyjff e Resenbrink.
Eles perderam a final, mas entraram para a história como uma das maiores formações já montadas por equipe de futebol.
É bom que se diga que a Holanda de 1974, não perdeu para uma equipe qualquer...
Seu adversário, a Alemanha, era treinada por uma “velha raposa”, chamada Helmuth Schön e tinha jogadores do quilate de Beckenbauer que atuava como libero e líder da equipe.
No meio campo, Bonhof, Hoeness e Overath, alimentavam com a ajuda dos laterais Vogts e Breitner, o ataque comandado por Gerd Müller, Grabowski e Hölzenbein...
O dia 7 de julho de 1974 será para sempre lembrado por quem teve a felicidade de ver o confronto de dois grandes times de futebol.
Mas a Holanda não parou por ai...
Os gêmeos van der Kerkhof, Willy e René, que faziam parte do Carrossel, mas que ainda muito jovens, só viriam a brilhar depois, e jogadores como Davids, Seedorf, van Basten, Gullit, Rijkaard, Bergkamp, Erwin e Ronald Koeman, Frank e Ronald de Boer, van der Saar, Overmars e Jap Staan, só aumentaram o respeito que Cruyjff e companhia conquistaram com seu futebol alegre, vistoso, técnico e ofensivo.
Sinto saudade desse tempo, mas sou obrigado a concordar com o treinador Bert van Marwijk...
De que adiantou para a Holanda formar equipes inesquecíveis, se apenas em 1988, na final da Eurocopa, sentiram o gosto da vitória...
Em mundiais, provaram o gosto amargo da derrota em 1974 e 1978...
Em 1992, 2000 e 2004, caíram nas semifinais.
Marwijk abriu mão do brilho (não da qualidade) e optou por um futebol mais pragmático, mais voltado para a obtenção do resultado.
Ontem diante do Uruguai, começaram mal, marcaram primeiro através de van Bronckhorst e depois foram dominados por um Uruguai aguerrido e decidido a vender caro a derrota...
Forlán empatou e a justiça foi estabelecida, mas a segunda etapa, Sneijder e Robben fizeram os gols que deram a vitória para a Holanda...
No finalzinho, Maxi Pereira diminuiu para 3x2, mas de nada adiantou.
A celeste sentiu falta de Luís Suarez, Fucile e Lugano...
Luis Suarez deixou Forlán sozinho, Fucile e Lugano deixaram a defesa uruguaia mais frágil...
Entretanto, é preciso lembrar que a celeste se doou como sempre, lutou até o ultimo instante e só perdeu, por que seu adversário a respeitou.
Se Sneijder, Kuyt, Robben e seus companheiros tivesse menosprezado o Uruguai, talvez estivessem amargando uma derrota...
A Holanda jogou em busca da vitória, mas em nenhum momento deixou de temer e respeitar a força e determinação da celeste.
O fato a lamentar, foi a não anulação do segundo gol holandês, pois van Persie estava em claro impedimento e influenciou sim na conclusão do lance.
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